Capítulo 137.

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PH.

Eu me considero um cara milionário e eu nem tô falando de dinheiro. Toda vez que eu olho pra Gabriela, pro Pablo e pra Alana, eu me pego pensando se eu fiz certo em bater de frente com meu pai e a minha mãe pra seguir os passos deles.

Se não fosse o tráfico, o meu gostar de ter poder, ter inteligência o suficiente pra mexer com o que é errado, talvez eu tivesse escolhido outro caminho e hoje eu teria a liberdade de pegar minha família e pegar uma praia. Teria liberdade de tirar um lazer sem ter que subornar ninguém, sem ter que mudar de nome e sem ter preocupação se os cana vai botar as mãos em mim de novo.

O PH de dezoito anos não tinha o menor medo de morrer, o PH de quase quarenta anos morre de medo só de cogitar essa ideia.

Gabriela: Olha quem acordou, papai. - entrou no quarto com a Alana no colo.

PH: Nega de papai. - bati palma e até me sentei na cama pra pegar ela no colo.

Gabriela: Se eu não segurar é capaz dela se jogar no chão por causa de um feio desse. - olhou pra mim e sorriu enquanto a Alana se esticava no colo dela.

PH: Feio agora, mas cansou de falar aqui nesse ouvido o quanto eu sou gostoso aqui nessa cama e nas outras também. - falei convencido e ela gargalhou.

Gabriela: Falei nada, isso é coisa da sua cabeça, gatinho. - colocou a Alana no meu colo.

PH: É? - enchi a Alana de cheiro e beijo - Os corno que tu vai tomar de mim com as novinhas também vai ser coisa da tua cabeça. - falei pra provocar.

Gabriela: Pode ir, tô te segurando aqui não! - apontou pra porta - Agora quando tu aparecer fuzilado dentro de um carro ou comendo comida com vidro moído lá em Bangu aí tu não diz que a doutora não avisou.

PH: Tu ia mandar me matar, morena? - fingi surpresa.

Gabriela: Jamais, isso é coisa da sua cabeça. - piscou pra mim e ia saindo, mas eu segurei ela pela mão.

PH: Eu te amo e ver você me dando detalhes de como planejaria me matar me dá tesão. - beijei a mão dela.

Gabriela: É, o resultado do seu tesão tá no seu colo te julgando com ciúmes. - apontou pra Alana que olhava pra nós dois.

PH: Nosso! - a corrigi - Não te peguei a força não. Pablo chegou em casa?

Gabriela: Chegou e a Carol tá aí também. - se sentou na beira da cama - Tem hora que eu acho que esse menino cresceu rápido demais e já tá aí, maior de idade e com uma namoradinha.

PH: É, depois disso envelheci mais trinta anos porque nós vamos ser avós. - respirei fundo e a Gabriela me olhou feio.

Gabriela: Tu se conforma fácil com as coisas né, Paulo Henrique? Se alguém te disser que chinês é coreano, tu vai concordar e fim de papo né? - falou bolada.

PH: Tu que não aceita as coisas do jeito que a vida quer, Gabriela. Tudo na vida tem consequência e tu sabe, pô. - ela negou com a cabeça.

Gabriela: Deixa estar, PH. Vou te provar que eu não tô maluca! - se levantou emburrada.

PH: Gabi, vem aqui amor, vamo conversar... - ela saiu do quarto igual um furacão - GABRIELA! - chamei um pouco mais alto e ela não voltou.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora