Virada - Capítulo 58

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- Nós ouvimos que a Sophia está grávida, não que você vai ser pai. - Chay tentou fazer uma brincadeira, mas recebeu olhares feios de todos os amigos. - Calma gente, era só brincadeira. 

- Muito sem graça, mané. - Micael cruzou os braços. - Vamos lá ver a Sophia.  - Disse empolgado e quase que saiu correndo até o terceiro andar do hospital onde estavam. Quando chegaram ao quarto, ela dormia tão serena que não parecia que nada tinha lhe acontecido. Micael se aproximou e colocou uma mão sobre sua barriga, fazendo carinho devagar. - Papai já te ama demais, filhão! - A barriga completamente reta de Sophia não teve nenhuma reação, como esperado, mas o rosto de Micael estava completamente iluminado depois de receber aquela noticia. 

- Micael, você é muito babão. - Arthur disse rindo e Micael levantou seu dedo do meio para ele. 

- Você fala isso porque já tem dois filhos né Arthur?! - O moreno respondeu com os braços cruzados. 

- E quando soube dos dois, ficou exatamente assim que nem você. - Lua entregou o jogo. - Um bobão. 

- Lua, é o momento de zoar o Micael. - Arrancou risos dos amigos. 

- Na verdade não tem que zoar ninguém. - Mel disse e se aproximou de Soph passando a mão em seus cabelos bagunçados. - Vocês acham que ela já sabia? 

- Se ela soubesse ela teria me contado. - Mica se aproximou. - Eu tenho certeza. 

- Ah, vocês estavam separados, vai que ela não quis contar até que voltassem. - Foi a fez de Chay falar e Micael soltou um longo suspiro. 

- Não, ela não sabia. - Lua se meteu pra defender a amiga. - Se ela soubesse, eu saberia! - Deu de ombros, certeza que quando ela acordar, vai tomar um susto. 

Eles ficaram conversando naquele quarto de hospital por bastante tempo e nada de Sophia acordar. Mel e Chay se despediram quase ao mesmo tempo que Arthur e Lua, já passava da meia noite e eles tinham que liberar a babá que estavam cuidando de seus respectivos filhos. 

Micael se recusou a sair do quarto de Sophia por qualquer segundo que fosse e em algum certo momento da noite, ele acabou pegando no sono naquela desconfortável cadeira. Já de manhã, quando Sophia finalmente acordou, ela sorriu ao ver seu namorado dormindo sentado, mas ainda assim, ali com ela. Aquilo era importante, significava muito. 

Foi a vez de Sophia ficar velando o sono de Micael, ela não queria acordar o moreno, então ficou quietinha observando ele e de vez em quando o teto branco, já que não tinha absolutamente nada pra fazer naquele hospital. Menos de uma hora após Sophia acordar, Micael abriu os olhos. 

- Ei, dorminhoco. - Sophia falou com a voz doce. - Bom dia. 

- Oi. - Sorriu. - Está acordada.

- Acordei há alguns minutos, não quis fazer barulho para não te acordar. - Ele se levantou e segurou sua mão. - Você estava fofo dormindo nesse sofazinho minusculo. 

- Tão fofo que agora estou com uma tremenda dor nas costas. - Se espreguiçou e arrancou sorrisos antes de a expressão de Sophia se tornar séria. 

- Aquilo de ontem foi o que? Crise renal? Apendicite? Eu vou ter que operar pra tirar alguma coisa? - Seu rosto estava apavorado. - Responde, Micael. O que eu tenho? 

- Não é nada grave. - Fez um suspense. - Mas vai ter que visitar o médico regularmente e pode ser que tenha que operar daqui á uns meses. - Ela empalideceu mais ainda, tinha tanto medo de agulhas que não se imaginava operando nada. 

- E o que foi dor que eu senti ontem?

- Você quase sofreu um aborto. - Ele falou a palavra com preocupação e tristeza, mas em seguida um sorriso se abriu e seu rosto se iluminou. Já na cabeça de Sophia nada fazia sentido. 

- Aborto? Eu não estou gravida, estamos separados há mais de dois meses. - Decretou. - Eu não tive enjoo, não tive tonturas, não tenho comido nada exageradamente, pelo amor de Deus, a minha menstruação está em dia! - Falou tão rápido que Micael achou graça. 

- O médico disse que você está gravida sim. - Deu de ombros. - O quase aborto teve a ver com a descarga emocional que você teve lá quase voando em cima da Aline depois que ela disse aquelas coisas. Mas a gravidez explica aquele seu descontrole de querer arrumar confusão com todo mundo. São seus hormônios. 

- Aquela bruaca me paga ainda. - Disse rangendo os dentes. - Mina ridícula. 

- Esquece aquela bruaca. - Riu do termo que usou. - Ela é só mais uma mal amada que tem raiva de você porque eu larguei ela na escola. - Deu de ombros e Sophia sorriu. - É uma idiota. 

- Eu pensei que as suas namoradinhas sabiam exatamente quem era Micael Borges. - A conversa agora descontraída, deixava Sophia mais calma. 

- E sabiam né, isso não as impedia de ficarem recalcadas quando eu não queria mais saber. - Deu de ombros. - Ainda mais a Aline que sabia que eu a larguei por você. - Piscou um olho e fez a namorada rir. 

- E a Letícia? - Perguntou com vergonha de ter implicado com a menina que depois lhe ajudou. - Eu pensei que ela não fosse me ajudar.

- Ué, por que não ajudaria? - Ergueu uma sobrancelha. - A Lê não é ruim não. - Riu, mas a mulher não achou graça nenhuma. 

- Porque ela queria você ontem. - Micael riu mais ainda. - Isso não tem graça. - Fez um bico. 

- Amor, a Letícia me perguntou sim se eu estava namorando e eu ri em resposta, como te contei. - Ela rolou os olhos. - Mas em seguida eu contei a ela que estávamos juntos. 

- Mas nós não estávamos juntos... - Desfez o bico e encarou o namorado tentando entender o que aconteceu. 

- Minha linda, eu não separei de você pra pegar ninguém por ai e eu nunca me considerei solteiro de verdade. - Deu de ombros. - Eu dei um tempo por causa da sua filha, porque ela ia estar sempre atrapalhando a nossa relação. 

- Você estava tão distante de mim... - Seus olhos se encheram de lagrimas, hormônios. - Eu achei que você não queria mais ficar comigo. 

- Eu amo você e sempre vou amar, como eu já disse antes, ficar afastado de você foi uma verdadeira prova de resistência, mas eu jamais ia pra uma festa ficar com alguém na sua frente né. - Ele cruzou os braços rindo. - Eu nem ia dançar, ela que me obrigou. 

- Ela não te obrigou, você que é bundão e não sabe dizer não. - Fez bico de novo. 

- Ei, eu realmente terminei com ela pelo telefone, foi mancada. - Deu de ombros. - E além do mais, você fica linda com ciúme, eu não resisti. - Se aproximou e deu um selinho dela. - Eu amo você, minha bobinha! - Colocou a mão sobre sua barriga de novo. - Você e nosso bebê. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora