Capítulo 142.

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BN.

Coé, vagabundo tem paz quando? Nunca, né! Papo de menos de vinte quatro horas desde a prisão do meu avô e tudo que eu vi foi só dor, choro, desespero e descontrole.

A minha vó estava trabalhando quando tudo aconteceu, só deixaram pra dar a notícia pra ela quando ela saiu do plantão dela e parece que foi pior do que se ela estivesse com ele na hora.

Karina: MEU MARIDO, EU QUERO MEU MARIDO! - gritava desesperada tentando se desvencilhar de mim, chorando um montão.

BN: Ele vai sair de lá, vó! Vai dar certo. - falei tentando confortá-la.

Karina: Não vai, Breno! Para de tentar me enganar, ele não vai sair. - me sacudiu.

Thalía: Mãe, não adianta a senhora ficar assim agora. - se aproximou - Vem aqui comigo um pouco, vem. - pegou na mão dela e eu a conduzi até o sofá dela.

Se eu pudesse resumir tudo o que tá acontecendo numa única palavra seria: destroço. Foi tudo o que ficou quando meu avô foi preso.

Parece que a minha vida é um cubo mágico, arrumei minha vida com a Maísa, meu avô Guto sai da cadeia e agora o meu avô Marreta é quem vai.

Sabe aquela partida de futebol onde um sai e outro entra no lugar? Era o caso.

Vó Yara se sentou ao lado dela e a Thalía me puxou de canto.

Thalía: Cadê o TH? Esse garoto não dá um sinal de vida, não aparece nem pra falar merda. Será que ele já sabe que meu pai foi levado? - colocou a mão na cintura.

BN: Eu não faço a mínima ideia onde ele tá intocado, da Penha ele não saiu e tudo isso tá estranho. - cruzei os braços.

Thalía: Será que ele tomou um tiro?

BN: Tomou tiro porra nenhuma, se tivesse tomado nós não ia tá sabendo? Já tinha meio mundo de otário que anda com ele aqui no portão. - fiz gesto de deixa pra lá.

Na mesma hora ouvi alguém bater palma, fui logo botando a cara pra ver se não era o TH. Felizmente ou infelizmente, não era ele que tava no portão.

Era o ex da Thalía e mais sete com ele tudo de fuzil.

BN: Qual foi, Perverso? - encarei ele - Minha avó já não falou que não quer ninguém na porta dela armado, abaixa essa porra aí pô, tá tilt?

Perverso: Aí Brenin, te respeito pra caralho, mas pô, vim só cumprir ordem, papo reto!

BN: Desembucha, qual foi? - cruzei os braços.

Perverso: Porra, TH assumiu o cargo do teu pai, tá sabendo? - neguei com a cabeça - Aí ele deu o papo, mandou que geral da família de vocês aí meta o pé da favela.

Karina: Thiago mandou o quê? - falou antes que eu abrisse a boca, veio lá de dentro fumaçando - Eu acho que eu não entendi direito.

BN: Que parada é essa aí, neguin? Tu tá botando minha avó pra fora da casa dela? Tá ficando maluco nessa porra? - quis avançar, mas a Thalía tentou me segurar.

Perverso: Com todo respeito, Brenin, não sou eu não, jamais faria isso com vocês mermo que eu fosse frente. Isso é coisa do TH. - fez sinal pra abaixar os fuzil e os cara abaixou - Me leva a mal não dona Karina, considero a senhora pra caramba, mas isso é coisa do teu filho.

Karina: Onde é que aquele filho de uma puta tá? - olhei pra ela surpreso - Filho de uma puta mesmo porque é o que eu sou! Dei a vida pra aquele moleque, dei carinho, dei amor, me matei de trabalhar igual uma vadia naquele hospital pra agora no início da minha velhice eu ser colocada pra fora da minha casa. - riu indignada.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora