Capítulo 13.

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GABRIELA.

Três meses depois.

Vivi vários dias de luta, mas chegaram os de glória e com ela veio mais uma vitória no currículo da mamãe aqui. Foi muita luta, muita lábia e jogo de cintura misturado com paciência pra conseguir dois habeas corpus. Um pro PH e outro pra um tal de Chapola.

Saí do fórum com os papéis em mãos, entrei no meu carro e fui pra Bangu. Tomei um chá de cadeira do diretor do presídio, mas eu estava com a agenda livre na parte da tarde, não me importei em esperar.

Quando o diretor chegou na sala dele, me levantei e abotoei meu blazer e o cumprimentei formalmente.

Gabriela: Aqui está a decisão do juíz em relação aos meus clientes. - falei no português informal. Não ia gastar meus termos técnicos com esse aí.

O filho da puta olhou, leu e releu o papel pelo menos umas três vezes pra ter certeza que não estava lendo errado. Vi uma certa raiva em seus olhos e ali sorri sem mostrar os dentes totalmente satisfeita.

— Bom trabalho, doutora. - o mesmo tirou seu óculos de grau do rosto e se levantou - É por causa de advogados como a senhora que o nosso país está cada vez pior! Nós prendemos, aí vem a turma da senhora e coloca delinquentes novamente em meio da nossa sociedade.

Gabriela: Obrigada pelo elogio! Eu só faço o meu trabalho que é garantir os direitos dos meus clientes. Não sou eu que escrevo leis, eu trabalho conforme as margens que elas me dão. - sorri.

Recebi uma quantia altíssima pra botar os dois na rua e eu não ia perder só porque o diretorzinho queria.

— Muito oportuno pra senhora, não é? Justamente o processo do seu ex-marido. - ele desdenhou.

Gabriela: Meu parentesco não está para julgamentos, afinal o senhor é só o diretor, tudo o que tem que fazer é cumprir a ordem e liberar os meus clientes. - sorri, fiz questão de mostrar meus dentes.

Minha mãe no meu lugar já tinha picado esse aí na bala.

— Claro. - demonstrou impaciência - Vou pedir pra que venham imediatamente.

Sorri vitoriosa comigo mesma e agradeci a Deus mentalmente. Ele mandou buscar os bonito e eu me sentei novamente enquanto ele me fuzilava com o olhar.

Me mantive em silêncio até os dois chegarem. Não o abracei naquela hora, pois tinha que manter a postura e a minha conduta.

Seguimos o protocolo e saímos de Bangu. PH parecia criança e correu até o meu carro assim que eu destravei de longe.

Chapola: Aí doutora, mandou bem. - disse quebrando o silêncio.

Gabriela: Obrigada. - sorri.

PH: Será que agora eu posso abraçar a minha mulher? - disse assim que eu me aproximei do meu carro e veio na minha direção.

Gabriela: Não só pode, mas como deve. - abri meus braços, já chorando porque a saudade é grande.

Ele já veio me abraçando e ali a gente deu início a um beijo intenso, um abraço forte e ali parece que saiu quinhentos quilos das minhas costas. Enquanto eu estudava o processo de ambos, eu cheguei a colocar a minha competência a prova.

PH: Porra, não tenho nem palavras pra falar pra tu o que eu tô sentindo agora. - disse tirando a camisa dentro do carro – E o quanto eu sou grato a tu por não ter desistido de mim mermo eu sendo maior cuzão contigo.

Gabriela: Que tu é vacilão pra caralho eu já sei, mas eu te amo e ia fazer tudo que estivesse na minha disposição. - sorri e continuei dirigindo igual pilota de fuga.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora