E então ela se rendeu ao destino. Já tinha ligado pra Micael e agora era esperar pra saber se ele ia atender ao seu chamado. - Sim, eu já fiquei com ele. - Thiago lhe deu um soco, ela caiu no chão e seu nariz começou a sangrar. Colocou a mão na frente ainda consciente.
- Você é uma vagabunda, Sophia. Como pôde fazer isso comigo? Logo eu que sempre te dei amor e carinho. - Ele chorava, sentado em cima de Sophia que ainda tinha as mãos no nariz. - EU TE AMO. - Ele estava transtornado demais estendeu as mãos e começou a apertar o pescoço da loira. - Se você não vai ficar comigo, não vai ficar com ninguém. - Ela tirou as mãos do nariz que não parava de sangrar e tentou puxar as mãos, estava sem ar. Precisava de ajuda rápido. - Você não podia ter feito isso comigo. - Ele falava ainda entre lágrimas.
Micael entrou naquele apartamento seguido por alguns seguranças que inicialmente não queriam deixar que ele subisse sem interfonar. Ele teve que os convencer que algo estava acontecendo no apartamento de Sophia, e só conseguiu porque alguns vizinhos ligaram para avisar que tinham ouvido barulho de briga.
- Sai de cima dela. - Micael entrou como uma bala e já foi pra cima daquele cara. Ele ficou desnorteado quando viu Micael ali e toda aquela gente. Ele olhou pra sua mão e depois pra Sophia machucada no chão, se levantou rápido e ficou olhando o sangue escorrer. - Você é um psicopata. - Micael não se preocupou em ir atrás dele, os seguranças o seguraram. Ele foi ver Sophia, ela já tinha as mãos no nariz novamente, as roupas cheias de sangue e o chão também.
- Micael. - Ela disse baixo. - Você veio.
- É claro que eu vim. - Ele sorriu pra ela e ela fechou os olhos, perdeu a consciência. Micael a pegou no colo e esperou o elevador para descer. Precisava levar a mulher ao hospital e não demorou a chegar, não tinha muito trânsito. Quando chegaram, Sophia já tinha acordado, ela entrou andando, Micael tinha tirado a camisa e dado pra ela colocar no nariz.
Rapidamente alguns enfermeiros vieram e ajudaram Sophia a ir até onde pudesse ser atendida, Micael teve que sair do hospital porque estava sem camisa, ele foi até a loja de camisas mais próxima e comprou a primeira que viu antes de voltar ao hospital. Ele demorou tanto que quando voltou, Sophia estava sentada na sala de espera, com um troço branco em seu nariz, ele chegou perto e viu que era gesso.
- Ei, até que você não está tão mal. - Ele se aproximou e sentou ao seu lado, ela riu mas assim que sentiu dor, fechou a cara.
- Isso dói demais. - Fez uma careta. - Eu não vou aguentar, até respirar dói.
- Vai aguentar sim, uma semaninha, duas no máximo. - Ele falou rindo.
- Micael, você precisa pagar. - Ela disse sem graça quando viu a mulher da recepção os encarando. - Eu tô sem nada aqui.
- Aproveitadora. - Ele mandou língua antes de ir até a recepção e acertar o pagamento.
- Pra onde quer ir? - Ele perguntou quando entraram no carro. - Se quiser eu posso te levar pra sua casa. - Ela arregalou os olhos e ele caiu na gargalhada.
- Nem brinca com isso. - Ficou olhando pra fora, vendo a paisagem antes de falar. - O que aconteceu com o Thiago?
- Bom, eu não dei nenhum soquinho nele e me arrependo disso. - Sorriu pra ela. - Eu o deixei lá no apartamento de vocês com os seguranças, ele com certeza dele estar lá ainda. Você vai prestar queixa?
- Não. - Ia dar um suspiro, mas sentiu uma dor infernal. - Eu não posso fazer isso com ele.
- Sophia, ele ia te matar. - Micael não conseguia se conformar com o fato de Sophia ser tão boba. - Ele realmente ia te matar, ele estava te sufocando quando eu cheguei.
- Eu sei, eu lembro. - Voltou a olhar a estrada. - Mas ele é o pai da minha filha, Micael. Como eu vou afastar a Júlia dele?
- Afastando, garanto que vai ser melhor pra ela. - Bufou e Soph sorriu levemente.
- Ela é muito grudada com o pai. - Fez Micael rolar os olhos. - Muito. Eu sempre trabalhei demais e mesmo que eu não goste de admitir ele é um bom pai. Ele saiu da empresa pra cuidar dela, ele a busca na creche, ele passa o dia todo brincando com ela, ela ama demais o pai.
- E se ele maltratar ela também? - Ele realmente estava preocupado.
- Eu ponho minha mão no fogo. Ele ama demais a menina. - Os dois ficaram em silencio de novo.
- Você vai continuar casada com aquele cara? - Micael perguntou quando estacionou em uma garagem.
- Eu duvido bastante. - Micael sorriu. - Eu contei pra ele que nós ficamos.
- Você é meio maluca, sabia que ele ia te bater e mesmo assim contou? - Cruzou os braços e logo depois os dois saíram do carro.
- Ele já tinha me batido. - Deu de ombros. - Depois que eu contei ele começou a me enforcar. - Ela riu, que humor essa menina tinha. - Como você chegou tão rápido? - Mudou de assunto.
- Eu estava no estacionamento do seu prédio. - Ela arregalou os olhos. - Sai da casa da sua mãe pouco tempo depois de vocês. Fala sério né, eu sabia que ele ia fazer alguma coisa.
- É meu herói. - Sorriu brevemente. Micael abriu a porta e sorriu pra Sophia indicando com as mãos para que ela entrasse. - Olha, até que pra um homem que vive sozinho, você tem um apê bem organizado.
- Eu não sou porco né. - Ele a fez rir, mas em seguida viu a careta. - É minha filha, vai sofrer ai um tempinho.
- Não tem problema. - Deu de ombros. - Pelo menos eu estou bem agora - Olhou pra si mesma. - Será que eu posso tomar um banho? Eu estou imunda.
- Você pode, mas vai ter que vestir minha roupa. - Ele sorriu de lado antes de completar. - Ou eu posso ver se a Daiane deixou alguma roupa aqui, ai você usa. - Ela arregalou os olhos.
- Quem diabos é Daiane? - Micael prendeu o riso.
- Uma menina que eu peguei umas vezes. - Sophia não conseguia acreditar que ele estava dizendo aquilo.
- Pegou algumas vezes e tem roupa aqui? - Colocou as mãos na cintura. - Não obrigada, prefiro uma camisa sua.
- Tá bom, vamos lá que eu vou te dar. - Ele foi na frente e ela o seguiu resmungando, Micael sorriu quando entendeu que ela ficava repetindo o nome da menina.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...