- Você só pode estar de brincadeira! - Vanessa então sorriu. - Você é a Sophia? A filha da tia Branca que fazia os melhores cookies do bairro?
- Issooo! - Disse empolgada. - Eu sabia que te conhecia!
- Eu não acredito! - Tinha a mão na boca, estava realmente surpresa. A mulher foi dar um abraço em Sophia e o olhar de reprovação de Micael não era nem um pouco discreto. - Menina do céu, por onde você andou?
- Depois que a gente se mudou de lá de São João aconteceu tanta coisa, menina! - Suspirou. - Você não tem noção.
- Eu imagino que tenha acontecido. - Olhou com um sorriso para a menina que agora estava escondida atrás de Micael. - A gente tem tanto papo para pôr em dia! Me dá seu telefone?
- É claro que sim! - Respondeu animada, Vanessa estendeu o celular, mas antes que Sophia pudesse pegar o celular, Micael puxou seu braço.
- Será que você pode me explicar isso tudo? - Ela o encarou feio. - Você só pode estar brincando, Sophia.
- Primeiro, me larga. - Puxou seu braço. - Segundo, a gente conversa depois. - Virou sua atenção a mulher ali parada e pegou o celular, lhe dando seu numero. - Me liga pra gente marcar alguma coisa, minha mãe vai amar te rever.
- Sim, eu vou ligar sim, com certeza! - Deu um outro abraço em sua amiga de infância. - Agora nós vamos indo.
- Tudo bem, a gente se fala. - Sorriu. Micael se despediu dos seus amigos e observou eles se afastarem.
- Será que agora você pode falar? - Ele perguntou a Sophia e ela suspirou, segurou na mão da filha e andou rápido para a casa, e o namorado foi atrás.
Eles não falaram nada o caminho todo, um clima terrível entre os dois quando passaram pela porta, todo mundo sentia. Branca, Jhenny e Osvaldo estavam na sala, vendo um filme de ação.
- Júlia, fica aqui e você sobe. - Micael ergueu uma sobrancelha pra ela, mas não discutiu, aquilo estava a incomodando.
- O que aconteceu? - Branca perguntou a neta quando viu os dois saírem de suas vistas.
- Eles ficaram de bem, mas eu acho que já brigaram de novo. - A loirinha fez uma careta. - Encontramos umas pessoas na rua, uma pareceu amiga da mamãe.
- Amiga? - Estranhou. - Só nos resta esperar.
Sophia fechou a porta depois que entrou em seu quarto e respirou fundo muitas vezes antes de se virar e falar com Micael, não queria ser grossa, mas precisava colocar limites nele. Não podia deixar que se tornasse uma especie de Thiago em sua vida.
Ela encarou o namorado que estava escorado no armário com os braços cruzados, não parecia nem um pouco feliz, mas ela também não estava.
- Você pode me explicar que palhaçada foi aquela? - Tentou achar mil maneiras, mas acabou sendo grossa.
- Palhaçada? - Franziu a testa tão irritado quanto ela. - Quem fez palhaçada foi você!
- Eu reencontrei uma amiga minha! - Pronto, a conversa sadia e calma que ela estava tentando ter, já tinha ido água abaixo, mas também não tinha feito muito esforço pra entender.
- Você encontrou a desgraçada da minha ex. A ex que desgraçou a minha vida, Sophia. - As palavras gritadas iam muito além das paredes daquele quarto. - Você encontrou aquela desgraça e o que fez? Deu a ela o seu número de telefone.
- Eu não tenho culpa se você ia casar com ela e muito menos que ela te traiu. - Deu de ombros. - Você não pode me proibir de ter amigas Micael, isso não é legal e eu não vou permitir que me diga com quem eu devo falar ou não.
- Eu jamais faria isso e você sabe, mas essa não é uma situação normal. Você não pode ser amiga daquela mulher.
- Eu posso ser amiga de quem eu quiser. - Suspirou e começou a abaixar o tom. - Nós nascemos praticamente juntas, convivemos até os meus 7 anos, eramos melhores amigas!
- E ela nem lembrava de você. - Bufou. - Você nunca me contou uma historia com ela, Sophia. Nunca nem sequer falou o nome dela pra mim, não vem com essa de melhores amigas.
- Ela não me reconheceu, mas ela lembrava de mim. - Rolou os olhos. - E eu não contei porque é coisa minha ué, não é como se a gente tivesse muito tempo de namoro. - Foi a vez dela cruzar os braços. - Tivemos uma semana na escola e agora alguns meses, você não sabe muita coisa sobre mim ainda.
- Será que você pode pensar em mim? - Suplicou. - Você manter contato com aquela mulher, vai me machucar. Eu não quero estar perto de alguém que só me fez mal.
- Você não vai estar perto, eu vou. - Colocou as mãos nas têmporas. - Eu amo você mais que tudo, mas você não pode decidir com quem eu saio ou não.
- Você está sendo tão injusta. - Falou baixo. - Eu faria isso por você.
- Micael, não é como se eu tivesse conhecido a sua ex e ido lá fazer amizade, eu já a conhecia. - Deu um passo pra se aproximar dele. - Eu só quero conversar com ela, saber das coisas. Não tem nenhuma garantia de que nós vamos voltar a ser melhores amigas. Até porque a Lua me mata. - Ela sorriu.
- Você não se importa nem um pouco com o fato dela ter sido minha noiva? - Ergueu uma sobrancelha.
- Ela te traiu é obvio que não gosta mais de você. - Deu de ombros e Micael fez uma careta.
- Nossa, obrigada! - Se afastou. - Eu gostava dela, Sophia. Eu a amava. Isso realmente não te incomoda. - Foi a vez dela fazer uma careta.
- Você disse que nunca amou ninguém como me amou. - Se aproximou dele de novo. - Era mentira?
- Não, não é mentira. - Encarou os olhos azuis penetrantes. - Eu a amei de uma forma diferente, mas amei. Eu quis casar e construir uma familia com ela.
- Você está me dizendo essas coisas pra quê?
- Porque você é louca, as garotas que eu nem gostava na escola você quase arrumou confusão e foi parar no hospital. Agora, alguém que realmente foi importante na minha vida, uma vaca desgraçada e miserável, você quer ser amiguinha.
- Micael... - Ele ergueu uma mão fazendo ela se calar.
- Você tem direito de escolher suas amizades. - Deu de ombros. - Vá em frente, só não se arrepende depois que a nossa relação virar um estresse só por causa dessa maldita garota. - Caminhou até a porta. - Eu vou embora.
- Fica aqui hoje, eu não quero ficar brigada com você. - Tentou se aproximar novamente.
- Hoje não, eu prefiro ir pra casa, amanhã a gente conversa.
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Virada [EM REVISÃO]
RomansaQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...