Virada - Capítulo 62

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- Aiii, eu amooooo ficar assim com você. - Sophia disse se aconchegando no peito de Micael. Os dois estavam deitados na grande cama dela, vasculhavam a netflix pra achar algo para assistir. 

- Eu também amo, minha branquinha! - Deu um beijo em sua cabeça. - Sabe o que eu acho? Eu vou fazer uma pipoca pra gente e você fica encarregada de achar um filme decente. É muito difícil escolher. 

- Espertinho! - Riu assim que ele se levantou e colocou uma camisa. - Estava sexy sem camisa. 

- Você larga a mão de ser assanhada, acabamos de fazer, tem que dar um tempo para o meu corpo se fortalecer de novo. - Ela ergueu as mãos na defensiva. 

- Me desculpe se você não está conseguindo acompanhar meu ritmo! - Sussurrou e ele ouviu. 

- Ah, nem vem com esse truquinho barato de falar que eu não sou capaz! - Colocou as mãos na cintura. - Depois do filme eu vou te mostrar o quão capaz eu sou. 

- Vou até escolher um curtinho! - Ela riu e ele negou com a cabeça enquanto saia do quarto rumo a cozinha. 

Ao chegar lá, estava completamente perdido. Não conhecia aquela casa, Sophia devia descer para ajuda-lo a achar as coisas. Quando ia voltar ao quarto, uma pessoinha apareceu coçando o olho e com o cabelo bagunçado. 

- Não era pra você estar dormindo, Júlia? - Micael perguntou com a voz fofa. - Está tarde. 

- Eu vim só beber água. - Bocejou. - Pode me ajudar? - Micael pegou o copo dela que ficava em cima da mesa e colocou sob o dispenser de água, logo entregou a menina. - Obrigada! - Sorriu. 

Era a segunda vez que ela sorria pra ele, podia ser insignificante para algumas pessoas, mas ele gostava de pensar que estava conquistando a enteada. Seria bom agora que todos seriam uma familia. O moreno sentou numa cadeira em frente a enteada e a observou por um tempo. 

- Ei, está sem sono? - Ela balançou a cabeça fazendo que sim. - O que acha de ajudar o tio a fazer uma pipoca?

- Eu posso? - Ela era realmente uma menininha fofa quando não estava fazendo aquele turbilhão de pirraça. - Ninguém nunca deixou. 

- Ó, não é pra mexer no fogo. - Pegou a menina e colocou sentada em cima da mesa. - Eu só consegui achar uma panela, não achei mais nada. 

- Ah, o óleo a vovó guarda ali. - Apontou para o armário no alto e o moreno conseguiu encontrar. - E a popoca fica na dispensa. 

- Popoca? - A menina assentiu e corou. Micael apertou as bochechas dela. - Meu Deus, você é muito fofa! - Ela riu enquanto ele foi para  a dispensa buscar a pipoca. 

- Sabe... - Ela começou a falar enquanto ele colocava a pipoca no fogo. - Você é legal. - Micael sorriu, de costas a menina, mas logo se virou. 

- Você também é legal quando não está aprontando. - Cruzou os braços e a menina corou se lembrando de quando fingiu que Micael tinha a machucado. 

- Foi meu papai que mandou eu fazer aquilo. - Parecia que ia chorar. - Eu não... 

- Ei, já passou! - Interrompeu a loirinha. - Ó, agora que o seu irmãozinho está vindo ai, nós vamos ser uma familia, sabia? - Ela assentiu. - Então, que tal a gente ser amigo? 

- Eu acho uma boa ideia! - Bateu palminhas. - A mamãe vai ficar feliz. 

- Sim, ela vai ficar muito feliz e a senhorita vai escapar de muitas broncas. - Eles riram. 

- Então agora somos amigos. - Ergueu o dedo mindinho para o padrasto. - Jura, juradinho? 

- Juro, juradinho! - Respondeu rindo. Micael chacoalhou a pipoca para que não queimasse e não demorou muito a estar pronta, virou num pote e colocou sal. - E agora, tá afim de ver um filmezinho com a sua mãe e eu? - A menina ficou animada, mas logo fez cara de triste. 

- Minha mamãe não vai deixar eu ver filme essa hora. Ela diz que eu devo dormir oito horas da noite. - Fez um bico. 

- Vou tentar convencer a sua mãe, ai a gente fica junto e quando acabar você vai dormir. - Piscou pra menina e os dois subiram. Micael com o balde de pipoca em uma mão e a outra dada a Júlia. Ele gostou quando a menina segurou sua mão por livre e espontânea vontade. - Ei, amor! - Disse ao entrar. Sophia encarou ele com Júlia e ficou de boca aberta. - Trouxe companhia para o filme. 

- O que está fazendo aqui, filha? - Perguntou sem paciência. - Devia estar dormindo faz horas. 

- O tio Micael me chamou pra ver filme. - Dava pra ver nitidamente que desde as chineladas que Sophia tinha dado na menina e do ataque de mais cedo, ela tinha medo de Sophia. 

- O tio Micael sabe que você tem que dormir as oito! - Se levantou e colocou o robe, cobrindo a camisola vermelha de seda. - Vamos para o quarto, mamãe vai cobrir você. 

- Ah, que isso! - Micael entrou na frente. - Hoje é sábado, amor. Ela não tem aula amanhã, pode ver um filmezinho e depois vai dormir! 

- Micael... - Ela suspirou. 

- Deixa vai! - Eles falaram em uníssono e depois começaram a rir. 

- Você não está com sono? - Perguntou a filha, que negou com a cabeça. - Tá com cara de sono, mas tudo bem, pode ver um filme!

- Ebaaa. - A menina deu pulinhos e encantou ainda mais Micael e Sophia com sua fofura. Em seguida correu pra cama, deitando bem no meio. 

Sophia, que tinha escolhido um filme de comedia deu play e eles começaram a assistir. O balde de pipoca ficou no colo de Júlia, que de vez em quando enfiava pipoca na boca dos dois. Mas como Sophia tinha percebido, antes da metade do filme, pouco depois da pipoca ter acabado, a menina já estava dormindo. 

- Viu só, ela estava caindo de sono. - Sophia rolou os olhos. - Conheço a peça. 

- Não tem problema, eu levo ela pra cama. - Se levantou e pegou a enteada adormecida no colo. - Já volto! - Disse sem som e Soph leu seus lábios. Ele a colocou na cama, cobriu com edredom e ainda deu um beijinho na testa. Apagou o abajur que estava aceso provavelmente desde que a menina desceu para beber água. - Prontinho. Agora você já pode parar de reclamar porque eu sou todinho seu!

- É? - Mordeu o lábio inferior. - Então vem aqui e me faz todinha sua. - Tirou a camisola antes que Micael avançasse nela. Aqueles dois não tinham jeito mesmo...

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora