Capítulo 87.

1.4K 142 32
                                    

GABRIELA.

Nunca pensei mesmo em ser mãe aos quarenta anos e achei até os últimos quarenta e cinco minutos do segundo tempo que eu não iria aguentar o processo. Eu tinha medo de ter alguma complicação e acabar não resistindo, eu confesso. Mas graças a Deus, Alana nasceu e nós nos recuperamos bem.

Saí do banheiro parecendo um caranguejo, Alana adivinhou e abriu o bocão. Peguei a pequena surtada no colo, botei o peito pra jogo e me sentei na poltrona com cuidado. Eu que lute com a amamentação e enquanto ela mamava eu observei os detalhes dela, sofri horrores pra vim a cara sonsa do pai dela. Que karma!

Na hora que ela parou de mamar, a porta se abriu e era o meu sócio fabricante que chegou com flores e uma bolsa minha. Provavelmente com a minha roupa de sair daqui, porque eu não aguento mais ficar nesse hospital.

PH: Bom dia, neguinha. - já veio sorrindo e fechou a porta com o pé.

Gabriela: Bom dia, meu nego. - sorri.

PH: Ela tá acordada? - colocou as coisas em cima da cama.

Gabriela: Tá sim, põe ela pra arrotar. - me ajeitei na poltrona e esperei ele lavar as mãos.

Ele pegou ela no colo, levou ela pra arrotar e enquanto isso eu colocava meus peitos no lugar que é dentro da camisolinha. É, acho que eu vou precisar de um silicone pra depois do desmame da Alana.

PH: Imperador teve aqui hoje? - me olhou e ajeitou a Alana no colo dele.

Gabriela: Esteve, ficou um tempinho aqui comigo, bagunçou com a Alana e foi embora. Ele me disse que ia pra Penha. - me levantei e aproveitei pra pentear meu cabelo.

PH: Moleque tá indo bem na gestão, fiquei sabendo pelo pai que ele levantou as contas de lá e ainda encomendou um fuzil de ouro cravejado com diamante. Não sei se eu acho bonito ou se eu acho uma loucura.

Gabriela: Depende do ponto de vista, tá preparado pra ver Alana portando uma arma daqui a mais quinze anos? - levantei a sobrancelha pra ele.

PH: Preparado eu não tô, mas antes de me pegar de surpresa eu vou logo ensinar, se não vai acontecer a merma fita que aconteceu com a Babi. - falou e eu estranhei.

Gabriela: Pera aí, do que você tá falando? - olhei pra ele desconfiada - O que é que tem a Babi?

PH: Babi pegou a Luíza com outra e meteu bala nas duas. - disse calmo e eu arregalei o olho.

Gabriela: Tá brincando né? - botei a mão na boca e ele negou.

PH: Ela mesmo foi lá na boca me contar e deixar a pistola do Falcão comigo.

Gabriela: Gente, eu nem sabia que ela sabia atirar. - fiz careta.

PH: Diz ela que aprendeu olhando o pai dando uns tiro em casa, mas eu não me convenci disso não. - deu uma pausa - Bom, vai ser contar pro meu irmão quando ele chegar.

Gabriela: Tadinha da Babi, ela deve tá sofrendo horrores. - passei a mão na cabeça.

PH: Eu não teria tanta certeza assim, ela me disse que ia pro Pagode lá na Penha no mesmo dia.

Gabriela: E tu queria que ela fosse chorar igual tonta? Ela é filha do Matheus, tu queria o quê? - falei como se fosse óbvio.

PH: Sei lá, tivesse dado uma coça nas duas, mas Babi meteu bala sem fazer careta, Gabriela. - disse sério - E se acaso ela mata as duas, e aí?

Gabriela: Caixão e vela preta, é simples. Tá cortando o mal pela raiz! - dei risada - Eu nem posso falar nada, ainda saio como errada.

PH: Não sei se foi maneiro não. - fez careta - E Falcão adiou a volta.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora