Capítulo 103.

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BÁRBARA.

Tiroteio pra caralho, o filho da puta me trancou dentro do banheiro e foi trocar com tiro seja lá com quem seja que tenha invadido a casa. Ainda me amordaçou pra eu não gritar, é mole? Mas se ele tá pensando que eu vou ficar igual boba esperando ele plantar uma bala na minha cabeça, ele tá redondamente enganado.

Me sentei na privada e abri as gavetas do móvel que ficava abaixo da cuba e vasculhei pra ver se achava algo que pudesse soltar minha mão. Quando abri a terceira gaveta, sorri mais que criança ganhando doce, tinha uma tesoura grande lá.

Fechei as gavetas, joguei a tesoura no chão e deslizei pela porta até me sentar no chão, fiquei de costas pra tesoura e tive que usar um pouco de força e jeito com as mãos pra conseguir segurar a tesoura e cortar a corda.

Deu um trabalhinho, mas consegui! Automaticamente tirei a amordaça da minha boca e abri a espelheira do Corolla. Fui batendo até achar um fundo falso atrás das suas muitas latas de espuma de barbear.

Forcinha pra cá, forcinha pra lá e achei uma glock carregada dentro de um buraco na parede por trás dessa espelheira. Bandido tem cada ideia né? O importante foi que eu achei e com um tiro no momento que houve outro lá embaixo eu conquistei o passe da minha liberdade.

Botei a cara no vão da porta e o soldado que tava encarregado de ficar de olho em mim tava de costas, incompetente igual o chefe, misericórdia. Abati o bofe com um tiro na cabeça e ele caiu no corredor.

Era cada rajada que chegava a ser ensurdecedor, a sala já estava toda revirada e eu fiquei quietinha perto da escada pro momento certo. Até que parou o tiroteio e os insultos começaram a rolar solta.

Falcão: Onde é que tá a minha filha, porra? - ouvi a voz grave do meu pai que vinha da cozinha - Tu não queria me matar? Então pronto, me mata e deixa a Bárbara fora disso.

Fluminense: Eu vou acabar com todos vocês, Falcão, pode ficar tranquilo que não vai dar nem tempo dela sentir a sua falta, vocês vão queimar juntinhos no inferno. - deu risada - Azeitona, vai buscar a Babi pra gente começar a reunião familiar.

O Azeitona brotou e eu respirei aliviada e ele arregalou o olho surpreso ao me ver ali soltinha.

Azeitona: Tu não tava presa?

Bárbara: Estava, do verbo passado. Como é que tá lá embaixo?

Azeitona: Teu pai e Corolla tão na mira do Fluminense e PH tá trocando tiro lá fora, mas o Raro tá esperando o toque e o Imperador ficou de dar conta da guerra.

Bárbara: O gostosinho veio. - murmurei comigo mesma - Bagulho é o seguinte, não tô com paciência e muito menos tô afim de estrelismo, que já já o dia clareia, você vai dizer que eu fugi e vai atrair ele pra sala, daqui de cima eu tento mirar nele e explodir os miolos dele.

Azeitona: Tu não é de bobeira não hein. - fez um toque comigo e eu sorri.

Azeitona desceu e eu senti alguém me abraçando por trás. Me encolhi na parede e ouvi o Fluminense gritar puto porque supostamente eu tinha fugido, ouvi barulho de lutas corporais e não demorou pro Fluminense ser rebocado pra sala na porrada pelo Corolla.

Ali já entendi porquê a apocalíptica da Ayla gamou no bofe.

O bofe da série C demorou, mas reagiu e foi pra cima do Corolla com sangue no olho e eu só olhando a movimentação com tudo programado. O bofe deu um soco forte no Corolla que ele até ficou desorientado e ficou de costas pra mim.

Sorri, mirei na cabeça dele e apertei o gatilho três vezes seguidas. Corolla olhou pra mim e eu dei tchauzinho pra ele.

Ouvi mais uns tiros, padrinho PH invadiu com o bonde dele e nisso senti alguém segurando na minha cintura, pela pegada e pela mão era o Raro, mas virei o rosto pra ter certeza.

Raro: Tá malucona? Susto do caralho tu deu, agora bora meter o pé daqui!

Bárbara: Eu vou terminar o serviço que eu comecei. - desci as escadas, Fluminense estava no chão ainda com os olhos abertos e agonizava.

Falcão: Bárbara. - brotou na sala, todo machucado, se escorou na parede e me encarou - Larga essa arma, garota, você não é igual a mim e nem precisa ser. - respirou fundo.

Bárbara: Quem disse que não, pai? - fui até ele e o abracei forte, em seguida dei um beijo em seu rosto - Quando a gente voltar pra casa, a gente conversa melhor.

Falcão: Eu quase tive um ataque do coração, maior medo de acontecer qualquer bagulho contigo e eu não ia me perdoar nunca. - olhou pra mim.

Bárbara: Que o senhor não vive sem mim, eu já sei lindinho! - dei risada e ele puxou meu cabelo.

Me soltei dele e caminhei até o Fluminense que estava puxando o ar, mas ali já era.

Bárbara: Eu te avisei que tu ia pro ralo, não avisei? - olhei pra ele - Fica tranquilo que não vai ter papo pra velório só pelo tapa que você deu no meu rostinho, Fluflu, beijo da Babi! - debochei e dei mais dois tiros em seu rosto e ele apagou pra sempre.

Corolla: Quero morrer sendo teu parente, tá doido. - se levantou.

Bárbara: Agora eu sou a mamãe do morro dos Macacos, avisa que agora tá tudo lacrado no vermelho. - eles começaram a gritar - A paz chegou de Corolla de novo e quem veio dirigindo foi a Barbie aqui. - joguei os cabelos.

PH: Então, dona Barbie dos Macacos, só queria te informar que a polícia tá lá embaixo e tá rolando tiro de novo.

Bárbara: Ai como é bom ter fãs. - bati palma - Eu quero um colete, odeio visita sem eu convidar.

Meu pai me olhou fazendo careta, negou com a cabeça e suspirou triste.

Falcão: Você vai, mas vai comigo e se sair de junto de mim vou te dar uma coça de perna de três que tu nunca mais vai se esquecer. - respirou fundo.

Bárbara: Como é difícil ser patroa. - gargalhei.

PH: Tiro de fuzil quando não mata, aleja, então toma cuidado, patroa. - debochou.

Bárbara: Não tem babado, querido. - mandei beijinho no ombro pra ele - Eu seria a aleijada mais gostosa do Alemão e nem seria a última da família.

Falcão: Guto nem morreu e reencarnou na Babi, que castigo pô. - desencostou.

Parecíamos família de margarina, mas a gente foi pro problema e mais uma vez mostramos botamos esses cu azul pra correr e mostramos também que a tropa do Alemão tem fama e tradição.

Tem que nos respeitar.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora