72 ❧ As Outras Escolas

4.8K 384 26
                                    

𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Algumas horas depois, nós chegamos em Hogwarts. O jantar estava prestes a começar e todos nós já estávamos no salão principal. Nós conversávamos animadamente, enquanto esperávamos por Dumbledore, que anualmente fazia seu discurso antes do jantar no primeiro dia. Eu olhava a minha volta, na mesa de Slytherin, que já estava cheia de comida e eu quase conseguia escutar o frango implorando para que eu o atacasse.

— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série. - disse Dumbledore, quando se aproximou do púlpito. - Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas.

— Quê? – escutei Harry exclamar.

O que não era surpresa alguma, afinal Harry era completamente obcecado por quadribol. Não tanto quanto o capitão do time de Gryffindor, mas ainda assim ele adorava o esporte mais do que tudo.

Então, Dumbledore continuou:

— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam. Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto.

Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores. Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.

Mais um relâmpago cruzou o teto. O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que eu já tinha visto. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima ideia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão. Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador. Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul-elétrico vivo.

O olho azul se movia continuamente, sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal – depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.

O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que eu não pude ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa.

Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita. O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o. Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer. Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... – disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. – Professor Moody.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora