Virada - Capítulo 47

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- Micael deve ter escondido suas coisas no inferno pra demorar tanto assim. – Sophia resmungou e recebeu uma careta de resposta.

- Vai ver ele está demorando assim porque está no quarto pensando em quem vale mais a pena manter na vida dele. – Daiane falou e Sophia riu com deboche.

- Só pode estar de brincadeira. – Encarou a morena. – Coragem, porque noção não tem nenhuma.

- Olha aqui, você me respeita. – A mulher se levantou brava e parou de frente a Sophia com um dedo apontado.

- Tira esse dedo da minha cara antes que eu quebre. – Ameaçou por entredentes. – Você está precisando de um se mancol. Não é possível que não enxergue que não é bem-vinda aqui. Micael não quer você aqui e é por isso que ele não te ligou. Dããã.

- Eu vim aqui porque queria minhas coisas de volta, não o Micael. – Cruzou os braços e sentou de no sofá. – Primeiro de tudo que ele nem me merece, eu jamais brigaria por causa desse cuzão.

- Ei, não fala assim dele. – Foi a vez de Sophia apontar o dedo. – Isso tudo é recalque porque ele não quis ficar com você. Eu sei, mas não precisa ofender.

- Não é recalque não e você fica ai se achando a ultima bolacha do pacote, mas daqui a pouco ele se cansa de você também. – Soph voltou a rir com deboche. – Pode rir querida.

- Ah, mano. – Suspirou. – Dá um tempo. – Ia sair da sala, mas finalmente Micael vinha vindo com uma caixa de papelão nas mãos. – Finalmente, já não aguentava mais olhar pra cara dessa criatura. – Micael rolou os olhos.

- Aqui estão todas as suas coisas, Daiane! – Entregou a caixa, mas a mulher não se levantou e sim a abriu e começou a conferir seus pertences. – Pelo amor de Deus, você não acha que eu vou roubar camisolas e blusas, né?

- Você não, mas essa mulherzinha ai! – Sophia chegou perto pra reclamar, mas viu algo na caixa que a incomodou. Com o controle remoto da televisão ergueu de dentro da caixa um fio dental de renda vermelha. Micael desviou o olhar e Daiane sorria nada constrangida.

- Porque diabos você guardou essas coisas? Devia ter tacado fogo em tudo. – Disse brava arremessando o controle em Micael.

- Sophia, para de exagero! – Ele ergueu a mão em sua defesa. Micael pegou a calcinha da mulher e a colocou de volta na caixa. – Está tudo ai, vamos logo. – Foi grosso então a mulher se levantou. Ele a seguiu até a porta. – Adeus.

- Vá pro inferno logo, mocreia. – Sophia gritou e a mulher que estava de saída, largou a caixa no chão e agarrou Micael que não esperava por aquilo e foi pego desprevenido. Sophia ficou olhando aquilo com espanto, levantou incontáveis segundos até ter uma reação. Micael a empurrou quando voltou a si e ela sorriu pra Sophia. 

- Agora vou indo para o inferno. - Virou as costas e saiu andando calmamente até sua caixa e a pegou do chão. Sophia no auge de sua raiva avançou correndo, mas Micael a segurou no meio do caminho e fechou a porta. 

- Deixa ela ir embora logo. - Disse sem nenhuma paciência. - Arrumar briga com ela não vai adiantar a vida em nada. 

- Tá falando isso porque deve ter adorado o beijo. - A expressão de raiva de Sophia fez com que Micael se encolhesse. - Seu safado, sem vergonha. - Deu tapas em Micael que segurou seus cotovelos. - Me larga. 

- Sophia, que crise é essa? - Arregalou os olhos para a loira. - Escuta uma coisa, você não precisa ter ciume de ninguém, eu sou seu, eu te amo. 

- Me ama, mas beijou ela. - Já mais calma ela resmungou. - Eu vi que você gostou. 

- Eu a empurrei, eu não quero beijos de mais ninguém nunca na vida. Foi você quem eu escolhi para ficar comigo.

- Eu também te amo. - Então ela cedeu e abraçou Micael, seu ouvido no peitoral dele, ouvindo seus batimentos acelerados era um calmante pra ela. - Te amo demais. 

- Então agora vamos esquecer que tudo isso aconteceu e vamos voltar o filme pra onde nós paramos, pra poder terminar de assistir. - Deu um beijo em sua testa e os dois andaram juntos para o sofá. 


- Papai, eu não quero voltar amanhã. - Júlia abraçou o pai na enorme cama de casal. - Por que eu não posso ficar aqui essa semana? 

- Já te expliquei muitas vezes que sua mãe me mata se você ficar aqui. - Apertou a menina. - Eu não quero brigar com ela. 

- Ela fica com aquele namorado lá... - Fez uma careta bem parecida com a do pai. - Eu não gosto dele, papai. 

- Eu também não gosto dele, meu amor. - Deu de ombros. - Mas sua mãe escolheu ele.

- Você também vai arrumar uma namorada? - Ele olhou nos olhos da pequena. 

- Claro que não, eu quero a sua mãe. - Ela abriu um sorriso imenso. - Quero que nós três voltemos a ser a familia que sempre fomos. 

- Então convence a mamãe. - Seus olhinhos brilhavam. - Convence. 

- Eu estou tentando fazer isso. - Suspirou. - Mas aquele cara virou a cabeça da sua mãe contra mim. 

- Então não podemos fazer nada? - Estava a ponto de chorar quando Thiago teve uma ideia. 

- Até tem, mas você vai ter que fazer exatamente o que eu disser quando estiver com aquele cara. - A menina assentiu muitas vezes, estava empolgada em ter sua mãe junto com seu pai outra vez. Então Thiago começou a contar pra ela tudo o que tinha que fazer. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora