Virada - Capítulo 112

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- Nem acredito que hoje eu recupero minha mesa. - Sophia disse quando estavam quase chegando na empresa. 

- Eu pensei que você gostasse da Natália. - Franziu a testa. - Ela é gente boa. 

- Eu fui com a cara dela sim, mas a minha mesa é a minha mesa. - Deu de ombros e fez Micael rir. 

- Que horror, mas eu entendo, é bom voltar a normalidade né. Só nós dois, naquela salinha. - Fez cara de safado e Sophia riu. 

Ela já estava mais tranquila com relação a deixar a filha com a mãe, estava menos chata. Eles chegaram e de mãos dadas foram para a sala, e como sempre lá estava Natália, pronta para seu ultimo dia. 

- Bom dia, Nath. - Sophia lhe deu um beijinho na bochecha. - Animada?

- Eu não diria animada. - Soltou uma risada sem graça. - Eu gostei daqui, mas tudo que é bom dura pouco. 

- Eu sei disso. - Ela concordou e se sentou na cadeira ao lado de Micael. - Mas você pelo menos vai ter tempo livre para o Kauã. 

- Ah, minha filha, Kauã ta na idade de ficar brincando com os amiguinhas, não da nem ideia pra mim. - Ela soltou um riso, mas a tristeza estava transparecendo. - Eu tenho uma entrevista na Borges, amanhã. 

- Na Borges? - Micael ergueu uma sobrancelha e a mulher assentiu. - É a empresa do meu pai, se quiser eu te dou uma ajuda. 

- Haha, sério? - Sorriu contente. - Mas eu não acho que precise, sou competente pra conseguir um emprego sozinha. 

- Desculpa. - Ergueu as mãos. - Eu só queria ajudar. 

- Eu sei. - Deu de ombros e ficou em silencio novamente, mas em seguida ela completou. - Se seu pai é dona da Borges, porque você trabalha aqui? Tecnicamente aquilo lá vai ser seu, não é?

- Meu pai sabe que eu ia aloprar se eu trabalhasse lá. - Soltou uma risadinha. - Ia me aproveitar de ser filho do chefe. É sempre assim. 

- Ah, que isso. - Os três riram. - Sophia é quase filha do chefe e não se aproveita. 

- Não se aproveita? - Ele gargalhou e levou um tapinha. - Essa aqui sai quando quer, trabalha quando quer. 

- Nem sou assim, tá? - Levou na brincadeira. Os três foram interrompidos por Osvaldo que tinha entrado na sala. 

- Vejo que vocês se entendem bem. - Ele comentou com uma expressão feliz. 

- Sim, a companhia é boa. - Sophia respondeu. 

- Isso é ótimo, mas eu preciso é que vocês trabalhem. - Deu uma bronca de leve. - Muita conversa não mantém essa empresa na linha. 

- Desculpa. - Micael e Natália falaram juntos e Sophia sorriu pro padrasto. 

- Sophia, vem até a minha sala que eu preciso falar com você. - Ela arregalou os olhos. 

- Meu deus, aconteceu alguma coisa com a minha filha? - Disse de é, já desesperada. 

- Com a sua filha? - Ergueu uma sobrancelha. - Se tivesse acontecido algo com a sua filha, sua mãe ligaria pra você e não pra mim né?! 

- Você tem razão. - Colocou a mão no peito, o coração acelerado por alguns instantes já voltava ao normal. - Vamos lá na sua sala então. - Ele assentiu e saiu na frente seguido pela enteada. 

Já na sala de Osvaldo, ele estava muito sério ao se sentar atrás da mesa e Sophia se encontrava muito apreensiva. Eram poucos os momentos em que via Osvaldo daquele jeito, ele provavelmente falaria algo importante. 

- Bom, Filha. - Suspirou. - O contrato da Natália acaba hoje. - Sophia balançou a cabeça concordando. - Eu vou ser sincero com você, eu gostei muito do trabalho dela. A combinação com o Micael me trouxe resultados excelentes. 

- É o quê? - Ficou de pé já irritada. - Você está dizendo que ela combina mais com o Micael do que eu? 

- Sophia... - Rolou os olhos. - Eu disse que eles trabalham muito bem juntos. 

- Eu também trabalho muito bem. - Disse com raiva e pensando onde aquele papo ia chegar. 

- Senta aqui, menina. - Apontou para a cadeira. - Você trabalha bem também, mas você tem que admitir que desde que você e Micael engataram o namoro vocês deixaram muito a desejar. Quando estão brigados é uma guerra naquela sala. Você sai cedo pra ficar longe dele e prejudica todo o trabalho. E vocês vivem brigando. 

- Não é tanto assim. - Ela se sentou sem graça, sabendo que Osvaldo estava coberto de razão.

- Não? Sophia vocês brigam mais do que eu aguentaria numa relação. Nunca vi um casal brigar tanto e continuar junto. - Soltou uma risadinha. - Brigam mais do que brigava com meu filho. 

- Porque eu não tinha opinião quando estava com o Thiago, era o que ele queria e pronto. - Olhou para sua mão. - Eu não vou ser assim nunca mais. 

- Você já parou pra pensar que conversar é melhor que brigar? Que uma vez você ceder não vai te matar? - Ela rolou os olhos. - Micael me parece muito sensato, ouvir o que ele diz não vai te fazer menos independente. 

- Osvaldo, onde você quer chegar? - Cortou o assunto. 

- Eu estou pensando em contratar a Natália pra ficar no seu lugar permanentemente. - Abriu a boca para protestar, mas nenhuma palavra saiu. - Ela é competente, não tem nenhuma relação com o Micael além da de trabalho, isso faz com que tudo flua naturalmente. Eles trabalham muito bem. 

- Eu sabia que essa história de substituta ia ser uma roubada. - Ficou de pé novamente. - E eu, Osvaldo? Você está me demitindo?

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora