Capítulo 06.

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GABRIELA.

📆 Domingo, 03:00.

📍 Complexo do Alemão.

Deus é testemunha de como eu odeio acordar cedo, ainda mais no domingo que literalmente é o meu dia da preguiça e eu só faço isso pela minha mãe que é o meu tudo na vida. Avisei pra ela que hoje eu ia visitar o PH e quem ia visitar ela é a Ayla e o Davi. A mona ficou toda cheia de piadinha por telefone, pensei até em não ir, mas não tive escolha, dei minha palavra que ia pra Bangu – na verdade é Gericinó – visitar o PH e bom eu honro a buceta que eu carrego.

Passei o sábado à noite toda fazendo comida pra aquele preto filho da puta e pra minha mãe. Nem a Ayla foi pro baile porque também botou a mão na massa pra fazer a comida. Fazia dois anos e meio que eu não o via, não sabia como ele estava fisicamente e confesso que a nossa separação foi muito mal resolvida e nem tô falando do financeiro, nunca precisei de dinheiro dele pra porra nenhuma. Porém, ninguém casa pensando em separar e foi por isso que eu demorei muito pra assinar o divórcio.

Tinha alguma coisa que não se encaixava nessa história e eu não ia sossegar até descobrir a verdade e hoje ele vai ter que falar na minha cara tudo o que não teve coragem de fazer a dois anos atrás.

Botei as comida em potes transparentes, coloquei na sacola e subi pro meu antigo quarto pra tomar um banho. Me vesti e quando saí do banheiro, vi o Pablo dormindo igual o mandado do pai dele.

Confesso que eu sinto saudade.

Terminei de me arrumar, peguei minha bolsa, a chave do meu carro e desci. Meu pai já estava acordado com a tv ligada e mexendo no celular ao mesmo tempo e a Ayla já estava se movimentando com as coisas.

Gabriela: Bom dia, paizinho. - beijei seu rosto e em seguida sua mão como forma de benção.

MK: Bom dia, nega. - me olhou - Já vai pra lá também né?

Gabriela: Já sim, quanto mais cedo chegar mais tempo eu passo por lá e a chance de matar ele lá dentro é maior. - rimos e ele me olhou desconfiado.

MK: Eu acreditaria se eu não conhecesse quem eu criei. - se esticou e pegou uma foto - Leva isso aqui pra ele, ele disse que queria pra se sentir perto de mim e da mãe dele.

Era uma foto do meu pai com a minha mãe e ele no aniversário do Pablo de um ano. Eu botei uma cópia do meu ex marido na pista porque eu acho o Pablo a cara cuspida do PH. Há quem diga que ele é uma mistura boa de nós dois, mas eu acho muito parecido com o pai dele.

Guardei a foto na sacola de roupas que meu pai mandou levar pra ele, me abracei forte com meu pai e saí de casa no mesmo carro que o Davi e a Ayla. Hoje eu não ia como advogada então não ia poder usar dos meus privilégios, então fiquei na fila sim e até que eu não estava tão na pior.

Chegando lá eles foram pra porta lá do oito e eu fui pra onde o bonito tava. Rapidinho eu entrei e de lei, vasculharam tudo como se eu fosse mesmo trazer droga pra ele na comida ou na xereca. Só se eu fosse maluca de arriscar meu OAB, eu hein.

Ainda fiquei pelada e me agachei, tossi três vezes com força pra mona ter certeza que eu não estava com droga. Quase falei pra ela que aqui só entrava piroca, mas fiquei quieta. Vesti minha roupa, peguei as coisas e fui esperar o bonito no pátio.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora