Capítulo 41.

1.4K 118 4
                                    

AYLA.

Problema vai, problema vem e acabou que nem fui pra Ilhabela com o Fluminense, ainda. Começou um negócio de invasão no Juramento, então ele andou bem ocupado e eu entendo. Afinal, tô cercada da alta cúpula da bandidagem que é só a minha família.

Depois daquele dia, mal tenho falado com o Corolla, aliás mal tenho o visto. Bofe foi pro Macaco e vem pro Alemão de vez em quando e a gente quase nem se olha na cara. Pergunta se eu ligo? Ligo nada! Eu vim pra esse mundo sozinha e posso muito bem viver a vida do jeitinho que eu gosto com zero perturbação na cabeça.

Mas falando em novidades, eu vou partir pra Ilhabela com o bofe hoje e só volto na segunda.

Fabiana: Tá levando protetor solar, filha? - minha avó perguntou pela milésima vez e dessa vez ela entrou no meu quarto vestida parecendo uma mulher da igreja.

Vestido abaixo dos joelhos, saltinho bem baixinho, óculos de grau, um coque alto com pouca maquiagem, batom nude, com uma bíblia e uma pasta de uma de nossas lojas.

Isso é a Imperatriz dando a volta na justiça.

Ela ia pra frente do juiz hoje e tinha que aparecer nos conformes, como se ela realmente tivesse mudado. Pra eles, ela era agora nossa funcionária e trabalhava pras proprietárias da Império Rio.

Imagina? Quem manda é ela e a gente só obedece.

Ayla: Tô levando sim e que a paz do senhor esteja com a senhora. - falei olhando pra ela.

Fabiana: Amém. - ela disse séria - Eu tô indo pro fórum, quando você chegar em Ilhabela você me avisa, manda mensagem, sinal de fumaça, dá um grito ou sei lá o quê porque a gente fica preocupado. Usa camisinha, não exagera no anal e não mais importante se divirta muito, beije na boca mesmo porque até eu faria loucuras com aquele bofe.

Ayla: Que isso vó? - dei risada e ela também - Deixa o vovô ouvir isso que ele vai passar um ano de cara fechada pra senhora.

Fabiana: Grande coisa! Tô aqui só a grade andando, vou pra onde? Teu avô sugou a minha beleza e as minhas carnes, ele quer o que mais? - ela riu e negou com a cabeça.

Ayla: Fala isso só pra se fazer de difícil, mas se derrete quando o pretinho tá do lado. - passei na cara mesmo.

Fabiana: Meu pretinho né? Dava um trabalhão novinho também, mas valeu a pena. - ela sorriu.

Ayla: Cadê ele? Já procurei ele pela casa inteira e eu não vi. - falei enquanto fechava a mala.

Fabiana: Foi levar o macaco no veterinário, cismou que o Mano Cria tá jururu e que não quer comer. Teu avô não entendeu que a velhice do macaco chegou também e ele não é obrigado a comer como antigamente. - ela negou com a cabeça - Eu tô velha, imagina o macaco.

Ri só pela maneira que ela falou.

Me abracei com ela, ela me encheu de beijo e ainda deu um tapa na minha bunda. Por fim, ela fez o sinal da cruz na minha testa e ficou me olhando.

Fabiana: Você é linda. - ela falou sorrindo - Eu te amo!

Ayla: Eu te amo mais, minha vida e a senhora é mais linda ainda. - segurei seu rosto com as duas mãos e beijei sua testa por alguns segundos.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora