Capítulo 65.

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FALCÃO.

Acordei com uma claridade no rosto, uma dor na parte de trás da minha cabeça e dei de cara com a luz branca do teto de um quarto de hospital. No meu braço tinha um acesso, bagulho de tomar soro e quando eu olhei pro lado o PH tava lá com a cara séria de sempre.

Falcão: Que porra é essa aqui, parceiro? - falei sem entender nada.

PH: Tu foi sequestrado, deve ter apanhado pra caralho e aí a mãe chegou lá na pista, aquela que cai lá na Reduc, só Deus sabe como e mandou que eu trouxesse tu pra cá e é bom que nós já vê se tá sequelado aí. - se aproximou de mim todo debochado - Tá tudo suave, já pagamos pra manter o sigilo que tu tá aqui.

Falcão: Tira onda não, não tô bom contigo ainda não. - encarei ele sério pelo deboche dele.

PH: Eu tô e te vendo com essa camisolinha, aí é que eu tô bom contigo. - deu risada e eu mostrei o dedo do meio pra ele - Coé, tu me deu mó susto menor. Já te falei um milhão de vezes, deixa pra ir buscar esses bagulho de madrugada, mas tu é teimoso mermão.

Falcão: Ah, minhas bola agora é de cristal. - falei na ironia - De qualquer forma, o prejuízo tá aí e eu vou ter que me adiantar, bora, chama alguém pra tirar essa porra aqui do meu braço que eu tô de alta. - levantei de uma vez e o PH me segurou.

PH: Para esse cu aí, depois nós senta pra ver o que que deu errado. - me olhou sério - Aí queria te dar o papo reto.

Falcão: Eu também queria te dar o papo e como eu sou o mais velho, vou dar o papo primeiro, jaé? - dei uma pausa - Eu sei que dei mancada, falei uns bagulho que não era pra falar, escondi o bagulho do teu filho, mas tô arrependido de verdade e tô pra te pedir perdão. Nós dois somos irmão, não interessa se é só metade. Se foda pô, pra mim nós dois somos um só e pra mim tu é o melhor, papo reto. - ele me olhou com a postura de ruim que ele tem por vida, mas abriu um sorrisinho de lado.

PH: Teu discípulo tomou o morro da fé e agora é patrão. - deu risada - A gente é todo errado, vive numa vida mais errada ainda, mas de uma coisa eu tenho a maior certeza. - deu uma pausa e pegou na minha mão - Eu te amo muito, tralha. - me abraçou e beijou minha cabeça - Tu não vale porra nenhuma, Matheus, mesmo com nego me pedindo duzentos mil por você, tu não vale nada. - nós dois riu - Mas eu te amo, safado.

Falcão: Eu acho que te amo mais e eu sabia que esse moleque tinha jeito pra chefe. - sorri convencido - Tá no sangue e nós sempre vai tá em todos os lugares. - o abracei forte - Obrigado, seu filho da puta.

PH: Ô Fabiana, vem ver Matheus te xingando aqui. - falou alto e nós dois riu.

Falcão: Chama alguém pra tirar essa porra do meu braço, bagulho chato bipando. - falei impaciente.

PH: Para de fofoca, fica aí que até o fim do dia tu vai ser liberado. - disse me olhando sério.

Falcão: Duvido eu ficar aqui o dia todo, menor. - gesticulei. Levantei meu braço e puxei o acesso com tudo.

PH: Deixa de ser doido, tu é teimoso em caralho. - tava puto já - Olha aí o sangue descendo.

Falcão: Medinho? - ri debochado, pegando o lençol que me cobria e usei pra estancar a porra do sangue.

Joguei o bagulho que tava preso no meu dedo em cima da cama, desci da mesma e achei minhas roupas numa sacola do Guanabara dentro do banheiro. Troquei de roupa, botei meu boné pra trás e quando eu saí devidamente vestido, o médico já estava dentro do quarto.

— Matheus Carvalho Falconi? - ele leu na ficha e eu acenei pra ele seguido de um sorrisinho - Seus exames só ficam prontos no início do dia de amanhã.. - o interrompi.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora