No dia seguinte Sophia se encontrou com Lua na entrada do colégio no horário de sempre.
- Que bom que hoje você não se atrasou. - Disse dando um beijo na amiga. - Soph, como foi ontem?
- Foi bom e foi ruim. - Disse com um sorriso. - Fomos almoçar, conversamos sobre muitas coisas, mas ai os amigos dele chegaram e aquela Aline agarrou o Micael na minha frente.
- Sophia do céu, eu disse que ele só estava brincando com você. - Lua deu de ombros, mas o sorriso de Soph não diminuiu.
- Ele me ligou a noite e disse que deu um fora nela. Disse tantas coisas fofas que nem parece o Micael que eu sempre critiquei. - A cara de boba de Sophia fazia Lua ficar irritada, ela tinha certeza de que ele estava aprontando.
- Sophia, você não pode ser tão boba assim, tá na cara que esse Micael está brincando com você. - Sophia mudou sua feição para brava.
- Por que Lua? - Parou e colocou as mãos na cintura. - Você acha que alguém como Micael nunca ia se interessar por mim de verdade?
- Acho, Sophia. - Disse brava, a discussão delas estava ficando séria. - Ele e a turminha dele nunca nem nos cumprimentaram no corredor. Ai do nada ele aparece todo fofo pra você? Amiga, por favor, você tem que me escutar. - Lua suplicou, mas só deixou Sophia com mais raiva.
- Isso tudo é porque o Arthur não falou com você né? - Lua bufou. - Você está com inveja porque o garoto que eu gosto falou comigo e o que você gosta não te da ideia.
- Quer saber, Sophia? - Lua praticamente gritou. - Espero que você quebre a cara. - Largou Sophia parada e foi andando para sala. Sophia foi atrás, mas as duas não conversaram mais. Se sentavam ao lado uma da outra, mas nenhuma cederia.
No meio da aula a turminha de Micael chegou, mas Aline não estava com eles, isso fez Sophia sorrir.
Alguns dias se passaram e a aposta estava prestes a acabar, Micael ainda não tinha vencido. Lua e Sophia ainda não conversavam, mas nenhuma tinha trocado de lugar, Arthur estava cada vez mais preocupado com Sophia no meio dessa aposta.
Aquele dia depois da aula, Sophia tinha marcado com Micael de ir ao estúdio que tinha na casa dele. Micael gostava da companhia de Sophia, mas se recusava a admitir para si mesmo. Naquele dia antes de sair de casa, tinha deixado uma camera preparada em seu quarto, mas a todo tempo se questionava se devia ou não fazer aquilo.
- Nossa, sua casa é linda! - Sophia falou admirada ao entrar pelas portas duplas de vidro, na sala de estar. Micael deu de ombros.
- Minha mãe tem bom gosto. - Ele riu. - Essa casa é grande demais só para nós três, eu não entendo a necessidade. Mas é bem bonita.
- Ah, conforto né. - Deu de ombros. - Você tem um estudio em casa, é logico que é uma casa grande. - Ela riu sem graça. Uma mulher elegante parou de frente para eles. Sophia a observou com vergonha. A mulher era alta, esbelta, cabelos em cachos perfeitos com a pela morena. Ela se vestia como se tivesse uma reunião de negócios a qualquer momento, e bom, talvez tivesse.
- Ei, mãe. - Ela viu Micael se aproximar e dar um beijo na bochecha da mulher. - Eu trouxe uma amiga da escola para ver o estúdio do papai. Ela canta demais.
- Oi, querida. - Ela sorriu para mim. - Seja bem vinda a nossa casa. É um prazer te conhecer, normalmente Micael nunca traz amigas da escola aqui pra casa. - Chegou perto de Sophia e se abaixou para lhe dar um beijo na bochecha. - Eu já estava ficando preocupada. - Ela riu e deixou Sophia super sem graça.
- MÃE, não me envergonhe. - Ele a repreendeu e ela só riu, voltou para perto dele e apertou sua bochecha.
- Desculpa meu bebê. - Ela arrancou risos de Sophia.
- Vem, Sophia. - Pegou na mão da menina a puxando para o andar de cima. - Mãe, pode mandar a Ana nos levar um lanche daqui a pouco?
- Vocês não vão almoçar? - Micael negou com a cabeça e a mãe suspirou. - Tudo bem, daqui a pouco ela leva pra vocês. - E eles subiram as escadas correndo e Sophia ficou maravilhada ao entrar no estúdio. Tinha violões, guitarras, bateria, baixo. Tinha até uma gaita.
- Meu Deus, pra que seu pai tem cinco violões? - Perguntou alisando um deles.
- Meu pai não é musico, mas é um amante da musica. - Deu de ombros. - Ele sabe tocar tudo que tem aqui e fez questão que eu aprendesse. Mas no final ele se tornou apenas um empresario mesmo.
- É uma pena que não deu certo, afinal, parece que seu pai dedica muito tempo a musica. - Sophia deu de ombros.
- É, ele gosta bastante. - Fez uma pausa. - Chega de papo, vamos tocar.
Eles passaram um bom tempo tocando e cantando juntos, Sophia estava encantada. A empregada bateu na porta com uma bandeja pouco tempo depois que começaram. Micael segurou e olhou para Sophia.
- Vamos para o meu quarto, meu pai não deixa comer aqui. - Ele disse rindo e Sophia assentiu. Micael seguiu para seu quarto e Soph o acompanhou. O quarto de Micael era bem amplo, paredes azuis, uma cama de casal espaçosa e o closet. Tinha uma outra porta que devia ser banheiro. A mesinha do computador cheia de coisas aleatórias também era alvo da atenção da loira. - O que foi, não gostou do meu quarto?
- Seu quarto é lindo. - Sophia disse deixando de observar a mesa e virando para Micael. - É que é tudo tão diferente da minha realidade que eu estranho.
- Deixa de ser boba, vem comer. - Bateu na cama para que ela se sentasse ao lado dele. - Esta gostoso. - Deu uma mordida no sanduíche e Sophia foi comer também, estava com fome.
Aquele dia estava sendo maravilhoso, Sophia estava encantada, não só com a casa e a mãe de Micael, mas com a forma com que ele a tratava. Agora, quase quatro da tarde, eles estavam vendo filme no quarto e comendo pipoca.
- Sabe Soph, eu queria te pedir uma coisa, mas não sei como. - Ele falou desviando a atenção dela do filme.
- Ué, é só falar. - Ela sorriu. - Não deve ser assim tão difícil. - Eles estavam tão próximos que Micael não falou mais nada, ele apenas a beijou.
Aquele foi o primeiro beijo de Sophia, era tão estranho e tão bom. Uma sensação diferente de tudo que já tinha experimentado. Micael segurou em sua nuca aprofundando o beijo e Sophia já estava toda derretida. Quando acabou, ela ficou olhando corada sem saber o que dizer e ele riu.
- Ei, não ri de mim. - Disse brava. - Ridículo.
- Não estou rindo de você, estou rindo porque tô feliz ué. - Sorriu. - Vem cá, vem?! - Chamou e ela sorriu antes de ir. Aquela aposta estava no papo.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...