TRINDADE.
Caí no tráfico quando eu fiz vinte e dois anos. O sonho da coroa era me ver formado. Talvez arquitetura, talvez engenharia, talvez direito já que cliente com certeza não me faltaria. Porém, antes mesmo que eu me decidisse, a bala cantou dentro do Chapadão e quando a minha ficha caiu eu tava enterrando o meu pai, o Nando do Chapadão.
Não é desculpa, mas fraquejei e deixei de ser só o Caio pra me tornar o Trindade. Abracei os problema do Chapadão e hoje eu toco os bagulho da forma que dá. Se desse pra voltar atrás, acho que faria de forma diferente porque eu não sou feliz de fato com a vida que eu levo.
O crime tem seu lado bom, fama, poder, respeito, dinheiro pra caralho, várias panicat jogando na minha cara até porque eu não sou tão feio assim, né rapá? Bom, pelo menos a minha mãe diz que eu sou muito lindo e eu acredito.
Eu tenho quatro filhos com quatro mulheres diferentes: Três meninos e uma garotinha que é a mais nova. Fora os que ainda não chegou no meu conhecimento porque de certeza eu devo ter mais uns dez espalhados por aí.
Eu não sou o pai do ano não, mas cumpro minha obrigação e fiz questão que meus filhos crescessem fora dessa selva de pedra que eu vivo. Comprei casa na pista, botei no nome deles, pago a pensão e dou dinheiro extra pras coisas dos moleque.
Se tão doente, eu chego junto, faço questão de saber letra por letra. Se der caô na escola, eu sou o primeiro a querer saber o que tá rolando. Vou buscar pra passar a semana comigo, nas férias da escola a mesma parada, mas nenhum mora comigo e nem perto de mim.
Minha relação com as mães dos moleque é tranquila, ou menos com três delas são. Até porque o baile seguiu, a maioria tá casada e tão em outra vibe. Só meto meu dedo se os arrombado for de caô pra cima dos meus filhos, mas se não tem treta com eles, tô em paz.
Só quem faz questão de infernizar a minha vida é a Camila, mãe da Eva que tem apenas dois anos e seis meses e pra isso ela não mede limite e nem esforço.
Que mulher filha da puta.
Ali pode dar dinheiro, pode dar jóia, pode comprar o Rio de Janeiro todo pra ela que ela ainda tá insatisfeita. Já cheguei a achar que o problema era a falta do meu piru, mas nem com tudo isso a mulher para de esquentar minha cabeça e qualquer confusão que dá entre eu e ela, ela quer me punir impedindo que eu veja a minha filha.
E essa semana era uma dessas que eu tava com a cabeça a mil e pra acalmar o juízo, inventei de levar a Ísis pra sair.
Cara de mandada, mas até que tem um papo legal e fode que é uma coisa do outro mundo. Aqueles olhos verde parece que me traz sossego, tenho que confessar e já que ela tava na pista, nada mais justo que nós ter um replay do que nós viveu no meu aniversário.
Greice: Tá sabendo da novidade? - minha mãe afastou meus pensamentos entrando no meu quarto.
Eu tinha minha casa, mas gostava de viver mais aqui na minha mãe do que lá.
Trindade: Que novidade? - olhei pra ela que estava cheia de sacolas.
Greice: Amendoim te avisou ainda não? - vesti a camisa e neguei com a cabeça já escaldado - Camila se mudou pra cá, tá lá naquela casa que você deu pra ela ficar recebendo o aluguel além de tudo que já dá.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.
Fanfiction"Uma dupla explosiva muito perto do calor, perigosa é nossa vida e tão seguro é o nosso amor..." A família continua crescendo e agora a tendência dos cabelos da matriarca, Bibi Imperatriz, é ficarem brancos porque os netinhos cresceram. Vem conferir...