Virada - Capítulo 77

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- Eu não estou acreditando nessa casa. - Sophia disse empolgada assim que abriu a porta para mais um comodo da imensa casa que tinha diante de si. A cada comodo ela quase chorava de empolgação. 

A casa era grande, mas de certa forma não era exagerada. Era toda pintada em tons claros como beje e decorada com muito bom gosto. Já no quintal dos fundos, foi a fez de Micael ficar empolgado. Aquilo sim era um exagero. O quintal tinha uma piscina incrível que Júlia só faltou se jogar na hora. 

E também tinha a parte verde, um lado do quintal que podia facilmente ser usado pra jogar um futebol, ou fazer um piquenique naquela grama verdinha. 

Após o portão de entrada da casa, tinha a garagem, com espaço para dois carros e mais grama verdinha do outro lado. Aquela casa era maravilhosa demais. 

Micael fechou o negocio, assinou os papeis e pagou a casa a vista com o cheque que sua mãe tinha lhe dado. A corretora saiu e os deixou naquela casa, eles estavam sentados na sala enquanto Júlia tinha corrido para escolher o quarto que ia ficar. 

- Eu não acredito que vamos morar aqui. - Ela se aconchegou um pouco mais no colo de Micael. - Parece um sonho, um sonho que eu não quero acordar nunca mais. 

- E não precisa acordar, nós vamos viver esse sonho juntos. - Sorriu e deu um beijo na cabeça de sua namorada. - Eu sei que vamos ser muito felizes aqui nessa casa, eu sinto isso. 

- Eu seria feliz com você em qualquer lugar. - Ergueu a cabeça para beija-lo. - Quando nos mudamos? 

- Quando você quiser, essa casa já é nossa. - Sorriu. - É só trazer nossas coisas pra cá, depois a gente decora o quarto do nosso filhão. 

- Aiin, essa parte é tão gostosa! - Abraçou Micael. - Escolher as coisinhas, a espera pelo nascimento, descobrir como ele vai ser. - É magnifico. 

- E eu tenho tanta sorte de poder viver isso com você. - Apertou a loira em seus braços. - Tanta sorte que você me perdoou. 

- Ei. - Se afastou para olhar em seu rosto. - Tudo aconteceu do jeito que tinha que acontecer. Aquela aposta, eu ficar bolada, meu casamento, a traição da Vanessa. - Deu uma risadinha. - Tudo isso cooperou para que chegássemos a esse momento hoje. Não podemos mudar o passado, ele nós fez quem somos hoje. 

- Mas essa minha loirinha tá muito filosofa. - Os dois riram. - Por falar em casamento... - Ela fechou a cara. - Quero saber quando você vai finalmente dar entrada no litigioso. 

- Eu quero fazer isso. - Ela soltou um suspiro pesado. - Mas eu estou apreensiva. 

- Aquela babaca não vai fazer nada com vocês duas. - Sophia fez uma careta. 

- Da ultima vez você não ajudou muito né?! - Foi a vez de Micael fechar a cara. - Mas não é por medo que eu quero esperar um pouco. 

- É por causa do quê? - Bufou. - Se você me disser que não tem certeza... 

- Ei, não fala besteira! - O interrompeu, segurando seu queixo o obrigando a encara-la. - Eu amo você, só você. Eu não tenho a menor duvida disso. 

- Então é por quê?

- Ele está doente, amor. - Outro suspirou pesado se seguiu. - Eu não quero piorar a situação dele por causa da Júlia. - Micael se soltou da mão dela e afastou-se um pouco, cruzando os braços com uma cara feia. - Eu sei que ele não é o melhor pai do mundo, mas é o único que ela tem. Eu espero que com esse tratamento, um dia ele possa fazer parte da vida dela novamente. 

- Você tem certeza que quer ele fazendo parte da vida dela novamente? - Ergueu uma sobrancelha ainda sem encara-la. - Ele pode surtar a qualquer momento. 

- Eu quero ele bom perto dela. Ela sente a falta dele. 

- E desde quando você se importa com isso? - Voltou a olhar pra mulher. - Você estava toda seca com a Júlia no dia do noivado da sua mãe. Eu disse que ela tinha medo do Thiago e você disse que bom. 

- Eu estava abalada com tudo o que tinha acontecido naquele dia. É logico que eu me importo com ela. É minha filha, Micael. - Os ânimos já estavam se alterando quando ela ficou de pé. - Eu a amo mais do que tudo e você sabe muito bem disso. Eu só quero que ela fique bem. 

- Bem perto do pai dela. - Fez outra careta. 

- Micael... - Então a ficha caiu. - Você está com ciumes?

- Eu não tenho ciumes daquele cara, não é como se você fosse querer ficar com ele depois de tudo. - Bufou e o sorriso de Sophia se abriu ainda mais. 

- Está com ciumes da Júlia. - Gargalhou. - Eu sabia que agora vocês era unha e carne, mas não sabia que era a ponto de você ter ciume do pai dela né. 

- Você está louca. - Tentou disfarçar. - Só pode estar. 

- Amor, você já conquistou seu espaço no lugar da Júlia. - Suavizou a voz. - Ela passou a te amar tão rápido que todo mundo se surpreendeu. Hoje em dia ela fica toda contente quando você está por perto e me perguntando quando é que você vai chegar, quando não esta. Ela amou saber que vamos morar todos juntos. 

- Mas isso tudo vai sumir assim que aquele cara sair da clinica. - Desviou o olhar novamente de Sophia. - Ele vai fazer a cabeça dela novamente e ela vai voltar a aprontar. Não quero ele perto dela. 

- Ei, o lugar que você conquistou, ninguém tira. - Deu um beijo na bochecha dele. - Mas a Júlia já tem quatro anos, ela sabe quem é o pai dela, ela sente falta por mais que agora não diga. 

- Eu seria um pai bem melhor do que ele. - Sua expressão agora era triste. 

- Seria não. - Arregalou os olhos antes que Sophia completasse a frase. - Você já é. - Sorriu. - Você é a figura paterna que vai estar presente na vida da Júlia por muitos anos. É em você que ela vai se espelhar. Não precisa ter ciume. 

- Eu não tenho ciume, Sophia. - Respirou fundo. - Não seja louca. - Ela assentiu rindo, mas não respondeu, um pinguinho de gente tinha invadido a sala correndo e agora estava sentada entre os dois. 

- Eu já escolhi onde eu quero dormir! - Falou empolgada. - Os quartos são tão grandes! 

- Espero que não tenha escolhido o meu quarto, né mocinha. - Soph fez cara de brava. 

- Mas vocês não foram escolher, então eu escolho o que eu quiser! - Sorriu aos dois. 

- Ah, é assim que funciona?! - Micael perguntou franzindo a testa e a menina assentiu. - Então eu vou fazer cosquinha em você até você desistir do meu quarto! - A menina se contorcia de rir junto com eles. Aquela familia seria muito feliz naquela casa nova.

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora