Capítulo 33.

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ÉRICA.

Minha sogra saiu da cadeia e o inferno voltou junto com ela, sério. Não é que eu não goste da Fabiana, mas gostar mesmo eu também não gosto. Acho que ela se mete muito na vida dos filhos dela, inclusive na vida do meu marido. Não sei sabe? Parece que ela quer manter tudo no controle dela só porque ela é a Imperatriz!

Enquanto a mona tava presa, Davi costumava ir muito menos no morro, foi só a bonita voltar aí pronto, vira e mexe ele quer estar enfiado lá e ainda quer botar meu filho lá.

Eu já saí da favela por não gostar de inúmeros fatores e agora sou obrigada a frequentar regularmente porque meu marido não sai mais de lá. Agora botou na cabeça que vai voltar a morar no morro pra se manter perto dos pais.

Pra cima de mim? Nunquinha! Davi tá nesse sobe e desce no Alemão porque tá bem de olho em cima da amiguinha da piranha da sobrinha dele, a Ayla. E eu vejo ela na intenção, jogando ele pra cima da amiga. Tem nem vergonha, aquela sonsa!

Davi é um ótimo pai, um maravilhoso profissional, como marido também não é de falhar, mas me dá muita dor de cabeça desde os tempos de faculdade. Pra ficar com ele foi complicado, porque o Davi sempre foi muito da putaria, sempre foi de balada, festa e ele é extremamente safado.

Se meu sogro um dia teve fama de safado como a minha sogra adora falar por aí, Davi herdou isso tudo dele, mas eu não nasci ontem e vou fazer mesmo da vida dele um inferno.

Acordei com o Fernando chorando horrores. Eu que não tenho paciência, me fiz de desentendida, permaneci de olhos fechados e em seguida senti o Davi levantar da cama. Vi quando o mesmo saiu e foi até o quarto do nosso filho.

Achei que ele voltaria pra cama com o bebê, mas não foi bem isso que aconteceu. Levantei da cama, coloquei meu roupão e fui até a sala, Davi estava pendurado na ligação e segurando nosso filho no colo.

Davi: É, a mãe tá solta, já voltou pro morro e daqui a pouco eu vou pra lá, vou levar o Fernando pra ver ela. Na verdade conhecer né, quando ele nasceu a mãe tava presa. - deu uma pausa - Tu também não demora não em! - deu risada - Tão tá, liga lá pra ela que ela deve tá acordada já... - deu uma pausa - Já é parceiro, já é. - desligou o celular.

Érica: Quem era? - me aproximei dele e me sentei ao seu lado no sofá, dei um selinho nele e peguei o Fernando do colo dele.

Davi: Fabinho, por quê? - ele me olhou e eu neguei com a cabeça - Aí, se arruma e arruma o moleque que nós vamo lá pra casa da minha mãe.

Érica: De novo? Já não bastou a madrugada com a gente fora de casa? - olhei pra ele incrédula - Não viu tua mãe já?

Davi: De novo, novamente e eternamente. Minha mãe voltou pra casa e o mínimo que eu posso fazer é ir pra lá, aliás eu quero estar com a minha mãe e com a minha família. - falou sério - Nossa casa lá tá quase pronta e tu vai ter que se acostumar.

Érica: De novo essa história de morar no Alemão? A gente lutou pra sair de lá pra no final das contas a gente voltar pra lá? - falei bolada - Tu sabe o quanto eu não gosto de lá, não é bom ambiente pra criar nosso filho.

Davi: Eu não tava de brincadeira quando falei que queria ficar perto do meu pai, Érica! Já queria antes e agora com a volta da minha mãe é que eu vou mesmo. Eu só vim pra cá porque tu encheu o saco pra caralho. Mas eu sou favelado, eu gosto de tá no meio do pessoal e outra coisa, eu fui criado no Alemão e me formei. Que é que tem meu filho crescer lá? Melhor ainda que vai ter a companhia dos avós dele e inclusive contato com a família da sua mãe. - neguei com a cabeça.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora