Sophia chegou na casa da mãe dela pouco antes do almoço, surpreendendo sua mãe e sua irmã ao abrirem a porta.
- Ai meu Deus. - Jhenny, agora com 16 anos, cabelo até a bunda e pintado de rosa, gritou ao ver a irmã na porta. - Que bom ver você aqui! - Não largava a irmã por nada. Aquelas duas sempre foram grudadas demais.
- Eu também estava com saudades, Jhenny. - Deu um beijo na bochecha da irmã. - Como vocês estão?
- Estamos bem. - Deu de ombros. - E você pequena, da aqui um abraço na tia. - Jhenny pegou a menina no colo e as três entraram. Branca estava na cozinha, preparando o almoço, caminharam devagar até lá.
- Ei mãe! - Soph disse sorrindo e a mãe se virou e abriu um sorriso gigante. - Viemos visitar.
- Minha filha! - Foi dar um abraço e entregou a colher de pau na mão da filha caçula para que ela mexesse a carne. - Que bom que vocês duas estão aqui. - Deu um beijo na neta que tava em seu colo agora. - Tinha tanto tempo.
- É mãe, eu ando tão atarefada. - Se justificou. - Mas penso em vocês duas a cada minuto.
- Nós também, mana. - Jhenifer falou de longe. - Estávamos ansiosas pela sua visita de novo. Tenho tanta coisa para te contar. Eu estou namorando. - Disse empolgada e tirou risos da irmã mais velha.
- Como assim namorando? - Tentou ficar séria. - Você é meu bebê. - A menina rolou os olhos.
- Oxe, até a mamãe está namorando. - Ela disse rindo e Branca rolou os olhos.
- Eu não estou namorando. - Ela se defendeu, mas Sophia caiu no riso.
- Que avanço hein. - Deu um tapinha no ombro da mãe. - Da ultima vez que eu vi, a senhora estava apenas dando uns pegas no Osvaldo. Vai me dizer que está namorando meu sogro? - Branca ficou vermelha demais.
- Parem vocês duas. - As filhas não conseguiam parar de rir. - Não namoro ninguém.
- Eu acho que o Osvaldo me contaria. - Ela riu. - Você devia namorar, ele é um bom partido, bonito, elegante, simpático.
- Melhor que seu marido. - Sophia suspirou. - Desculpa Soph.
- Tudo bem, não é só você que tem essa opinião. - Ficou um clima estranho na cozinha. Branca colocou a neta no chão, verificou a comida e desligou o fogo.
- Vamos para a sala. - As quatro caminharam e se sentaram. - Filha, qual é exatamente o motivo dessa sua visita? Tem algo te incomodando né?
Sophia ficou sem graça, olhou para os lados e em seguida para a filha. - Jhenny, será que você pode brincar com a Julia um pouquinho?
- Posso sim. - Se levantou e pegou a mão da menina. Saiu olhando algumas vezes para trás.
- Fala filha. - Se levantou e sentou ao lado dela no sofá. - O que está acontecendo com você?
- Mãe, o Micael voltou... - Ela mal tinha começado a falar e já tinha o olho cheio de lagrimas. - Ele está trabalhando comigo, na minha sala.
- Que coincidência inacreditável. - Ela riu um pouco. - Vai me dizer que o Thiago já está implicando.
- Ai mãe, eu não sei o que pensar. - Ela desabou. - Eu não acho tão fora do normal o jeito do Thiago, ele tem um pouco de ciume, eu sei disso. Mas sei lá...
- Filha, ele não tem um pouco né, nós sabemos disso. - Branca falou com a voz doce e passou um braço pelos ombros da filha.
- Ele só me pediu pra me afastar do Micael. - Fungou. - Eu não achei que ia mudar muita coisa na minha vida.
- Filha, eu já conversei com você a respeito do Thiago te proibir de fazer as coisas. Ele manda nos seus amigos, nos lugares pra onde você sai, na sua roupa, meu amor. Eu sei que você o ama, mas isso é tão prejudicial a você.
- O problema é que eu vi o Micael e de repente me senti uma adolescente besta de novo. - Fungou de novo. - Apaixonada por um cara que só queria me usar.
- Sophia, você ainda gosta dele? - Branca sorriu.
- Mãe, eu ainda não admiti isso para ninguém, nem pra mim mesma. - Passou a mão no rosto tentando se livrar de algumas lagrimas. - Eu só sei que a gente se deu tão bem no primeiro dia.
- Filha, se você quer ser amiga dele, seja. - Foi a vez de Branca tentar secar algumas lagrimas. - Thiago tem que entender e confiar em você.
- Queria que as coisas fossem tão simples assim. - Suspirou. - Eu vou comprar uma briga terrível com Thiago se eu resolver falar com o Micael.
- E quem disse que ele precisa saber? - Falou com um sorriso de lado. - Ele não tem como vigiar sua vida empresarial, ele não trabalha mais lá.
- Está sugerindo que eu minta? - Sophia tinha os olhos arregalados.
- Não, você não precisa dar satisfação disso, filha. Não é nada de errado manter conversa com um colega de trabalho. Aos poucos você vai conseguir convencer seu marido de que isso e uma bobeira.
- Não sei mãe...
- Sophia do céu, você precisa ser feliz. - Disse por fim. - E eu não vejo você feliz nesse seu casamento que parece uma prisão. - Deu um beijo na testa dela. - Agora vamos almoçar. Vem!
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...