Virada - Capítulo 108

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- Bom dia, Natália. - Micael disse ao entrar no escritório, dez minutos atrasado. 

- Oi, bom dia. - Disse séria e ficou encarando o moreno enquanto ele se recuperava da corrida até ali. - Vejo que está cansado. 

- Eu peguei um transito terrível até aqui. - Fez uma careta e arrancou risos da mulher. 

- Você está com uma cara péssima. 

- A Cléo não deu sossego essa noite, dormi muito mal. - Abaixou a cabeça na mesa. - Eu amo aquela pessoinha, mas essa parte é um saco. 

- Já já ela começa a dormir a noite toda! - Ela disse simpática. 

- Seu filho começou a dormir a noite toda depois de muito tempo? - Estava realmente interessado naquilo. 

- Eu nem lembro, mas foi depois de um ano. - Ela riu da careta que eu fiz. - Não fica assim, quando ela crescer e tiver com seus 16 anos dormindo na casa do namorado você vai sentir falta. 

- Ela não vai dormir na casa de namorado nenhum. - Fiquei bravo. - Ela é minha bebezinha. 

- Os bebezinhos crescem, Micael. - Ela riu. - Mas não vou te perturbar com esse assunto ainda. - A mulher ficou de pé e chegou perto da mesa de Micael com uns papéis nas mãos. - Vamos trabalhar, chegou hoje mais cedo esses papéis com uma tabela de preço de umas ações. E eu não sei o que fazer com elas. 

- Ah, a secretaria deve ter entregado errado. Isso é lá pro financeiro, pode deixar aqui comigo que eu levo mais tarde para as meninas. - Ela sorriu e voltou para sua cadeira. - Vou dar uma atualizada nessa planilha aqui que recebi por e-mail. 

- Tudo bem. 

Micael e Natália não passavam o dia conversando, mas o silencio era extremamente agradável. Eles desceram e foram ao restaurante almoçar juntos e Micael convidou a mulher para a festa da Clara na quinta feira. Os dois voltaram para a sala e terminaram o dia de trabalho sem muita conversa. Tinham um bom convívio. 

Ele dirigiu tranquilamente até em casa e quando chegou encontrou sua sogra e cunhada na sala com Sophia e Júlia. Tinham algumas mulheres desconhecidas e eu imaginei que fossem organizadoras de festas. 

- Boa tarde. - Recebeu toda atenção das mulheres que sorriram pra ele e o responderam. 

- Oi, amor!  - Se aproximou e lhe deu um beijo. - Estamos aqui acertando os detalhes pra fazer uma festinha para a Júlia, mas já está acabando. 

- Sem problemas, eu vou lá tomar um banho. - Beijou sua testa. - Cléo está dormindo? 

- Está sim, passa lá no quarto e vê se tá tudo bem pra mim? 

- Claro que sim, gata! - Sorriu. - Com licença gente. - Disse alto e as mulheres assentiram. Júlia estava tão entretida olhando as fotos do catalogo que nem foi falar com Micael. 

Micael relaxou sob a água quente do chuveiro, precisava daquilo, estava cansado. Ele nem percebeu quanto tempo passou até que saiu e viu que já estava escurecendo. Pelo menos uns 40 minutos no banho. Se vestiu e ainda com as costas molhadas e sem camisa ele foi ao quarto da filha e a encontrou acordada, resmungando. 

- Ei, a bebê do papai está acordada é? - Sorriu ao tirar a filha do berço. - Você está cada dia mais linda. - Deu um cheiro, amava o cheirinho de bebê que ela tinha, mas em seguida fez uma careta. - Acho que alguém está podre heim. - Riu sozinho enquanto colocava a filha no trocador. - Vamos limpar esse popô. 

Com toda calma do mundo ele tirou a calça e a fralda da filha, junto com o excesso de cocô. Limpou com um pano umedecido e passou pomadinha. Sorriu ao fechar a fralda limpa e colocar a calça de novo. - Agora sim essa bebê está cheirosa. - Pegou a menina no colo e com a outra mão jogou a fralda no lixo. - Agora vamos ver a sua mãe. 

Ele desceu as escadas com a filha no colo e encontrou apenas a sogra e a cunhada na sala, com a Julia e Sophia. 

- Meu pinguinho tá acordado. - Todo mundo sorriu para Micael. - Tinha feito um cocozinho, mas o meu papai incrível já limpou. - Ele disse com a voz fina e arrancou risos de todas. 

- Eu tenho um maridão mesmo. - Sophia falou rindo e ele piscou pra ela. 

- Eu concordo. - Debochou. - Eu sou um maridão. 

- Mas é convencido hein. - Branca falou sentada no sofá. 

- Ele pode, mãe. - Micael mandou língua e logo em seguida passou Cléo para Sophia e ergueu Júlia do chão. 

- Será que a princesa não vai me dar nem um beijo? - Ela riu e abraçou Micael pelo pescoço. - Eu posso saber por que a madame não quis falar comigo hoje? 

- Você tava ai com a Cléo. - Resmungou e ele fez cosquinhas. 

- Cara de pau, eu cheguei e você nem disse oi. - Continuou fazendo cosquinhas. 

- Ai, papai. - Disse entre as risadas e fez Branca ficar confusa. 

- Papai? - Perguntou e Micael parou de fazer cosquinhas. 

- Algum problema? - Foi só o que respondeu e a senhora deu de ombros. Ele voltou a se concentrar na menina. - Vamos fazer um lanche, to com fome. 

- Vamos, eu quero beber danone. - Pediu e fez todo mundo rir. aquela ali não perdia uma oportunidade de beber danone. 

- Como se eu não soubesse né velhinha. - Colocou ela no chão e segurou sua mão. 

- Ei, papai. - O repreendeu. - Eu não estou velha, vou fazer cinco anos. - Estendeu a mão com os cinco dedos esticados. - Só cinco. 

- Sei, fofinha. - Bagunçou seus cabelos loiros. - Cinco. Agora vamos comer porque eu estou faminto. 

- Siiim!!

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora