Capítulo 44.

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GABRIELA.

[...]

— Sendo assim, comunico minha decisão: A justiça entende que apesar dos esforços da mãe, Danielle Rodrigues Costa, a parte autora deste processo, se mostrou instável e fora da possibilidade de proporcionar um lar. A justiça entende que não há nada que impeça o pai, Victor André de Moura de assumir o filho. A justiça entende que o menor, Victor André de Moura Júnior fique com o pai. Victor André de Moura Júnior ficará sob a guarda de Victor André de Moura. - o juiz bateu o martelo e eu sorri sem mostrar os dentes.

Mais uma vitória pra doutora Gabriela aqui e eu respirei aliviada.

A tal Danielle deu um show após a decisão do juiz e quase saiu do fórum direto pra delegacia ou seja ainda comprovou que eu não estava maluca.

Inventei de pegar um caso civil onde a mãe brigava com o pai na justiça pela guarda de uma criança de dois anos. A criança era um menino lindo, olhos azuis, parecia mesmo um anjo e bom, a mãe abandonou o lar quando a criança tinha seis meses.

Alcoólatra e possuiu problemas sérios com drogas e com suspeita de ligação com o tráfico de drogas, a cidadã me volta agora querendo tomar a criança do pai porque ele tem uma nova companheira que por sinal o ajuda a cuidar muito bem do Vitinho, como é chamado popularmente.

Minha área realmente é a criminalista e isso é inegável, mas quando esse pai me procurou e me contou toda a história e a situação, eu me lembrei do PH, lembrei da minha mãe contando sobre o dia em que foi buscá-lo no morro do 18 e pensei se a mesma coisa não poderia acontecer com essa criança.

Não pestanejei não, tomei conta do caso e foram intermináveis audiências, um estresse quase sem fim mas que teve o desfecho que eu esperava que teria.

Victor: Obrigada doutora, você salvou o meu filho. - apertou minha mão e em seguida eu o abracei.

Gabriela: Meu trabalho! Cuida bem dessa criança, tá? - sorri e o alertei.

Ainda fiquei pras considerações finais do juiz, aquela burocracia pós audiência e saí dali quase correndo.

Mal me livrei da toga e me deu um enjôo surreal. Aproveitei que estava no banheiro e vomitei horrores, graças a minha audácia e a minha brincadeirinha perigosa que resultou num novo membro na minha família.

Vai lá Gabriela, manda o PH jogar a camisinha fora e deixa arder pele na pele de novo.

Saí do fórum, peguei um táxi e fui pra casa. No caminho pra casa, fui falando com a Ayla que estava em Ilhabela e estava tentando falar com a minha mãe, porém a gata não atendeu e eu já podia imaginar o por quê. Já sabia que meu gêmeo abusado tinha chegado e também estava doida pra me deitar e ficar no ar condicionado.

Desci no pé do morro, Chelsea tava lá embaixo dando uma dura em um dos meninos e fiz ele me levar em casa. Claro que o som da casa da minha mãe estava nas alturas, vários carros estacionados na rua e inclusive o meu estava lá também.

Depois dizem que Gabriela não presta, tão vendo só?!

Entrei e passei direto pro quintal, minhas cara lisa não estavam lá, minha mãe e Larissa dançando agarradas, Davi brincando de tiro ao alvo com aqueles arco e flecha de criança. Esse menino parece que não teve infância e Fabinho estava com a boca ocupada mastigando sem parar.

Quando ele me viu, se levantou da mesa e veio me abraçar e quase morri enjoada com o cheiro de seu perfume. Mas sustentei firme, afinal é meu irmão, tô com saudade e meu bebê que lute.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora