- Bom dia, Natália. - Micael disse ao entrar no escritório, dez minutos atrasado.
- Oi, bom dia. - Disse séria e ficou encarando o moreno enquanto ele se recuperava da corrida até ali. - Vejo que está cansado.
- Eu peguei um transito terrível até aqui. - Fez uma careta e arrancou risos da mulher.
- Você está com uma cara péssima.
- A Cléo não deu sossego essa noite, dormi muito mal. - Abaixou a cabeça na mesa. - Eu amo aquela pessoinha, mas essa parte é um saco.
- Já já ela começa a dormir a noite toda! - Ela disse simpática.
- Seu filho começou a dormir a noite toda depois de muito tempo? - Estava realmente interessado naquilo.
- Eu nem lembro, mas foi depois de um ano. - Ela riu da careta que eu fiz. - Não fica assim, quando ela crescer e tiver com seus 16 anos dormindo na casa do namorado você vai sentir falta.
- Ela não vai dormir na casa de namorado nenhum. - Fiquei bravo. - Ela é minha bebezinha.
- Os bebezinhos crescem, Micael. - Ela riu. - Mas não vou te perturbar com esse assunto ainda. - A mulher ficou de pé e chegou perto da mesa de Micael com uns papéis nas mãos. - Vamos trabalhar, chegou hoje mais cedo esses papéis com uma tabela de preço de umas ações. E eu não sei o que fazer com elas.
- Ah, a secretaria deve ter entregado errado. Isso é lá pro financeiro, pode deixar aqui comigo que eu levo mais tarde para as meninas. - Ela sorriu e voltou para sua cadeira. - Vou dar uma atualizada nessa planilha aqui que recebi por e-mail.
- Tudo bem.
Micael e Natália não passavam o dia conversando, mas o silencio era extremamente agradável. Eles desceram e foram ao restaurante almoçar juntos e Micael convidou a mulher para a festa da Clara na quinta feira. Os dois voltaram para a sala e terminaram o dia de trabalho sem muita conversa. Tinham um bom convívio.
Ele dirigiu tranquilamente até em casa e quando chegou encontrou sua sogra e cunhada na sala com Sophia e Júlia. Tinham algumas mulheres desconhecidas e eu imaginei que fossem organizadoras de festas.
- Boa tarde. - Recebeu toda atenção das mulheres que sorriram pra ele e o responderam.
- Oi, amor! - Se aproximou e lhe deu um beijo. - Estamos aqui acertando os detalhes pra fazer uma festinha para a Júlia, mas já está acabando.
- Sem problemas, eu vou lá tomar um banho. - Beijou sua testa. - Cléo está dormindo?
- Está sim, passa lá no quarto e vê se tá tudo bem pra mim?
- Claro que sim, gata! - Sorriu. - Com licença gente. - Disse alto e as mulheres assentiram. Júlia estava tão entretida olhando as fotos do catalogo que nem foi falar com Micael.
Micael relaxou sob a água quente do chuveiro, precisava daquilo, estava cansado. Ele nem percebeu quanto tempo passou até que saiu e viu que já estava escurecendo. Pelo menos uns 40 minutos no banho. Se vestiu e ainda com as costas molhadas e sem camisa ele foi ao quarto da filha e a encontrou acordada, resmungando.
- Ei, a bebê do papai está acordada é? - Sorriu ao tirar a filha do berço. - Você está cada dia mais linda. - Deu um cheiro, amava o cheirinho de bebê que ela tinha, mas em seguida fez uma careta. - Acho que alguém está podre heim. - Riu sozinho enquanto colocava a filha no trocador. - Vamos limpar esse popô.
Com toda calma do mundo ele tirou a calça e a fralda da filha, junto com o excesso de cocô. Limpou com um pano umedecido e passou pomadinha. Sorriu ao fechar a fralda limpa e colocar a calça de novo. - Agora sim essa bebê está cheirosa. - Pegou a menina no colo e com a outra mão jogou a fralda no lixo. - Agora vamos ver a sua mãe.
Ele desceu as escadas com a filha no colo e encontrou apenas a sogra e a cunhada na sala, com a Julia e Sophia.
- Meu pinguinho tá acordado. - Todo mundo sorriu para Micael. - Tinha feito um cocozinho, mas o meu papai incrível já limpou. - Ele disse com a voz fina e arrancou risos de todas.
- Eu tenho um maridão mesmo. - Sophia falou rindo e ele piscou pra ela.
- Eu concordo. - Debochou. - Eu sou um maridão.
- Mas é convencido hein. - Branca falou sentada no sofá.
- Ele pode, mãe. - Micael mandou língua e logo em seguida passou Cléo para Sophia e ergueu Júlia do chão.
- Será que a princesa não vai me dar nem um beijo? - Ela riu e abraçou Micael pelo pescoço. - Eu posso saber por que a madame não quis falar comigo hoje?
- Você tava ai com a Cléo. - Resmungou e ele fez cosquinhas.
- Cara de pau, eu cheguei e você nem disse oi. - Continuou fazendo cosquinhas.
- Ai, papai. - Disse entre as risadas e fez Branca ficar confusa.
- Papai? - Perguntou e Micael parou de fazer cosquinhas.
- Algum problema? - Foi só o que respondeu e a senhora deu de ombros. Ele voltou a se concentrar na menina. - Vamos fazer um lanche, to com fome.
- Vamos, eu quero beber danone. - Pediu e fez todo mundo rir. aquela ali não perdia uma oportunidade de beber danone.
- Como se eu não soubesse né velhinha. - Colocou ela no chão e segurou sua mão.
- Ei, papai. - O repreendeu. - Eu não estou velha, vou fazer cinco anos. - Estendeu a mão com os cinco dedos esticados. - Só cinco.
- Sei, fofinha. - Bagunçou seus cabelos loiros. - Cinco. Agora vamos comer porque eu estou faminto.
- Siiim!!
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...