Capítulo 20.

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PABLO.

Gabriela: Se eu entrar aí dentro do teu quarto Pablo, eu vou te dar uma coça que tu nunca mais vai te esquecer. - gritou e deu uma porrada na porta.

Todo dia é esse inferno do caralho, porra, tomar no cu parceiro.

Eu não fazia a menor questão de ir pra escola, primeiro porque ninguém merece a porra da Vera Cruz – o nome dela mesmo era Vera Lúcia – gritando às sete da manhã e outra eu só chegava atrasado de propósito pra justamente não assistir a aula dela. Em segundo já era véspera de carnaval e eu não queria ir mermo pra escola, só isso, carnacpx tá pra acontecer e eu tô só esperando por ele.

Eu também achava muito desnecessário estudar, nem parece que a minha vó levantou fortuna. Aliás, parece que o esforço dela foi em vão, né?

Tomei banho, escovei os dentes, passei hidratante, antitranspirante e perfume. Botei um cordão fininho de ouro no pescoço, vesti uma calça, vesti o uniforme da escola, botei um brinco discreto na orelha, boné enterrado no rosto, dedeira, pulseira e tudo que eu tinha direito. Botei a meia e o tênis, joguei a mochila do Mengão no ombro e saí do quarto boladão.

Me sentei na mesa pra comer, só dei a bença pro meu vô e pra tia Jaque porque eu me amarro nos dois. Meu pai ainda não estava pela cozinha, então fui me servir.

Gabriela: Não adianta ficar de carinha feia pra mim não, tu vai pra aquele caralho e acabou! - abriu o bocão pra falar - Nunca vi nego administrar nada vivendo na burrice e eu não tive filho pra ser burro não. Na tua idade eu piranhava pra caralho, vivia mesmo com o cu enfiado em todo tipo de curtição mas de segunda a sábado tava com meu cu lá na Barra trabalhando pra minha mãe.

Minha mãe adora bater no peito e falar que trabalhou a vida toda, mas bora falar a verdade né? Ela jura mermo que eu não sei que a minha avó sempre deu vida de chefe pra geral e ela quer ficar nessa agora.

Imperatrizinha nas antigas e quem tá ligado nas caminhadas da minha mãe sabe que ela não era flor que se cheire e nem piranha atrás de traficante. Quem conhecia ela nas antigas jura que ela era o terror da minha vó porque até casinha pro meu pai ela armou por causa de ciúme.

Hoje em dia virou terror de polícia e terror da promotoria porque ela fala até tu se encontrar sem argumento nenhum.

MK: Vai infartar, Gabriela? Dá uma segurada. - falou - Moleque tá pronto pra sair, não tá? Então pô.

PH: Perturbação é essa aqui, logo cedo? - falou boladão entrando na cozinha - Todo dia é um caô diferente nessa porra agora, Pablo? Tô entendendo maneiro isso aí não. - gesticulou e puxou a cadeira do meu lado - Toma teu café e te adianta, vou te levar pra escola hoje e nós vai ter uma conversa boa pra tu se situar.

Ele me olhou bolado e pelo visto, essa conversa ia ser regada a sequência de porrada e tapa na cara.

Fiquei calado porque eu ia fazer o quê? Se abrisse a boca pra falar um a, era capaz dele me lamber na porrada agora mermo. A coroa não podia falar nada que ele assinava embaixo, fazia o que ela queria literalmente.

Virei o boné pra trás e comi tranquilo, tia Jaque tirava onda quando o assunto era comida e ela botava pra foder nos pão caseiro. Ah, eu sei como se fala essa porra no plural, mas não tô afim, já é?

Gabriela: Tô indo Hadassa, tô indo. - ela foi logo saltando da mesa e falando ao telefone - Quem que vai atravessar com carga de droga em plena sete da manhã na Dutra? Tá pedindo pra ser preso! - gesticulou - Em qual dp ele tá? Inferno! - desligou o celular.

PH: Qual foi, bunda de tanajura? - falou olhando pra ela e segurando no cós da calça dela.

Gabriela: Bunda de tanajura é a tua mãe, para de puxar essa porra. - bateu na mão dele.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora