Para fugir de Thiago que a seguia para terminar aquela conversa, Sophia não hesitou e entrou de uma vez na sala de Osvaldo e fechou a porta atrás de si. Estava ofegante precisou respirar fundo algumas vezes para que seu corpo se acalmasse.
- O que aconteceu com você? - Osvaldo se levantou e chegou perto da enteada.
- Seu filho idiota fica me seguindo. - Disse com raiva e arrancou um sorriso de Osvaldo. - Isso não é engraçado, ele não me deixa em paz.
- Eu vou ter uma conversa com ele. - Pegou na mão de Sophia e a levou até a cadeira. - Ele já passou de todos os limites faz tempo. - Sophia assentiu, era impossível discordar. - Mas não te chamei aqui para falar do Thiago, te chamei por duas coisas.
- Está me deixando curiosa. - Ela sorriu. - O que aconteceu?
- Bom, primeiro eu queria perguntar como você está, se já se sente bem para voltar ao trabalho. - Ela adorava a preocupação do ex sogro com ela. Ele era como o pai que nunca teve.
- Eu estou bem sim, eu só não aguento Thiago me seguindo, mas ele vai parar de fazer isso, não é possivel que ele não vai se cansar. - Sorriu descrente e Osvaldo assentiu.
- A segunda coisa, bem... - Ele começou a ficar sem graça e Sophia desconfiou que tivesse a ver com sua mãe. Era a forma que ele sempre ficava. - Bem, eu queria... queria...
- Osvaldo, quando você vai falar da minha mãe você muda completamente. - Ela gargalhou o deixando ainda mais desconfortável. - Não precisa de toda essa cerimonia, ela já é sua namorada.
- Eu quero pedir a sua mãe pra casar comigo. - Ele disse rápido e Sophia arregalou os olhos antes de sorrir. - O que você acha?
- Eu tenho que achar alguma coisa? - Ela disse rindo. - Vocês dois são adultos e vacinados.
- Mas é que com toda essa confusão envolvendo nossa familia... - Foi interrompido por Sophia.
- Se vocês dois se amam, não podem deixar pra depois. O que aconteceu entre eu e Thiago não deve afetar vocês. Vá em frente, amo demais vocês dois, quero a felicidade de vocês.
- Ah, minha menina, se eu tivesse uma filha, queria que fosse como você! - Falou enquanto dava a volta na mesa e a abraçava.
- Como assim se tivesse? - Se afastou do abraço. - Você me tem, tá ótimo! - Ele deu um beijo na cabeça da mulher e a apertou de novo num abraço. Os dois ouviram a porta se abrir e olharam em direção a mesma. Thiago que estava na porta desde que Sophia tinha entrado, tinha se cansado de esperar.
- O que você quer, filho? - Osvaldo perguntou com toda paciência do mundo.
- Eu quero falar com a Sophia, uma conversa decente. - Não tirava os olhos da loira. - Ela não pode ficar me evitando para sempre, ela é minha.
- Thiago, você está ficando louco. - Osvaldo passou a frente e colocou Sophia as suas costas. - Ninguém é dono de ninguém. A Sophia não quer mais nada com você, vocês não tem o que conversar.
- É claro que temos. - Fazia que não com a cabeça. - Nós temos uma filha. Sempre vamos ter que conversar.
- Por que você não deixa a Sophia em paz e vai conhecer outras garotas, filho? - Ele encarou o pai como se tivesse falando o maior absurdo. - Você tem que seguir a sua vida.
- Eu não vou trair a Sophia, por mais que ela já tenha me traído. Eu perdoo você, Soph. É só a gente conversar.
- Você quer tanto assim conversar comigo? - Ele fez que sim com a cabeça. - Então você procura um psiquiatra e um psicologo, faz algumas consultas e depois nós conversamos.
- Eu não preciso de médico de maluco. - Cruzou os braços.
- Mas essa é a condição para nós conversarmos. - Ele suspirou e voltou a encarar Sophia. - E ai?
- Tudo bem, eu vou procurar isso ai. - Debochou. - E então você vai parar de fugir de mim? - Ela assentiu. - Tá bem então.
- Agora vai trabalhar. - Osvaldo mandou e o filho não respondeu, apenas saiu da sala. Sophia soltou a respiração que nem tinha percebido que estava prendendo. - Você acha mesmo que ele vai?
- Ele precisa ir, Osvaldo. - Ela suspirou. - Ele está louco, fala coisas insanas.
- Eu sei, eu já tinha pensado em colocá-lo em tratamento, mas eu sabia que ele não ia topar. Você foi bem esperta. - Eles riram.
- Espero que ele vá mesmo, quero que fique bem. - Sophia não tirava os olhos da porta. - Apesar de nunca perdoar o que ele fez comigo, ele é o pai da minha filha, não quero que ela sofra com um pai maluco e também não quero que ele repita o que fez comigo com outra mulher.
- Você tem um coração muito bom. - Deu um beijo em sua testa novamente e ela sorriu antes de se afastar.
- Agora vou trabalhar, preciso me inteirar das coisas.
- Bom trabalho e juízo naquela salinha! - Ele falou rindo e fez Sophia corar. Não respondeu, apenas saiu e foi para sua sala. Encontrou Micael super concentrado em seus afazeres. - Oi.
- Olha, a chefe gata voltou. - Ele falou rindo. - Como foi a conversa? - Ela foi se sentar.
- Osvaldo vai pedir a mão da minha mãe em casamento, acredita? - Ela riu, estava feliz por sua mãe.
- Eita, agora que o Thiago não descola nunca mais de você. - Estava um pouco enciumado.
- Como assim? - Ergueu a sobrancelha esperando a resposta do quase namorado.
- Ué, se a sua mãe casar com o pai dele, vocês vão ser familia. Já imagino os natais, todos vocês reunidos. Fofo. - Seu tom fez Sophia gargalhar.
- Você está com ciume! - Ela afirmou e fez com que ele virasse a cara. - Está com ciume dos nossos natais em familia.
- Eu não tenho ciumes!
- Então fala isso olhando nos meus olhos. - Ele não conseguia encara-la. - Viu só, está com ciumes. - Continuava rindo. - Você não precisa ter ciumes de ninguém, sabe por quê?
- Por que? - Agora ele a olhou nos olhos.
- Porque eu amo você. - Saiu de sua cadeira e sentou no colo do moreno. - Eu sempre amei você.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...