Capítulo 97.

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PH.

Clima essa semana era de preocupação e planejamento, depois de dar um basta na briga do meu irmão com a Babi, só me restou cuidar da vida e ir pra Penha conversar diretamente com o todo poderoso Marreta que estava cheio de ódio e queria a cabeça do Fluminense numa bandeja.

Enquanto isso Falcão continuava no Alemão de olhos bem abertos.

Tia Karina queria que o Marreta saísse da favela, mas ele bateu o pé e disse que da Penha só saía morto.

Parecia até meu pai falando, mas o ameacei de levar ele pra Rocinha no colo igual bebê, aí ele preferiu sair do morro andando com as próprias pernas. Inclusive, ele foi xingando eu e o meu irmão pra caralho.

Minha mãe costuma falar que quando você não quer descobrir nada, as coisas chegam até você. Durante o trajeto daqui pra Penha, avistei Bárbara na PCX e atrás dela o carro do Pablo que estavam indo pelo mesmo sentido que eu.

Não alarmei, reduzi a velocidade e dei uma volta no quarteirão pra dar tempo deles entrarem na Vila Cruzeiro sem notar minha presença. Depois de um determinado tempo, entrei e passei pela casa do meu tio e nem sinal dos dois.

Fui pra boca.

Marreta: Então tá confirmado mesmo na madrugada de sexta feira então?

PH: Tá sim, inclusive quero saber como é que o senhor vai fazer, vai ficar, vai pra guerra?

Marreta: Eu vou acompanhar, mas é lá no São João, quando vocês dominar lá aí eu entro. - disse sério - Agora se você e Falcão vão pra guerra, quem que vai ficar no Alemão?

PH: Chelsea. - falei convicto - Aí pra tomar o Juramento eu fico e Chelsea vai. O senhor já fez a escalação pra ver quem vai daqui?

Marreta: Já, TH, Dragãozin, Coruja.. - saiu falando o nome dos mano.

PH: Ô tio, deixa eu te perguntar, treinamento de tiro aqui na favela, o senhor costuma fazer por onde?

Marreta: Na mata, pô. Vou fazer onde? Ali antes da divisa com o Juramento. Por quê?

PH: Nada não, mas se acaso eu precisar eu mando um pessoal meu vim passar pelo treinamento. - menti na cara de pau.

Marreta: Não tá errado não, tem que manter o exército bem articulado.

Fiquei ali conversando um bom tempo com o tio Marreta, me despedi dele e resolvi dar uma voltinha pela mata.

Chamei o Coruja e o meu pessoal pra me levar até lá e quanto mais eu me aproximava, mais eu ouvia a rajada da M16.

PH: Sem fazer barulho vocês. - alertei.

Coruja: Ainda não tô entendendo legal essa parada aqui não, PH, não tenho o dia todo. - disse um pouco irritado e eu fiz sinal pra ele ficar quieto.

Imperador: Atira, porra! - gritou.

Bárbara: Não grita comigo, Imperador. - falou braba.

Por um minuto eu realmente desejei ser cego, mas vi o Pablo ensinando a Babi a atirar de M16 e o pior não foi nem isso, o pior é a facilidade que a Babi tinha pra atirar no alvo dela apesar da tremedeira momentos antes dela sentar o dedo.

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