Sophia e Micael estavam apreensivos na sala de espera do consultório da doutora Daniele. Tinham outras mulher com barrigas imensas ali esperando e isso deixava Micael cada vez mais agoniado. Sophia apertava sua mão em intervalos regulares.
- O que está acontecendo? - Perguntou com a testa franzia e Soph negou com a cabeça.
- Nada, só estou passando o tempo mesmo! - Ela deu de ombros e olhou para o cima, encarando o teto rebaixado com gesso. As paredes pintadas de azul traziam certa tranquilidade e Sophia largou a mão de Micael para acariciar seu bebê. - Está tão perto dele nascer e ao mesmo tempo tão longe.
- Parece que descobrimos há tanto tempo... - A abraçou e lhe deu um beijo na testa.
Antes que a loira respondesse, uma voz feminina a chamou. Os dois levantaram e caminharam de mãos dadas para a sala, onde a médica com baixa estatura e com rosto de uma jovem de vinte anos, os esperava.
- Bom dia, mamãe e papai! - Sorriu dócil e fez carinho na barriga de Sophia. - Será que vamos descobrir o sexo do bebezinho?
- Ai, tomara que sim! - Juntou as mãos. - Vamos nos mudar para a casa nova e eu quero arrumar o quartinho dele logo, e não quero ser obrigada a comprar tudo amarelo. - Fez uma careta e arrancou risos da médica e do quase marido.
- Vamos torcer para isso! - Apontou para a maca onde Sophia devia se deitar. - Levanta a camisa e abaixa um pouquinho a saia, para eu pegar bem o pé da sua barriga. - Sophia fez o que lhe foi pedido e ficou apenas observando a médica colocar o gel gelado em sua barriga. Sophia segurou a mão de Micael enquanto a mulher deslizava o aparelho. - Seu bebê está muito bem, mamãe. - Não tirava os olhos da tela. - Ele está saudável e crescendo conforme o esperado.
Daniele ficou em silêncio por um tempo, mas em seguida um som acelerado ocupou todo ambiente e fez Sophia chorar. Não era a primeira vez que ouvia o coração de seu bebê, mas todas as vezes eram únicas, Micael sorriu ao ver o estado da namorada, estava feliz demais com tudo aquilo.
- Esse é o som do coraçãozinho da filha de vocês! - Ela disse por fim e Sophia quase deu um pulo. - Parabéns, vocês vão ter uma menina!
- Ah, é outra menina! - Ela chorava ainda mais. - A Júlia vai ficar tão feliz. - Abraçou Micael empolgada. - Eu amei!
- Eu também amei, nossa filha vai ser a menina mais linda e sortuda do mundo!
- Sortuda? - Franziu a testa sem entender.
- Ela já tem a melhor mãe do mundo! - Deu um beijo na testa dela.
- Own, mas que fofo vocês são. - A médica comentou após aquela cena. - Você tem sorte! - Sorriu para Sophia enquanto tirava os aparelhos e entregava um papel para que ela limpasse a barriga. - Espero você aqui no mês que vem!
- Estaremos aqui. - Micael respondeu mais rápido e em seguida apertou a mão da médica.
- Obrigada. - Sophia disse ainda emocionada. - Até a próxima consulta.
Os dois saíram de mãos dadas da clínica e Micael ainda estava esperando que ela parasse de chorar, parecia que nunca teria fim. Já dentro do carro ele segurou a mão dela e deu um beijo leve. - Você precisa se acalmar.
- Eu estou tão feliz. - Secou o rosto com as costas das mãos. - Nós vamos ter uma filha, nós vamos nos mudar pra nossa casa e finalmente ficar juntos, a Júlia já ama você. Nós temos uma familia.
- E nós vamos ser a melhor familia do mundo, você vai ver só. - Selou seus lábios com certa urgência.
- Eu agradeço tanto por você ter voltado para a minha vida, sabia? - Ele sorriu e girou a chave na ignição. - Não canso de agradecer a Vanessa pelo chifre que te colocou. - Ela gargalhou e Micael balançou a cabeça.
- Mas você é tão engraçadinha! - Mandou língua para ela.
O caminho até o trabalho foi de conversas leves e risadas. Os dois estavam felizes demais por tudo que estava acontecendo a eles. Sophia avisou Lua o sexo de seu bebê e ela se animou já querendo marcar algo para comemorar. Ficou acertado que fariam uma resenha na casa nova, na outra semana.
- Eu estou exausta. - Falou se jogando na cadeira. - Quase não fiquei em é, mas estou cansada.
- Tira os saltos e relaxa lendo esses documentos ai. - Falou rindo. Os dois olharam para a porta, alguém está ali. Sophia sorriu ao ver o padrasto.
- Ei, Osvaldo! - Disse empolgada. - Acabamos de chegar.
- Eu sei, pedi a Mariana que me avisasse quando visse vocês chegando! - Sorriu adentando a sala.
- Ah, e vigiar a minha vida é coisa que aquela ali faz direitinho. - Fez uma careta lembrando da antiga rivalidade com aquela mulher. Micael ficou sem entender e Osvaldo riu.
- Não seja assim, essas coisas já estão no passado. - Sophia deu de ombros e assentiu esperando que ele continuasse a falar. - Como foi a consulta?
- Está tudo ótimo! - Ela se levantou e foi para perto dele. - Nós vamos ter uma menina!
- Ah, que maravilha gente. - Abraçou a enteada e depois foi apertar a mão de Micael. - Fico muito feliz por vocês e pela Júlia que não vai ser mais tão sozinha!
- Obrigada, Osvaldo. - Sophia o abraçou de novo. - Obrigada por tudo mesmo.
- Você sabe, você é a filha que não tive, farei tudo que estiver ao meu alcance! - Deu um beijo na testa da loira e apos se despedir, deixou a sala dos dois.
- Você arrumou um paizão hein! - Micael comentou rindo e Sophia jogou os cabelos.
- Ele sempre foi muito bom pra mim, sempre tentou me ajudar em tudo. - Ficou um pouco pensativa lembrando de tudo que Osvaldo fez por ela. - Ele já ficou muito contra o Thiago pra me defender.
- Ah, mas o Thiago sempre tava errado, preciso nem saber das situações para imaginar isso.
- Mas amor, não é qualquer pessoa que vai contra o filho. Se fosse outro, com certeza passava a mão na cabeça do filho e fazia parecer que estava tudo bem. Esses playboyzinhos são terríveis.
- Aposto que está jogando indireta pra mim. - Ele riu balançando a cabeça tendo plena noção que seu pai era daquele jeito. - Eu já fui playboyzinho, nem sou mais.
- Aham, não é não! - Foi a vez dela rir. - Você sempre achou que podia consertar as coisas comigo com dinheiro.
- Claro que não. - Colocou a mão no peito fingindo indignação. - Naquela época eu convenci a minha mãe a ajudar a Jhenifer porque ela precisava, eu não estava querendo comprar você.
- Ah não? - Ergueu uma sobrancelha. - Não achou que eu fosse beijar seus pés em gratidão?
- Bom, um obrigado já ia server. - Ele debochou e ela tacou um clipe de papel nele. - Agressiva.
- Você que é idiota! - Tinha um tom de brincadeira no olhar.
- Um idiota que você ama! - Rebateu e arrastou a cadeira até perto da namorada.
- Um idiota que eu amo muito... - Selaram os lábios por incontáveis segundos antes de encerrar o papo e darem inicio aos afazeres daquele dia.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...