DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.

Capítulo 51.

COROLLA.

PH: Eu quero saber quem vai começar a me contar a porra da verdade porque se Pablo tomou um tiro, não tomou a toa. - se encostou na mesa todo serião e me encarou.

Corolla: Eu não tenho nada pra falar não, nem sabia que Pablo tava envolvido no movimento. Quando eu vi chegou lá na Palmeira baleado e eu fiz a minha parte que foi subir com ele e deixar ele lá na dona Nainha. - cruzei os braços.

Chelsea: Esse bagulho aí, PH só quem vai poder te explicar é o teu irmão. - disse depois de um tempo em silêncio.

Nessa hora o Falcão entrou na salinha e o PH foi pra cima dele sem leme. O pau começou a cantar entre eles dois e na hora que eu ia entrar no meio pra separar, o Chelsea pegou no meu braço e fez sinal de deixa.

Chelsea: Isso aí é briga de pitbull, nós perto deles é poddle.

Corolla: Vai deixar os dois se matar? - eu já tava indignado.

Falcão era ruim e não aliviou, o PH ainda era brabo na porrada e do jeito que tava transtornado ia acabar matando o próprio irmão. Mas só tive a certeza quando eu vi o PH dar um mata leão no próprio irmão. Aí nós foi separar.

PH: Tá satisfeito né, filho da puta? - falou exaltado.

Falcão: Qual foi PH? Se tu quiser conversar, nós conversa, mas não vem querer bater em mim porque meu pai é outro e ainda tá vivo. - falou bolado.

PH: Conversar é o caralho, porra. Quero saber cadê a consideração que tu tem comigo, eu sendo teu irmão que sempre fechei contigo. - apontou o dedo e eu continuei na frente dele - Talvez faltou meu pai te dar uma surra, mas não tem problema eu me garanto em te dar.

Corolla: Calma aí, PH.

Falcão: Te enxerga, porra, parece uma maricona surtando. - falou no deboche e limpou o sangue que saía do canto de sua boca na camisa.

PH: Abre a porra da tua boca pra me chamar de maricona de novo e eu vou te matar, sou eu mermo que tô falando. - berrou e bateu no próprio peito.

Chapola: Bora acabar com isso, vocês são irmão, qual foi, bagulho feião...

Falcão: Rala vocês tudo. - ordenou e eu já tava pronto pra obedecer - Tu fica, Corolla.

Os mano foi saindo um a um, ficou só eu, PH e Falcão. Até me sentei no banquinho, porque ia render maior novela, já tava vendo tudo.

Falcão: Aí PH, é verdade essa parada aí, tudo que tu tá sabendo é o papo reto. Pablo entrou pro movimento e trabalha pra nós, aliás pra mim porque eu mando e ele obedece. - falou na maior calma e o PH já quis ir pra cima dele de novo e eu segurei ele.

PH: Tu fala nessa calma mermão? - gritou e tentou se desvencilhar de mim.

Falcão: Tô falando nessa calma porque se eu não trouxesse teu filho pra baixo dos meus olhos, ele ia tá traficando pro Xará lá na Fazendinha e aí? Tu prefere o quê? - falou como se fosse óbvio.

PH: Eu prefiro que tu tivesse me contado e não tivesse tomado decisão como se tu fosse pai do meu filho. Não me meto na criação das tua e não me lembro de ter dado direito pra tu se meter na criação do meu. Tu já se perguntou se alguma vez eu queria meu filho envolvido? Tu ia matando a tua na porrada por ser lésbica, mas na hora de fazer o que é certo, tu dá de maluco e acoberta safadeza de Pablo. - falou puto.

Falcão: Eu sei que tu tá bolado, minhas filhas não são o assunto.. - PH o interrompeu.

PH: Bolado? Mermão, bolado é o caralho, eu tô é puto nessa porra! Minha mulher que por sinal é tua irmã também tá desesperada, tá grávida e tá em tempo de dar um negócio ruim nela lá em cima. Nela tu também não pensou né? Pensou em se beneficiar, botar meu filho pra fazer serviço que quem tem mais que obrigação de fazer é tu mermo. - gesticulou bolado.

Falcão: Nunca deixei de fazer meus corre, minha função sempre foi bem feita e tu sabe disso. Mas ensinei pro teu filho o que o pai ensinou pra nós e não tô arrependido não! Antes com nós, do que com sem postura por aí. - cruzou os braços boladão também.

PH: Se Pablo morrer, quem que eu cobro? Não tô tirando a responsabilidade do Pablo não, tá erradão no bagulho e eu sou o primeiro a querer cobrar dele. Mas porra Matheus, tu tem quantos anos, parceiro? - abriu os braços inconformado - Nós nasceu praticamente junto, crescemo junto, casamo junto e eu não sou qualquer um não, eu sou teu irmão, porra! Se eu não puder confiar em tu, vou confiar em quem?

Falcão: Eu sou teu irmão e não tem ninguém que te considere, te ame igual eu porque com nós não tem dois papo. Mas, tu melhor que ninguém conhece a peça que é teu filho e acredita em mim, já dei o papo pra ele um milhão de vezes, mas ele não quer. Tá decidido e já falou que se tentar brecar, ele vai pra onde abracem ele e lá fora ó... Tu sabe já, já tá vivido e conhece o proceder.

Corolla: Aí, vocês tão de cabeça quente, o bagulho já aconteceu não já? Não tem mais pra que chorar. - PH me olhou feião e eu engoli seco, mas continuei - Nós três já passamos por essa fita aí, eu tomei maior coça do tio e deu em quê? Tô aqui hoje, não tô? Merma coisa vocês, a tia não queria, mas o tio apoiou mermo sendo contra também.

PH: O caô é esse filho da puta passando a mão na cabeça das irresponsabilidades do Pablo. Esse é que é o problema.

Falcão: Pablo não, Imperador. - o corrigiu - Teu filho vai fazer dezoito anos, PH e a merda tá feita.

PH: Tu ainda fala nessa calma? Imperador é o caralho. - ia pra cima do Falcão de novo e lá fui eu entrar na frente dele.

Corolla: Imperador? - repeti sem acreditar - Agora o tio infarta. - falei tentando manter o PH na parede - Sai daqui sai, Falcão.

Falcão: PH não queria a verdade? Eu tô contando. - falou como se fosse óbvio.

PH: Tem problema não, vou incentivar tuas filhas a vender droga pra mim na pista.

Falcão: Vão seguir os passos da avó delas, quer que eu faça o quê? - deu risada.

Corolla: Namoral Falcão, tô te pedindo com todo respeito, sai daqui e numa melhor vocês manda o papo. - pedi.

Falcão: Fé.

Falcão saiu contrariado e eu soltei o PH que permanecia calado e muito puto. Só Deus e o tio pra botar esses dois na linha ou o Complexo ia virar uma faixa de gaza.