❧ Prólogo ❧

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19 de agosto de 1988

A noite estava fria e chuvosa na casa de Charlotte Snape. A menina brincava sozinha com suas bonecas tranquilamente na sala de estar, deitada sobre o carpete negro e aconchegante que se estendia por todo o chão do aposento. A lenha estalava dentro da lareira, que mesmo estando acesa, Charlotte sentia seus pequeninos pés congelando nas pantufas.

— Onde é que você foi parar, princesa Magnólia? – ela murmurava, enquanto procurava a boneca perdida na sala.

Tudo parecia calmo, sem grandes problemas. Até que repentinamente o som da barulhenta campainha de sua casa ressoou, chamando a atenção da pequena Charlotte. A garota escutou passos apressados na escadaria, e o elfo doméstico de seu pai, Gafin, rapidamente se dirigiu até a porta, verificando de quem se tratava no olho mágico.

— Eu atendo a porta... – seu pai disse desde o andar de cima. – Esquente a chaleira. A visita vai querer chá.

— Sim, meu senhor... – respondeu Gafin, se retirando.

Severus Snape, pai de Charlotte, desceu as escadas indo de encontro a porta. A garota, curiosa como sempre fora, logo se ergueu do tapete e se escondeu atrás de uma das estantes da sala, apenas observando enquanto seu pai abria a porta.

Entrou então um homem alto, de loiros prateados que lhe caiam sobre os ombros, e de aparência arrogante. Charlote encolheu-se em seu esconderijo. Seu pai jamais recebia visitas em sua casa, e a menina nunca era permitida sair de casa. Por isso, encontrar novas pessoas era um tanto assustador para ela, ainda que empolgante.

— Lucius... – ele cumprimentou o visitante.

— Severus... – respondeu o homem. - Como tem passado?

— Muito bem. – disse sério, apontando para que entrasse.

O homem entrou na casa olhando desde o teto até o piso, reparando em cada pequena coisa que havia dentro. Havia uma expressão levemente disfarçada de nojo em seu rosto, enquanto Snape o guiava pela residência.

Até que o homem reparou na pequena, que tentava sem sucesso se esconder atrás da estante. Snape virou-se para a filha, estendendo a mão para que ela viesse ao seu encontro. Charlote correu então para perto de seu pai, escondendo-se atrás de sua enorme capa negra.

— Então... – Lucius se pronunciou, depois de um breve momento de silêncio. - Esta deve ser a sua filha, Severus...

— Certamente. – respondeu Snape. – Cumprimente o nosso visitante!

A garota hesitou, extremamente acanhada.

— Seja educada, Charlotte! – seu pai ordenou.

Sem mais opções, Charlotte forçou um sorriso e saiu de trás da capa de seu pai, estendendo a mãozinha para Lucius.

— B-Boa noite. – balbuciou ela.

— Que nome bonito... – ele disse, apertando a mão da garota.

— Este é Lucius Malfoy. – seu pai apresentou o visitante. – Um velho amigo meu... E, Lucius... Pensei que havíamos combinado de trazer Draco para que Charlotte pudesse conhecê-lo.

Lucius olhou para Severus, parecendo confuso. Encarou então a porta, onde não havia ninguém. O homem bufou, impaciente.

— Espere só um minuto. Ele deve estar na carruagem...

O homem abriu a porta e desapareceu da vista dos dois por alguns minutos. Foi o tempo de Severus advertir a pequena Charlotte.

— Escute, Charlotte. O senhor Malfoy precisa tratar de assuntos de adulto comigo. Assuntos importantes. Quero que se comporte e que seja hospitaleira com Draco.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora