Capítulo 03.

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AYLA.

Acordei ouvindo maior falatório da tia Gabriela pelos corredores, passei o final de semana na casa dela, na Gávea porque a gente foi pra Cabo Frio e hoje eu ia voltar pro Alemão hoje porque a vida continua e eu tinha meus compromissos.

Depois da prisão da minha vó e do divórcio, minha tia achou melhor dar um rumo diferente pra vida dela! Mas não adiantou de muita coisa, porque ela vive do escritório pro Alemão, dorme no quarto dela e tudo. A Gávea só foi bom pra ela no primeiro ano de separação.

Levantei da cama e fui ver o que tava acontecendo, porque a voz da minha tia estava exaltadíssima. Tava vendo bem a hora da mona ter um infarto, um ataque, sei lá.

Gabriela: Olha aqui Paulo, presta atenção no que eu vou te falar tu para de passar a mão na cabeça e tentar amenizar as merdas que Pablo faz. Não é certo eu me foder de trabalhar, tá em porra de porta de cadeia faça sol, faça chuva e eu na minha folga ainda ter que sair de casa de madrugada pra ir buscar Pablo em delegacia. - falou berrando mesmo.

Pablo tinha feito merda outra vez, mas até aí não é novidade nenhuma.. Garoto ama esquentar a cabeça da minha tia, aí quando ela explode, ele aciona o pai e o resultado é esse aí: Gritaria e muito xingamento.

Gabriela: Bati mesmo, meti a porrada já de dentro da delegacia e vim até em casa batendo porque eu não tive filho pra me fazer passar vergonha do tanto que eu tive e se aprontar de novo, fique você sabendo que eu vou bater e acabou. - disse se sentando no sofá - Não me interessa, vai tomar no teu cu e eu quero que tu se foda.

Desligou e tacou o celular dela em cima do sofá.

Ayla: Que isso, tia? - me aproximei dela e me sentei ao seu lado.

Gabriela: Pablo apreendido com cem gramas de maconha. Imagina eu ir dormir e acordar com telefonema do delegado falando que meu filho foi preso com cem gramas de maconha com um bando de traficante. - passou a mão no rosto - Isso na minha época era corrupção de menores e cem gramas já é tráfico e eu te juro que eu quero saber onde foi que eu errei pra passar por isso! Não satisfeito, Pablo liga pro pai dele e o resultado tá aí ó, perturbação na minha cabeça e te falar se eu deixar, Pablo vai pelo mesmo caminho do pai dele e sabem quem é que vão culpar? Eu. - bateu no próprio peito.

O celular dela vibrava sem parar e era ele mesmo falando um montão pra ela.

Ayla: E cadê Pablo? - procurei ao redor.

Gabriela: Mandei subir pro quarto dele antes que eu jogue ele pela sacada e vá presa por homicídio e afunde minha OAB e tudo que eu estudei tanto e lutei tanto pra ter. - me olhou - Vamo tomar café e eu te levo lá pro meu pai, tô de folga e hoje eu vou passar o dia com ele.

Ayla: Que boa notícia, quero ser chique assim. - brinquei e ela riu.

Concordei e fui porque carona é melhor do que gastar com Uber.

Ela subiu as escadas e só ouvir ela dando uns gritos no Pablo pra ele levantar e se arrumar que ele também ia pro Alemão no amor ou na dor.

Dei um jeito e fiz um café esperto com direito a omelete.

Ayla: Só faz merda em filho. - falei pro bonito que veio todo putinho pra cozinha.

Pablo: Não enche, Ayla, não enche. - se sentou e se serviu.

Ayla: Não enche é? Tu vai ver, vovô vai falar um montão pra tu deixar de ser otário e isso se ele não te pegar. Tu querer usar é uma coisa, agora ficar dando mole na pista sabendo que tua mãe é conhecida de polícia é muita burrice. - taquei o pano de prato nele - Pega tua visão aí, bandidão. - debochei.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora