Capítulo 80.

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AYLA.

Eu achei que o velório do tio do meu pai ia durar pelo menos uma hora e meia, mas se arrastou por mais algum tempo. O tempo suficiente de sair outros pequenos barracos com a viúva e as amantes. O homem nem foi enterrado ainda e já tão brigando pela herança que o morto deixou.

Íris disse que ia tomar as casas das amantes nem que fosse na bala.

Diana: Ela tá com sangue no olho. - comentou baixo enquanto a gente assistia a baixaria.

Fabiana: Cachorro que late muito, não morde. - falou revirando os olhos - Se ela tivesse disposição nem avisava.

Ayla: Ela tá se esquecendo que a casa das amantes na verdade fica pros filhos. - falei.

Fabiana: Bem lembrado. - olhou ao redor - Cadê meu marido?

Gabriela: Tá do outro lado fofocando, mãe. - segui a direção que a minha mãe tava olhando.

Ayla: E a conversa tá boa, vovô não para de rir. - apontei pra onde ele tava sentado rindo.

Gabriela: Déborah tá falando de mim, alá, desde que eu cheguei que ela não tira o olho de mim e do bonito ali. - olhou pro meu pai que se sentou perto dos parentes dele.

Patrícia: Desde quando tu liga pro que o povo fala? Vai esquentar a cabeça a toa. - falou abrindo uma garrafa de água.

Gabriela: Eu vou esquentar é a minha mão na cara dela já já. - riu - Olha, não consigo gostar dos meus parentes, imagina os parentes do PH por parte da mãe dele.

Imperatriz: Eles me amam pra não falar outra coisa. - riu - Tô nem aí, mas você não vai descer o nível e outra coisa, tá grávida, fique na sua.

Diana: Quando eu morrer Fabiana, não deixa esse povo passar o dia todo pra me enterrar não. - comentou - Calor insuportável desse e esse povo nessa daí.

Fabiana: Eu quero que o meu dure dois dias, tenha uma roda de samba e quero ser enterrada ao som da bateria furiosa do Salgueiro. - disse decidida e riu - Tô rindo, mas tô falando sério.

Ayla: Eita como a senhora fala besteira, vó. - me bolei - Para com essas coisas aí de morrer.

Fabiana: Tô deixando todo mundo avisado. - me olhou sorrindo - Nasci pobre, mas vou morrer rainha.

Patrícia: A senhora tá demais hoje.

Gabriela: Eu vou lá buscar meu celular no carro do PH, esqueci. - passou a mão no bolso do vestido.

Ayla: Eu vou com a senhora.

Minha mãe levantou e foi andando, conforme o pessoal dava passagem, ela cumprimentava o povo que falava com ela e perguntava sobre a Alaninha. O ruim mesmo foi quando ela teve que passar na frente da tal Déborah que fez questão de falar besteira sobre meu pai, só que a minha mãe ouviu.

Gabriela: Tu não supera o PH não né? - deu risada - Quase vinte anos depois tu continua a mesma intragável de sempre.

Déborah: Se toca Gabi, ninguém quer teu macho não. - riu debochada.

Gabriela: Pra você é Gabriela! - disse bolada - Ninguém quer? Isso é o que tu acha e aliás fala da boca pra fora, mas já sei que foi você que ligou pra ele pra avisar, inclusive ele tava comigo do lado.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora