Virada - Capítulo 103

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- Ei filha! - Sophia falou assim que se agachou em frente a cadeira que Júlia estava sentada. A menina estava com uma cara de choro e a mãe logo tratou de analisar todo seu corpinho para ver como estava. - Onde dói. 

- Oi, mamãe. - Sua voz era baixa. Sophia encontrou machucados nas pernas, no cotovela e no queixo. Devia ter sido uma queda e tanto. - Eu cai. - Fez uma careta. 

- Eu tô vendo né filha, tem que brincando com cuidado. - Abraçou sua pequena. - Fiquei preocupada com você. 

- Sophia, nós limpamos os machucados e passamos mertiolate. - A professora chamou a atenção de Sophia que apenas assentiu. 

- Obrigada! - Apertou a mão da mulher. - Agora vamos pra casa que a mamãe vai cuidar dessa princesa toda ralada. - Soltou um risinho e a menina ficou de pé e estendeu a mão pra Sophia. 

- Tá doendo aqui. - Apontou para os joelhos. - Não consigo andar direito. 

- Ih filha, quando começar a fazer casquinha então... - Balançou a cabeça se lembrando de seus machucados de infância. - Mas a mamãe vai passar remedinho e logo logo você vai estar bem. - Abriu a porta do carro e colocou cinto na menina. Mandou uma mensagem a Micael e Osvaldo e logo começou a dirigir para casa. 

- Ai, meu Deus o que aconteceu com essa menina? - Branca colocou as mãos na cabela ao olhar o estado da neta. Sophia achou aquilo engraçado. 

- Eu me machuquei vovó. - Sua voz fofa fez Branca ficar com pena e a pegar no colo. - Eu estou com dor. 

- Vamos tomar um banhozinho e passar remédio que já melhora. - Branca a colocou no chão e as duas foram para o banheiro de mãos dadas. - Você me deixou preocupada, filha. 

- Eu só estava brincando. - A pequena balançou a cabeça. - Eu escorreguei. 

- Eu sei bobinha. - Passou um dedo pelo nariz dela. - Vem, entra aqui debaixo do chuveiro, mas vai arder hein, se prepara. 

- Não quero. - Balançou a cabeça e correu para o canto mais longe do box. - Vai arder eu não quero. 

- Filhota, vai ter que tomar banho sim. - Pegou a menina no colo. - Vai passar rapidinho. - Colocou a menina debaixo da água e ela deu um berro tão alto que parecia que estava apanhando. - Júlia você está exagerando. 

- Está ardendo. - Continuava com o berreiro aberto enquanto Sophia a ensaboava e enxaguava. Só parou quando a mãe a enrolou na toalha após fechar o chuveiro. 

Sophia a vestiu e passou um pouco mais de mertiolate nos machucados, depois disso as duas ficaram na cama de Sophia, assistindo desenhos. - Mamãe. - Júlia falou depois de um tempo. - E o meu papai? - Ela soltou um longo suspiro, sempre era difícil falar de Thiago. 

- Ninguém sabe onde seu pai está, filha. - Quis manter a verdade. - Provavelmente ele está bem longe agora. 

- Então ele foi embora sem nem falar comigo? - Soph a apertou um pouco. - Nem se despediu. 

- Filha, você tinha dito que não queria ver o seu pai. Que tinha medo dele. - A menina assentiu. - Então por que isso agora?

- Não sei, sinto saudades. - Ganhou um beijinho na testa. 

- A mamãe sempre vai estar aqui por você, meu amor. - A apertou mais e ela reclamou. 

- E o tio Mica? - Soph ergueu uma sobrancelha. - Já tem muitos dias que eu não o vejo, vocês brigaram?

- Ih, mas isso não é assunto de criança não. - Sophia não tinha contado nada do termino á sua filha, quis deixar ela de fora de toda confusão que seu relacionamento proporcionava. - Ninguém brigou, Mica vem aqui hoje. 

- Vem? - Seus olhos se iluminaram. - Que legal. 

- Vem sim, quando sair do trabalho ele vai vir direto pra cá. - A menininha colocou a mão sobre a barriga da mãe e a tempo de sentir o bebe mexer. 

- Mamãe, quando que a Cléo vai sair dai? - Sophia riu com a pergunta. - Ela já está enorme e se explodir? 

- Não vai explodir. - Soph respondeu rindo. - Ela vai nascer daqui há uns dois meses.

- Ainda vai demorar esse tempo todo? - Ficou triste. - Eu quero ver a minha irmãzinha logo. 

- Eu também, meu amor. - Sorriu mais uma vez com o carinho que a menina fazia. - Ela deve ser linda assim como você. 

- Será que ela vai ser loira também, que nem a gente? - Se sentou empolgada, já não ligando nem um pouco para a televisão. 

- Acho que não, ela tem que puxar o tio Mica também. - Ela fez um bico. 

- Não, eu sou loira e você também é. Ela tem que ser. 

- Meu amor, seu pai é loiro também, por isso que você é assim loirinha. - Ela pareceu pensar por instantes. 

- Ela nem vai parecer com a gente. - Tirou a mão da barriga e cruzou os braços. 

- Ué, só o cabelo que importa. - Sophia achava graça da situação. - Ela pode ter esse seu narizinho. - Passou o dedo no nariz dela. - Ou essa sua boquinha, o formato do rosto. O cabelo dela ser escuro não significa que não pareça com você. 

- É? - Pareceu considerar. - Tudo bem então né. - Encostou a cabeça na barriga da mãe. - Ei, irmã, sai logo dai que a gente quer ver como que você é! 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora