Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]

118 ❧ Na Casa dos Dursley

𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Os dias se passaram tão rápido que sequer percebemos. As coisas - tanto no mundo bruxo quanto no dos trouxas - parecia ficar cada vez pior, e eu já tinha reparado que Harry evitava ao máximo tocar no assunto do ataque dos comensais a Hogwarts. 

Eu não tinha notícias do meu pai e nem mesmo de nossos amigos. Não fazia a menor ideia de como eles estavam, até mesmo se estavam vivos ou não. E Harry continuava mudo como um túmulo.

Em uma manhã, acordei e desci as escadas até o andar de baixo. Eu conseguia escutar claramente Vernon - o tio de Harry - gritando para que seu filho se apressasse para arrumar as malas. Era o dia em que eles iriam embora, deixando apenas eu e Harry numa casa praticamente vazia, afinal os seus móveis já tinham sido retirados.

No corredor de baixo, encontrei Harry, que observava sua tia Petunia na sala de estar. Havia um certo ar de nostalgia da parte da mulher, que encarava tristemente sua casa vazia. Quando nos viu, ela se virou e disse:

— Eu tenho vivido nesta casa por vinte anos... Mas agora, numa única manhã, estou prestes a ir embora.

Harry se aproximou dela, aparentemente compreensivo.

— É melhor que seja assim... Se eles souberem que você sabe aonde estou indo, não pararão por nada... - disse ele. - Podem até mesmo torturar vocês.

Ela encarou o sobrinho, com uma cara bem séria. 

— Acha mesmo que não sei do que eles são capazes? - ela perguntou. - Não foi apenas você que perdeu uma mãe naquela noite, em Godrics Hollow, sabia? Eu perdi uma irmã.

Antes que pudesse se render às lágrimas, que claramente não aguentava mais segurar, Petunia simplesmente passou por nós dois e se dirigiu ao lado de fora da casa. Harry olhou para mim, abatido.

— Nunca imaginei que ela se sentisse dessa forma... - ele suspirou.

— Sua tia fez coisas horríveis com você, mas ela continua sendo humana. - eu falei, dando de ombros. - Não tem obrigação alguma de perdoá-la, mas não pode negar que ela também pode ter sentimentos...

— É... Você tem razão. - ele sorriu, tristemente. - Como quase sempre.

De repente, Vernon e Dudley descem as escadas, carregando malas enormes em suas costas. Os dois estavam muito apressados, principalmente Vernon. O que era compreensível, dada a urgência da situação. 

— Vamos, Dudley! - disse Vernon. - Depressa! Depressa!

— E-Eu... Ainda não entendi porque temos que ir embora. - disse o primo de Harry.

— Porque não é mais seguro ficar aqui! 

Petunia já estava dentro do carro, enquanto os outros dois ajeitavam as malas. Assim que nos viu, Vernon se virou para Harry, dizendo algo que nos surpreendeu.

— Isso não é exatamente um adeus, não é, garoto? É só uma despedida.

Harry, sem abrir a boca, apenas concordou com a cabeça.

— Eu não compreendo. - disse Dudley. - Pai, porque é que ele não vem conosco?

— Quem?

— Harry...

— É claro que ele não vai! - o homem negou com veemência.

— Por quê? - o garoto insistiu.

— Bom... É que... B-Bem, ele... Ele não quer vir conosco! - respondeu Vernon, se virando para nós novamente. - Não é, rapaz?

— Absolutamente não! - ele respondeu de imediato, sorrindo de lado. - Além do mais, eu seria apenas um desperdício de espaço, não é, tio Vernon?