Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]

1 ❧ O Voto Perpétuo

𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

31 de Agosto (1991)

Provavelmente já passava das dez horas da noite, e eu estava deitada em minha cama, olhando para o teto do meu quarto. Minha cabeça não parava nem mesmo por um segundo. Como poderia? Faltavam poucas horas para o dia que eu mais aguardei durante toda a minha vida. Em poucas horas, eu estaria começando meus estudos em Hogwarts! Finalmente...

Eu mal conseguia conter minha empolgação. Minha mala já estava completamente arrumada, com todos os materiais que eu iria precisar durante as aulas, e minhas vestes devidamente lavadas e dobrada em cima da penteadeira. Arrumei tudo com pelo menos uma semana de antecedência, vez por outra verificando cada item, para ter certeza de que tudo estaria em perfeitas condições.

Ainda deitada, fiquei fantasiando cada momento que poderia acontecer no dia seguinte. Eu finalmente poderia sair de casa, conhecer novas pessoas, fazer amizades e estudar matérias empolgantes!

Mas repentinamente meus pensamentos foram cortados pela campainha. Meu pai, num piscar de olhos, passou correndo pelo corredor apressado. Já vi essa cena antes, eu pensei, enquanto me levantava para acompanhá-lo.

Já no andar de baixo, não demorei para dar de cara com aquela criatura abominável do meu "querido amigo" Draco Malfoy. Cruzei os braços, inconformada.

— O que ele faz aqui?!

Draco revirou os olhos, entediado.

— Charlotte! – meu pai me corrigiu, irritado. – Cale a boca!

Lucius se aproximou do meu pai, o cumprimentando como em qualquer das ocasiões anteriores, e em seguida, me cumprimentou com o olhar sério. Draco, como de costume, pouco se importou com a minha presença, mas seu pai rapidamente o repreendeu.

O garoto se aproximou e beijou a parte de trás da minha mão, com a má vontade de sempre. Já era costume nosso, obviamente por pura pressão de nossos pais, ter toda essa cortesia desnecessária. Principalmente porque eu e Draco nos odiávamos do fundo de nossos corações – se é que ele tem um.

— Como de praxe, eu e Lucius vamos conversar brevemente... – meu pai anunciou.

— Brevemente... – eu murmurei, desgostosa.

Aquelas conversas... Sempre tão urgentes. Eu não fazia ideia do porquê Lucius tinha que nos visitar toda a semana, principalmente acompanhado do filho. Era uma tortura!

— Mas já vamos retornar. Precisamos ter uma conversa urgente com vocês dois. Espero que não tenhamos nenhuma confusão esta noite, como aconteceu das outras vezes... – ele me encarou sério. – É bom que se comporte, Charlotte!

— Peça para ele se comportar! – retruquei.

Meu pai me lançou um olhar de ódio, voltando-se para Lucius.

— Então...?

— Vamos. Draco, espere aqui! – ordenou o Malfoy mais velho.

Draco sentou-se em um dos sofás da sala. Sem grandes opções e me sentindo infeliz, me sentei na poltrona próxima à lareira, a mais longe de onde Draco estava. Os dois adultos se retiraram do cômodo, e Gafin saiu para nos preparar um chá.

Alguns minutos se passaram, e a sala permaneceu em total silêncio. Comecei a estranhar: aquele era o momento perfeito para que Draco fizesse alguma observação arrogante sobre minha casa, um comentário maldoso sobre minha aparência ou tentasse iniciar uma briga. Mas ao contrário, ele estava quieto, de braços cruzados, encarando a ponta dos seus sapatos caros. Estava abatido; era como se tivesse algo o incomodando profundamente.