Capítulo 82.

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IMPERADOR.

O aniversário da tia Patrícia começou na casa da minha avó e agora tá dando continuidade no meio da rua, do outro lado da maternidade. Fiquei até surpreso quando ela chegou trazendo as meninas, Corolla e BN vieram também e trouxeram cinco caixas térmicas lotadas de bebida. Trouxeram minha Boombox e o pagode começou a tocar, tudo isso pra Alana chegar sabendo que foi muito esperada e já é muito amada.

Meu pai soltou uma meta forte pra não ter alarde com a presença dele na maternidade e muito menos ter denúncia. A princípio minha mãe achava melhor que ele voltasse pra casa, mas ele bateu o pé e entrou na sala de parto. Tia Karina deu um jeito de emburacar lá também, Davi se meteu em algum dormitório do hospital porque ele só queria dormir.

E eu fiquei um tempo lá fora, mas entrei e fiquei na sala de espera. O resto do pessoal ficou lá fora, porque tava tudo com roupa inadequada e não pode fazer barulho, aí não dava pra ficar dentro do hospital né? Mas ninguém se incomodou não.

A gente chegou no hospital era mais ou menos onze e meia da manhã, já se passava das nove da noite e nada da Alana nascer.

Ainda cheguei a ver minha mãe andando de um lado pro outro, apareceu na janela e viu a zona da família, tranquila como se nada tivesse acontecendo, mas chegou uma hora que ela se encostou na parede e botou as mãos nos joelhos e começou a dançar pra ver se passava o tempo.

Tinha grávida que estava se descabelando, minha mãe tava plena e a cena foi mais ou menos assim.

Flashback on — Sete e quarenta da noite.

Gabriela: Tô de rolê com uma prostituta, ai que gata, ai que puta. - cantou.

PH: Qual foi da dancinha? - apareceu com a bolsa da Alana que já estava pronta desde o dia que descobriram que ia ser uma menina.

Gabriela: Pra ver se arromba mais esse buraco dessa buceta e a nossa filha parar de fazer hora e sair. Só 6 cm não dá pra ela passar porque ela é filha de um monstro. Ainda bem que a depilação tá ok e a make também. - riu - No teu caso quando tu foi nascer, só a depilação tava ok, a bala voando e eu saindo do morro igual uma fugitiva. Deu nem tempo de desejar feliz aniversário pra minha mãe, quando eu entrei no carro, eu vi ela saindo de casa com um fuzil. Entrei na maternidade de camisola, parecia os modelos que a minha bisavó Zélia usava. - meu pai ria de se acabar.

PH: Era isso ou chegar pelada, por sinal esse costume tu nunca deixou. - sorriu.

Gabriela: Nunca se sabe quando a cobra vai acordar, aí entra só de ladinho. - falou despreocupada.

Imperador: Meu Deus do céu, mãe, para. - tive um ataque de riso de nervoso.

Gabriela: Ué e eu falei o quê de errado? - sorriu - Liga o som do celular aí.

— Mulher como tu consegue ficar tão calma nessas horas? - uma grávida olhou pra minha mãe - Eu não tô aguentando mais.

Gabriela: Porque eu recusei cirurgia e é a minha segunda gravidez, aquele ali é meu filho. - apontou pra mim - Já passei por poucas e boas, então um parto é o de menos. Dança que descontrai.

PH: Meu medo é tua mãe continuar nessa de dançar parecendo que tá no baile e essa criança cair no chão. - comentou baixo comigo.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora