Capítulo 134.

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IMPERATRIZ.

📆 29 de Setembro, 22:00.
📍 Morro do Alemão, Rio de Janeiro.

Véspera do início do meu aniversário e eu me peguei no meu quarto, olhando minha caixa de fotos e enquanto isso acontecia, vinha um mar de flashbacks na mente.

Ao olhar a última foto que eu tinha com os meus pais, o Pedro e a Diana aí eu senti um aperto, mas quando eu vi uma foto minha com meu pai e a minha vó... Ah, aí o aperto foi maior ainda, chorei de saudade.

Tem hora que eu nem acreditava que estava chegando a mais um final de Setembro e consequentemente um ano a mais e no auge dos meus futuros sessenta e quatro anos digo que foi um prazer viver a minha vida.

MK: Tá chorando, Fabiana? - falou saindo do banheiro só de cueca.

Fabiana: Não. - sorri e tentei dar um jeito de esconder que estava chorando mesmo.

MK: Só se eu estivesse cego pra não conhecer esse rosto vermelho e esse bico aí. - veio pra cama - Te conheço uma vida toda, Fabianinha.

Só quem me chamava de Fabianinha era o meu pai quando estávamos em casa e entre conhecidos.

Murilo sentou atrás de mim no meio da cama e me puxou pra que eu encostasse minhas costas no peito dele e ficou olhando a foto junto comigo.

MK: Dona Zélia dava um caldo nesse tempo aí, a bicha era boa. - gastou e eu belisquei ele - Ai preta.

Fabiana: Respeita a minha vó. - falei segurando o riso - Ela era linda mesmo e uma mãe pra mim.

MK: Pra nós, preta! - pegou a foto da minha mão e ficou segurando enquanto eu acariciava a coxa dele - O único erro dela foi não ter vindo pro Alemão antes.

Fabiana: Ela só veio por causa da morte do Pedro, tu lembra disso né? A coitada tava cansada de perder gente da família dela... Meu avô, meu pai, Suene e o Pedro.

MK: Suene era gêmea da Keila né? - concordei com a cabeça - Toda geração tem um casal de gêmeos, essa parte da tua família é foda.

Fabiana: O primeiro caso na família Carvalho era meu avô lindo e graças a Deus por isso. - sorri.

MK: Família Falconi não tem essas coisas de dois não, nós vem único porque nós é raridade. - olhei feio - Agora tem, porque misturou com a tua! Nossos filhos, nossos netos e tô esperando os bisnetos.

Fabiana: A história da minha vó é coisa de doido, pretinho. A minha vó gostava do tio Valdir, o gêmeo do meu vô, acredita? Só que ele nunca gostou dela, ele gostava de outra e essa outra tava comprometida com o filho do prefeito de Tamboatá. Mas o Valdir também não era flor que se cheire, era mulherengo e naquele tempo a mulher que fizesse sexo antes do casamento era tratada como puta se o homem não a assumisse.

MK: Deixa eu adivinhar, preta... Esse Valdir comeu dona Zélia e ela virou puta? - perguntou inocente e eu ri da forma que ele me olhou.

Fabiana: O desgraçado sabendo que minha vó gostava dele, foi xavecar a coitada e ela caiu. Ela se deitou com o Valdir, o pai dela descobriu e foi maior caôzada! O pai dela era ruim, trabalhava na fazenda do prefeito, tinha moral e ainda tinha fama de matador e ameaçou a família do Valdir que também tinha gente de sangue no olho.

MK: Tá explicado o teu sangue quente, bandida. - riu e eu fiz careta pra ele.

Fabiana: Vai pra porra! - falei rápido e ele me abraçou - Começou a confusão lá das duas famílias e a minha avó acabou expulsa de casa pior do que tu expulsando Gabriela e PH. A coitada dormiu no mato uns dias porque ninguém dava abrigo pra ela, mesmo sabendo que o safado foi ele.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora