Virada - Capítulo 111

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- Sophia, meu amorzinho, você não precisa fazer esse drama todo. - Micael disse ao entrar no elevador de mãos dadas com a mulher. - Daqui a pouco a gente passa lá e pega a Cléo. 

- Não é drama. - Faltava pouco pra recomeçar a chorar. - A Cléo é tão pequenininha. - Ele apenas balançou a cabeça enquanto saiam do elevador e entraram na sala. Surpresa para os dois ver que Natália ainda estava ali. 

- Bom dia, Natália. - Ele foi cordial e sorriu á colega de trabalho. - Como está? 

- Estou bem. - Sorriu de volta e observou Sophia revirar os olhos. - Bem vinda de volta, Sophia. - Se levantou e parou de frente a loira com a mão estendida. - É um prazer te conhecer. 

- Prazer é meu. - Disse sem muita vontade de ser simpática.

Natália e Sophia não se conheceram antes porque Sophia não quis ir á festa de aniversario de Kauã, filho de Natália. Assim como Natália não tinha comparecido á festa de Júlia. 

- Você vai continuar aqui com a gente? - Micael perguntou curioso e foi para atrás de sua mesa se sentar. 

- Na verdade, o Osvaldo estendeu o meu contrato por mais duas semanas, era pra ter acabado na semana passada, mas como você faltou, ele acabou estendendo pra garantir. - Sophia fez uma careta. 

- Que ótimo, ficaremos os três nessa salinha minuscula. - Disse de cara amarrada. - Saudades de quando eu trabalhava sozinha. - Rolou os olhos e saiu da sala em busca de uma cadeira extra. Micael olhou para a colega e soltou um suspiro. 

- Não leve a mal, Sophia está odiando voltar ao trabalho e ficar longe da Cléo. - Ele deu de ombros e ela pareceu compreender, afinal também era mãe. - Ai está com um humor péssimo. 

- Ah, essa volta ao trabalho é sempre terrível, sofri bastante quando tive que deixar meu filho com a babá. 

- Taí algo que não da pra entender. - Ele deu de ombros. - Só sendo mãe mesmo. - Eles riram e Sophia entrou empurrando a cadeira para o lado de Micael. Os dois pararam de rir. 

- Por um acaso vocês estavam rindo de mim? - Perguntou ao se sentar. 

- Claro que não. - Micael deu de ombros e puxou a cadeira de Sophia pra perto dele. 

- Pareceu, pararam quando eu cheguei. - Insistiu ainda desconfiada. 

- Eu estava contando á Micael que eu entendo como está se sentindo, passei pelo mesmo ao ter que deixar o meu bebê na época. - Sophia desfez a careta, era bom ter alguém que a entendia. 

- Eu só quero é que esse dia acabe logo pra eu ir buscar a minha filha. - Pegou seu celular. - Alias, vou ligar pra minha mãe e ver como a minha bebê está.

- Ela deve estar dormindo uma hora dessa. - Micael rolou os olhos, mas ela ignorou e completou a ligação. 

- Ei, mãe. - Ficou de pé enquanto falava. - Como a Cléo está? 

- Está dormindo. - Ela soltou um suspiro. - Não tem nem uma hora que você deixou ela aqui Sophia, vai trabalhar, vai. 

- Eu fico preocupada, mãe. 

- Não fique, já cuidei de muito bebê. - Foi apenas o que respondeu antes de desligar o telefone. 

- E então? - Micael perguntou com uma sobrancelha arqueada. 

- Ela está dormindo. - Se sentou. - Eu acho que estou exagerando mesmo. - Arrancou um risinho de Micael e ela lhe deu um tapa no braço. - Para de rir de mim. 

- É bom ver você admitir isso. - Passou as mãos nos cabelos dela. - E outra coisa, você não pode esquecer que tem duas filhas. Não só uma. - Ela rolou os olhos. 

- Eu não esqueço da Júlia. - Bufou. - Para de drama. 

- Ah, agora eu que estou fazendo drama? - Fingiu indignação. - A menina sente sua falta tá. O dia todo colada na Cléo. 

- A Cléo é um bebê. - Justificou. 

- E a Júlia tem só cinco anos, precisa de atenção também. O pai dela sumiu e a mãe não dá atenção, coitada né. - Cruzou os braços para Sophia. 

- Depois eu que sou a dramática da relação. - Ficou de pé. - Quer saber, já que eu não tenho nem mesa e nem computador pra trabalhar, eu vou lá falando com o meu padrasto lindo. - Saiu da sala sem olhar pra trás e Micael negou com a cabeça. 

- A Sophia é muito difícil de lidar. - Ele disse a colega que tinha prestado atenção em tudo. - Ela não escuta as coisas, ai ou briga ou sai. - Bufou. - Não sabe conversar. 

- Mas vocês já estão há um tempo juntos, pelo visto você sabe lidar com ela. - Ele arregalou os olhos. 

- Natália do céu, estamos juntos há quase dois anos e já terminamos muitas vezes. É difícil de ficar de boa com ela se algo a tiver incomodando. - A mulher riu e não teve resposta. - Eu tive foi sorte que ela não implicou com você, senão eu não ia ter paz. 

- Mas eu sou casada. - Ergueu a aliança. 

- Ih, minha filha, quando ela cisma nada mais importa. E sabe o que é pior? - Fez uma pausa, mas logo continuou. - Ela acerta nas implicâncias. - Os dois começaram a rir. 

- É assim mesmo, mulher tem sexto sentido pra piranha. - Deu de ombros. 

- Já vi que o Cris deve sofrer na sua mão também. - Ela negou com a cabeça. 

- Eu sou um amor. 


Naquele dia Sophia só voltou para a sala perto da hora do almoço. Os três almoçaram juntos e Sophia e Natália se deram muito bem. Na volta para casa eles passaram na casa de Branca para buscar as meninas e Sophia ficou o tempo todo agarrada com a bebê. E isso não mudou nada nos dias que seguiram...

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora