Capítulo 61.

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GABRIELA.

Algum tempo depois.

Eu sempre soube o peso e a tradição que tinha a minha família no crime e a responsabilidade que eu tinha sob as mortes que eu provoquei anos atrás. Achei que me formando em direito, eu iria me limpar de alguma maneira e por ter ficha limpa a vida seria diferente. Mas não foi bem assim, me formei, me casei, tive um filho e não demorou pra eu abrir um escritório com a Hadassa no prédio comercial que o falecido deu pra minha mãe quando ainda eram casados.

Me envolvi no mundo criminalista e há quem diga por aí que eu advogo pra bandido. Na teoria, não é bem isso, tô ali sendo paga pra fazer que a lei se cumpra, mas na prática é muito diferente.

Eu procuro brecha nessas leis sem futuro do Brasil pra botar criminoso na rua, essa é a verdade. A prova disso é o caso do meu marido, o caso da minha mãe defendido com unhas e dentes pela Hadassa e de outros tantos da mesma facção que eu tirei de Bangu e outros presídios por mais de dez anos até os dias atuais.

Acho que eu foquei mais no trabalho e acabei deixando meu filho pra depois.

Pablo sempre foi muito parecido com o PH na aparência, mas confesso que em termo de personalidade, ele pegou o meu lado ruim, independente que diz que não precisa de ninguém, genioso e depois da prisão do PH foi que tudo realmente piorou.

Acho que eu sempre soube que Pablo ia acabar seguindo os passos do PH, eu só não queria acreditar, não queria aceitar de forma alguma e a notícia que ele tinha sido baleado me pegou de surpresa. Uma coisa puxou trouxe a outra à tona e tudo que eu senti foi medo.

Medo de perdê-lo pra morte, medo de ver meu filho indo parar em presídio, medo do sofrimento porque eu já passei com o pai dele e passar com ele seria um milhão de vezes pior por ser meu filho.

Gabriela: Como eu queria voltar no tempo, meu filho. - me peguei olhando a caixa enorme cheia de fotos do Pablo desde criança.

Até que eu achei uma dele deitado comigo, daria todo o dinheiro que eu tenho se fosse pra ele ficar desse tamanho pra sempre.

Eu fui desvencilhada dos meus pensamentos quando a campainha da minha casa tocou

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Eu fui desvencilhada dos meus pensamentos quando a campainha da minha casa tocou. Botei a caixa na mesinha de centro e fui abrir a porta porque o PH estava na rua.

Era o filho da minha mãe que nesse momento eu já não o via como irmão, na verdade via como estranho.

Gabriela: PH tá na boca. - falei e ia fechar o portão, mas ele se adiantou e entrou assim mesmo.

Falcão: Coé, Gabriela, vai ficar assim comigo pro resto da vida? - me olhou com cara de cachorro sem dono.

Gabriela: Agradeça a minha mãe por tu ainda estar vivo, porque eu costumava resolver meus problemas mandando eles de ralo. - dei as costas, entrei em casa e ele veio atrás.

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