DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.

Capítulo 45.

FALCÃO.

Levei Pablo pras cobranças e o que eu observei é que de fato o filho da puta tem jeito pra bandido. Na primeira ele fraquejou, na segunda ele executou e na terceira só precisou do meu sinal pra ele fazer o serviço completo.

Achei que ele ficou de medinho quando teve que levar o corpo do último pra dar um fim lá no valão e eu fiz de propósito na intenção que ele não continuasse com essa loucura de se tornar "Imperador". Mas ele na hora não se intimidou e fez questão de cortar pedaço por pedaço do corpo pra sumir por completo.

Já tô vendo o surto? Claro que eu tô vendo. Gabriela não vai deixar por menos e meu pai vai ficar pra morrer, afinal o vulgo que o filho da puta escolheu é justamente o vulgo do defunto que um dia foi marido da minha mãe.

Só que por outro lado, tudo na minha família termina em churrasco e som alto, nós vamo fazer o quê?

Ferrugem me acionou avisando que Gabriela e PH já estavam pelo morro e por hora não tinha mais nada a se fazer, a não ser liberar o moleque.

Imperador: E agora? - me olhou como se esperasse mais alguma ordem.

Falcão: Agora tu vai pra casa dar as caras pra tua mãe e pro teu pai. Já sabe, bico calado pra não entrar mosca. - alertei e fiz um toque com ele.

Imperador: Tranquilo, tio. - saiu andando.

Acendi um cigarro pra ficar na paz, mas quando o Chelsea brota na minha frente não é sinal de paz.

Não que eu tivesse alguma coisa contra ele, mas é que ele era o porta voz inimigo da paz.

Chelsea: Aí tu mandou eu te dar o papo quando a mina da tua filha tivesse pela rua e ela tá lá perto do salão da minha mãe. - parou do meu lado - Que porra tu vai fazer em maluco?

Falcão: Isso é assunto meu. - desencostei da parede e subi na minha moto.

Chelsea: Olha lá o que tu vai aprontar em Falcão.

Arranquei lá da boca, os moleque vieram fazendo a minha contenção e cheguei lá na rua do salão e ela tava lá com uma garota e se eu não tô enganado era a mesma que a Babi tinha arregaçado na porrada.

Minha filha tem meu temperamento, brabona a vida toda e debochada também e mesmo com a nossa última briga semana passada, eu a amo incondicionalmente. Se eu pudesse, botava minhas filhas dentro de uma bolha pra mal nenhum chegar nas duas.

Patrícia já tinha me tonteando, falando um montão e eu resolvi sozinho que ia ter uma conversa com essa garota e de preferência a sós.

Falcão: Ou Luíza. - falei alto e ela olhou pra mim em choque.

Luíza: Eu? - apontou pra si própria.

Falcão: Tu tá vendo outra chamada Luíza aqui? - falei sério e ela negou com a cabeça.

Luíza: Não. - negou com a cabeça.

Falcão: Então pronto, se despede da amiguinha aí e sobe na moto. - ordenei.

Eu nem sei explicar de que cor foi que ela ficou, ela olhou pra mim, olhou pros meus seguranças e no mínimo achou que eu ia levar ela pra torrar no alto do morro.

Falcão: Não vou te matar não, garota, confia em mim. - falei sério.

Pensando bem se fosse eu no lugar dela, eu também não confiaria em mim.

Ela veio se tremendo, toda em choque mas veio. Subiu na moto quase chorando e a outra ficou calada porque se abrisse a boca eu era capaz de descontar meus problemas nela também.

E não, eu não esqueci que ela ia bater na Maísa não.

Arranquei de lá e levei ela pro outro lado do Complexo porque era só questão de tempo da Babi saber que eu levei a amiguinha dela pra passear e ela entrar em desespero também.

Adoro tocar o terror.

Fui parar num barraco na Fazendinha, esperei ela descer da moto e os cara levaram ela pra dentro do barraco. Encostei minha moto no muro, desci e entrei sem delongas e os cara se dispersaram porque fui claro quando falei que a conversa era a sós.

Luíza: Tu vai fazer o que comigo? - quebrou o silêncio.

Falcão: Nada do que tu deve estar imaginando aí. - me sentei numa cadeira de frente pra ela - Tu deve saber o que aconteceu com a Bárbara e sabe que a responsabilidade do que aconteceu também é tua, não sabe?

Luíza: Eu sei e se eu pudesse ter evitado, com certeza teria evitado. - falou séria.

Confesso que gostei da postura, apesar do medo que ela demonstrava.

Decidi ser direto.

Falcão: Bárbara é uma das riquezas que eu tenho na vida, minha nega vale muito mais que esses cordão no meu pescoço e eu não escondo de ninguém o quanto eu sou tenebroso quando se trata das minhas filhas. Eu sei que você e ela ainda andam se encontrando, continuo não concordando e eu sei que nem se eu matasse minha filha na porrada, ela ia mudar de opinião porque a Bárbara é geniosa igual eu. Então eu vou te dar o papo reto, eu não gosto de você e tô pouco me fodendo pro que você acha de mim, eu vou permitir essa relação de vocês duas, mas se eu descobrir um deslize teu, eu não vou pensar duas vezes pra te pegar na porrada e te jogar lá no valão.

Ela ia falar alguma coisa, mas o meu celular começou a tocar freneticamente e o nome Babizinha na tela entregava que eu não estava errado.

Fiz sinal pra Luíza calar a boca e atendi a Bárbara.

📲 Babizinha

Falcão: Fala, Babi.

Bárbara: Pai, pelo amor de Deus, me diz que o senhor não pegou a Luíza e saiu do Alemão.

Falcão: Sabe que eu não sou homem de ficar de cão, mas se te faz feliz eu falo.

Bárbara: Matheus Carvalho Falconi... - a interrompi.

Falcão: É meu nome, inclusive acho lindão. - sorri debochando.

Bárbara: Por favor pai, não faz nada com ela, eu tô te pedindo, por tudo que o senhor mais ama na vida, pai. - ela já tava chorando já.

Falcão: Confia em mim, sei o que eu tô fazendo. Papai ama, beijo. - desliguei na cara dela.

📲

Luíza: Eu sou apaixonada pela sua filha e não é de hoje. Entendo que se preocupe, mas por mim pode ficar tranquilo que eu não vou fazer nada que a magoe! Se me permite falar algo mais, ela é a pessoa mais incrível que eu conheci em toda minha vida. O senhor tem sorte de ter a Babi, mesmo ela tendo aquele gênio todo. - sorriu boba e olhou pro chão mas logo voltou a me encarar - Sua filha vale muito.

Não senti firmeza não, mas decidi pagar pra ver de pertinho.

Dei uns avisos pra ela ficar ciente que eu não tô de bobeira e levei ela de volta pro Alemão, mais especificamente pra minha casa.