Capítulo 92.

1.3K 160 36
                                    

COROLLA.

Acordei com meu celular tocando, a Ayla e o Bernardo se mexendo na cama. Apesar da cena linda dos dois, o barulho do celular estava me dando vontade de estourar o aparelho na parede. Olhei no visor e era a Jeniffer.

Corolla: Qual foi, Jeni? - cocei os olhos.

Jeniffer: Corolla, você tá bem? - senti o tom de voz dela diferente, tava chorando, certeza.

Corolla: Eu tô bem, por quê? Qual foi a merda que tu aprontou com a tia Rosana? - dei um pulo da cama e ouvi a voz dela desesperada no fundo.

Jeniffer: Não, nada, ela tá bem... É que teu carro pegou fogo, explodiu lá no estacionamento do Shopping lá na Barra, mas se você tá falando comigo então quem foi?

Corolla: Meu carro tá com o Breno. - botei a mão na cabeça.

Jeniffer: Então é ele quem tá ferido, cara.

Corolla: Me conta essa parada aí direito, ou melhor, tô indo pra aí.

Jeniffer: Tá bom, vem logo.
📲

Ayla: O que aconteceu? - me olhou preocupada.

Corolla: Meu carro explodiu no estacionamento do shopping, só que meu carro tá com o Breno e pelo que eu entendi ele tá ferido.

Ayla: Meu Deus, mentira. - arregalou o olho.

Corolla: Arruma as paradas aí, Lala, nós vamo cair pro Alemão. - falei meio desorientado.

Ayla: Calma, eu vou com você. - respirou fundo.

Eu tomei um banho e me arrumei o mais rápido que eu pude. Meu carro era limpo, mas eu não tinha certeza se eu tava limpo na polícia e isso ia respingar em mim. Confesso que depois do BN, essa era a minha próxima preocupação.

Levei a Ayla pro Alemão no meu golf GTI de estimação, quando eu cheguei em casa minha tia tava em desespero puro, só sossegou depois que me abraçou e que viu que eu não tinha um arranhão.

Rosana: Eu tive tanto medo de perder você meu filho, não faz isso comigo não. Eu não ia aguentar a sua morte, Guilherme. - me abraçou forte e eu beijei sua cabeça.

Corolla: Eu tô bem, tia! Não é agora que a minha mãe vai me aturar. - sorri e a beijei várias vezes no rosto.

Rosana: Só Deus sabe a dor que eu tô sentindo aqui, só de pensar nisso. - me encarou e eu sequei suas lágrimas.

Ayla: Foi o Breno mesmo, gente, tá no hospital. Vamo lá ver como ele tá? - me olhou e eu concordei.

Rosana: Meu Deus, um menino tão novo daquele. - me soltou - Vai meu filho, pode ir que eu cuido do Bernardo.

Ayla: Obrigada, tia! Quando eu vir de lá, eu passo aqui pra pegar ele, tá bom? - Ayla entregou o Bernardo pra minha tia.

Rosana: Vai despreocupada, amor, por favor me dêem notícias!

Jeniffer: Vou orar por ele. - se levantou do sofá.

Corolla: Pode deixar, tia. - concordei com a cabeça.

Entrei no carro e fui pro hospital. Quando cheguei lá, a cena era pesada e eu me arrepiei todo. Thainá e Filipe estavam abraçados e choravam, Maísa estava desesperada, Imperador também estava presente e pela primeira vez na vida o vi chorar também.

Imperador e BN são unha e carne desde moleque, onde um ia o outro estava e ele estava visivelmente abalado.

Corolla: Qual foi, eu empresto meu carro pro Breno e ele explode? - olhei pro Imperador.

Imperador: Eu não sei o que tá acontecendo, o que eu sei é que ele tá lá dentro e correndo risco de vida, porra. - disse nervoso - Meu primo, velho, papo reto é muita coisa pra mim.

Corolla: Mas eu vou descobrir que porra é essa.

Antes que eu saísse de lá, tia Karina brotou na sala de espera e chorando foi ao chão. Em seguida o médico chegou e a ajudou a levantar.

Thainá: Mãe, meu filho mãe, como ele tá, doutor? - olhou pro médico desesperada.

Filipe: Como que tá meu filho, doutor, fala pelo amor de Deus.

Maísa: Ele tá bem? Me diz doutor que ele tá bem, por favor. - veio pra cima de nós desesperada, mas a Ayla a segurou.

— Ele teve um traumatismo craniano porque bateu a cabeça no momento da explosão e nesse momento ele está em coma. - falou calmamente.

Maísa deu um grito de estrondar o hospital, era de nego sair dali destroçado. Meu celular tocou, era o PH, conversei um pouco com ele e fui encontrar com a advogada prima da tia Gabriela que tinha ido pro local do acidente e eu teria que dar esclarecimentos sobre o meu carro pra polícia.

Encontrei com ela no 16° DP, ela me aguardava na porta e ela me orientou o que dizer diante do delegado. Claro que, eu não estava armado e vestido com uma roupa mais social, até porque o meu carro era avaliado em mais de 180 mil reais, porque era híbrido e do ano.

Se não fosse o crime, eu não teria um carro desse nem tão cedo.

No resultado pericial, tudo indicava que eu tinha sido alvo de uma tentativa de assassinato, pois colocaram uma bomba por baixo do meu carro. Ou seja, a partir do momento que Breno ligou o carro, a bomba foi ativada e esse troço começou a vazar uma fumaça tóxica por dentro e o corpo do Breno foi retirado pelo teto solar minutos antes do carro explodir.

Saí da delegacia horas depois de prestar depoimento, ainda bem que o Breno já era maior de idade ou o bagulho ia se estreitar e consequentemente não ia ser maneiro não.

Quando eu voltei pro hospital, na tv não se falava em outra coisa, invasão no meu morro, foi na hora que o Gabiru mandou um áudio pra mim.

📲 Gabiru

Fluminense invadiu o morro com a tropa dele,
nós vamo sustentar aqui como der, certo? Tô entendendo essa parada aí não, FR tá mandado e eu vou te falar o seguinte, se eu achar não vai ter papo pra velório. (áudio)

Tu não cai pra cá agora não, fica aí onde tu tá porque não dá pra entrar agora, fé. (áudio)

📲

Agora tudo faz sentido.

A explosão do meu carro e a invasão no morro, tá mais que claro que o Fluminense quer guerra e é guerra que eu vou dar pra ele.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora