Virada - Capítulo 93

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- Sophia... - Foi a única coisa que conseguiu dizer enquanto pensava em como explicar aquela situação. 

- Sophia? - As lágrimas que antes ela segurava, agora rolavam soltas. - Você está esperando o que pra começar a explicar toda essa palhaçada com essa idiota? 

- Você também não precisa falar assim. - Duda se manifestou e faltou pouco para que Sophia avançasse nela. 

- Vai embora daqui sua escrota! - Gritou. - Vai embora daqui. - Micael largou a coca no chão e segurou Sophia que se debatia em seus braços, pronta pra apertar o pescoço daquela infeliz. - Some daqui, piranha. 

- Sophia, se acalma, por favor. - Micael pediu, mas ela ignorou e só parou de xingar a mulher quando a porta bateu. Sophia pegou um vaso de vidro que tinha sobre o rack de Micael e arremessou na porta mesmo depois daquela mulher ter saído. 

- Vagabunda! - Gritou mais uma vez. Ela chorava de ódio e não conseguia nem olhar na cara de Micael. 

- Amor... 

- Amor? - Arrumou forças para encara-lo. - Amor? Você estava com outra no seu apartamento, depois das dez, comendo pizza. - Abaixou e jogou a pizza longe. O apartamento de Micael estava uma bagunça. 

- Eu não fiz nada de errado. - Ergueu as mãos. - Eu não fiquei com ela, eu não a chamei para vir aqui. 

- Mas ela apareceu provavelmente com essa pizza nojenta e vc foi comprar um refrigerante para aproveitarem a noite de sábado juntos. - Micael estava preocupado com os gritos de Sophia, aquilo com certeza resultaria em multa do condomínio. 

- Não foi nada disso. - Tentava manter a calma. - Ela apareceu aqui com essa pizza, disse que precisava conversar com um amigo, porque a Vanessa brigou com ela e tal. 

- Ai você simpático e solicito como sempre foi ajudar ela, só que sem roupa. - Conseguiu falar ainda mais alto. 

- Sem roupa? - Franziu a testa. - Do que você está falando?

- Ah, precisa de um desenho agora? - Seu tom abaixou mediante a confusão de Micael. - Essa mulher abriu a porta pra mim sem blusa, Micael. Ela não teve nem a vergonha na cara de se vestir pra abrir. A sua cama está bagunçada também, eu preciso de mais indícios de que você estava a ponto de comer essa garota? 

- Sophia, eu estava a ponto de comer ela e resolvi ir comprar uma coca-cola? - Apontou para a garrafa no chão. - Sabe que isso não faz nenhum sentido. 

- Vai ver já tinha terminado de comer. - Deu de ombros. 

- Sophia, eu não comi ninguém. - Rolou os olhos. - Muito menos a Duda. 

- Eduarda, Micael. - Gritou novamente. - O inferno do nome dela é Eduarda. 

- Ok, eu não fiquei com a Eduarda! - Deu ênfase no nome. - Ela apareceu aqui falando que estava se sentindo sozinha porque você - Apontou o dedo. - Convenceu a melhor amiga dela de que ela é apaixonada por mim. E eu não sei porque a Vanessa agora zela pela nossa relação que foi capaz de brigar com a melhor amiga. 

- Deve ser porque até a Vanessa percebeu que essa menina gosta de você. - Rangeu os dentes, estava muito irritada. - Qualquer idiota percebe, mas parece que você não quer enxergar. 

- Sophia, eu sempre tive uma amizade muito forte com ela, nós sempre comíamos pizza, sempre saímos pra lançar ou qualquer coisa do tipo. Vanessa nunca se importou. 

- Deve ser porque a Vanessa estava metendo um chifre imenso em você e adorava quando você estava longe. - Sophia se arrependeu no instante em que disse aquelas palavras, nenhuma raiva do mundo justificava dizer coisas cruéis a Micael. 

- É, deve ser por isso. - Seu tom era baixo, agora ele também estava com raiva. - Quer saber, eu acho melhor você ir embora pra sua casa. 

- Você está mandando eu sair do seu apartamento? - O olhou nos olhos. - Eu pego você com uma mulher seminua aqui, e você me manda ir embora? 

- Eu estou cansado. - Deu de ombros. - Eu não estava com nenhuma mulher seminua. 

- Então eu estou louca? Porque quando eu entrei, aquela mulher estava sem camisa. - As lagrimas recomeçaram. 

- Então pergunta a ela, cara. - Cruzou os braços. - Eu nem estava aqui, se você quer saber porque ela estava daquele jeito, pergunte a ela. 

- Você está brincando com o perigo. - Ele sorriu com o jeito q ela falou. 

- Sophia, eu te liguei quatro vezes quando a Eduarda chegou aqui, você não atendeu nenhuma delas. Eu queria te avisar que ela apareceu aqui para não acontecer essa briga ridícula que aconteceu. 

- Eu não recebi ligação nenhuma. - Foi a vez dela cruzar os braços. Micael saiu dali em busca de seu celular, quando voltou para a sala, mostrou o registro de ligação para a Sophia. 

- Olha a hora. - Ergueu uma sobrancelha. - Eu liguei pra você, sai do quarto e conversei uns quinze minutos com a Eduarda antes de ir comprar o refrigerante. Agora me responde, você me conhece muito bem, você acha que quinze minutos é o bastante pra mim? - Sophia corou na hora. - E por que eu te ligaria pra avisar que e a Eduarda estava aqui se eu tivesse a intenção de ficar com ela?

- Então aquela vagabunda de merda sabia que era eu e tirou a camisa de proposito. - Cobriu o rosto com as mãos, a raiva era tanta. - Eu vou matar. 

- Você não vai matar ninguém, você vai sossegar. 

- Eu não vou sossegar coisíssima nenhuma. - Ficou de pé encarando Micael. - Aquela mulher merece um corretivo. 

- Você não pensa no bebê não? - Segurou os braços de Sophia e lhe deu uma leve chacoalhada. - O bebê sente tudo o que você sente e você tá ai querendo arrumar confusão por causa de idiotice. 

- Micael, isso não é idiotice, essa menina está tentando nos separar. 

- E ela conseguiu, porque você  caiu na pilha errada e eu estou exausto de tentar manter a paz. - Soltou seus braços. - Eu vou repetir, acho melhor você ir para a sua casa. - Aquela noticia demorou a fazer sentido para Sophia. 

- Você está terminando comigo? - Ela piscou varias vezes tentando assimilar aquela noticia. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora