Virada - Capítulo 45

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A semana no trabalho foi exaustiva ao extremo para Sophia. Se colocar a par de todos os assuntos que ocorreram em sua ausência era se afogar em leituras inacabáveis. Teve sorte por ter seu Micael ali para lhe ajudar prontamente. Ele fez com que os dias não fossem tão chatos. 

- Filha, sua mochila já está pronta. - A menina sorridente corria de um lado para o outro empolgada com a ida a casa de seu pai. - Para de correr, Júlia, vai se machucar e não vai poder ir. 

- Eu vou mesmo machucada. - Mandou língua para a mãe. 

- Júlia, você não pode fazer isso, é feio! - Brigou com a menina que não tinha nenhum respeito pelo que a mãe dizia e continuava fazendo. - Se você fizer isso de novo eu não vou deixar você ir para a casa do seu pai! - Disse séria e a menina instantaneamente parou de correr e de mandar língua. 

- Você é má. - Disse a mãe e Sophia suspirou. Não sabia controlar a filha, isso era fato. - Por isso que eu prefiro meu papai, ele me ama mais que você. 

- Júlia, você sabe que isso não é verdade. - Segurou no braço da filha para mantê-la perto. - Eu amo você mais que tudo na minha vida. 

- Não parece, mamãe. - Sophia suspirou e soltou a menina. Ficou observando enquanto ela saía pela porta, com a mochila nas costas e dando saltinhos. Enquanto seu coração estava partido por ter que se afastar da menina, ela estava contente e nem ligava de passar uns dias longe. Já tinha mais de um mês separada de Thiago e não tinha conseguido se aproximar nem um pouco da filha. 

Respirou fundo quando ouviu o interfone tocar e caminhou para a sala, queria dar um beijo na filha mesmo que ela não se importasse em se despedir. Não tinha ninguém na sala pra atender o interfone e ela viu sua menina na ponta do pé para tentar responder ao chamado. Achou graça e se aproximou atendendo. 

- Oi. - Falou séria já sabendo quem seria. 

- Vim buscar a Júlia. 

- Pode subir. - Ela liberou a entrada e desligou o aparelho. Geralmente não era ela que entregava a filha ao pai, mas aparentemente todo mundo da casa tinha saído. Abraçou a filha num movimento rápido a pegou no colo. - Eu vou sentir sua falta. - Colocou a menina mal criada no chão e se virou para abrir a porta depois de leves batidas. 

- Papaaaaai! - A menina gritou e pulou no colo do pai assim que a porta foi aberta. - Você demorou muito hoje. 

- Eu tive que resolver umas coisinhas antes, mas já estou aqui pra te levar pra mais um final de semana de diversão. - Fez cosquinhas na menina que se contorceu em seu colo. Em seguida olhou para a Soph. - Tá tudo bem?

- Está sim. - Ela respondeu seca. 

- Então por que tem lagrimas no seu rosto? - Esticou uma mão e secou sua bochecha, Soph se retraiu e ele retirou a mão. - Eu não fiz nada agora não né? 

- Não, Thiago, tá tudo bem. - Repetiu, ele suspirou e se virou para a menina entendendo a situação. 

- E a senhorita já se despediu da mamãe? - A menina assentiu. - Despediu direito com um beijão estalado? - Ela não respondeu. - Pois vai lá dar um abraço e um beijo na sua mãe, não vê que ela está triste? - Colocou a menina no chão e ela deu um abraço apertado em Sophia. 

- Eu te amo, mamãe. - Disse por fim e voltou para Thiago. 

- Eu também te amo, filha. - E ficou ali parada na porta observando Thiago levar sua filha. Era incrível como ele sabia controla-la bem. É, Sophia não tinha nascido para ser mãe. 

Já passava das quatro quando o interfone tocou novamente e acordou Sophia de seu cochilo no sofá. Ela levantou num pulo e ainda meio grogue foi atender. 

- Oi, quem é? - Perguntou coçando os olhos. Não tinha ideia de quanto tempo tinha dormido. 

- Seu príncipe encantado. - Ela sorriu ao ouvir a voz de Micael. - Será que eu posso subir? 

- É claro que pode. - Liberou a entrada e deixou a porta aberta. Correu para o banheiro, precisava escovar os dentes. Quando voltou, encontrou Micael já na sala com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. 

- Eu achei que você tinha fugido! - Disse rindo e estendendo o buquê. 

- Tive que ir ao banheiro. - Sorriu e abraçou as flores. - Elas são lindas demais! 

- É, eu sei. - Arrumou a camisa. - Eu tenho bom gosto. 

- E é modesto. - Os dois riram, Micael acompanhou Sophia até a cozinha enquanto ela preparava um vaso para as flores. - O que o traz a minha residência? 

- Bom, eu estava com saudades e queria te chamar pra ficar lá em casa esse final de semana. - Deu de ombros, não era a primeira vez que ela passava o final de semana na casa dele. 

- Ah, claro que vou, não resisto a você. - Ela se aproximou e o beijou. - É gostoso demais. 

- Sophia, Sophia. Acho que você é bem pervertida quando quer. - Sorriu iniciando outro beijo. 

- Pois é, e você adora! 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora