𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞
Depois de toda aquela confusão, eu e Draco caminhamos sozinhos até a pequena ponte que ficava do lado de fora do castelo. Não trocamos sequer uma palavra durante o percurso, e Draco tinha uma expressão de melancolia em seu rosto.
Me sentei sobre um dos destroços da ponte que estava pousado sobre o chão, pois precisava de um momento para me recompor. Draco caminhou em passos lentos até mim, cabisbaixo, como se estivesse se segurando para não falar alguma coisa.
— Charlotte... - ele disse, quebrando o silêncio.
— Não.
— C... Como assim? Ainda nem falei nada.
— Eu sei exatamente o que vai me dizer. - respondi, me virando para ele. - Vai dizer que eu não deveria ter tomado essa decisão.
— Sim, você está certa! Não deveria mesmo! - ele confirmou. - Sou eu quem fui um comensal. Concordei em ajudá-lo, por medo de sermos mortos! Por que sou um covarde!
— Não, Draco. Um dia você foi, mas hoje você provou para todo mundo que não é uma pessoa ruim. Se arriscou muito para ajudar Harry a derrotar Voldemort. E, assim como todos os outros que trabalharam duro para este mesmo propósito, você é um herói.
Draco baixou a cabeça novamente. Eu sabia que ele estava se sentindo culpado e péssimo com tudo o que tinha acontecido. Apanhei delicadamente sua mão, acariciando a parte de cima dela com a outra. Ele me encarou, com o olho ileso repleto de lágrimas.
— Por que aceitou isso? - ele me questionou, choroso. - Ser exilada junto comigo?
— Eu também sou uma Malfoy, não sou? Não poderia deixá-lo sozinho!
— Mas e seus amigos? Harry, Hermione, Ronald... E todos os outros! Não vai sentir falta deles?
— Vou morrer de saudades. - falei, concordando. - Mas eu sei que, como meus amigos, eles entendem e vão apoiar a minha decisão. Além do mais, eles podem me visitar.
De repente, Draco usa a manga da roupa para enxugar as lágrima e em seguida, se aproxima de mim. Ele segurou minhas mãos, enquanto me encarava.
— O que foi, Draco? - perguntei, curiosa.
— Eu... Preciso devolver o que roubamos de você. - ele disse, seriamente.
— Do que está falando?
— Da noite em que eu e Severus apagamos suas memórias. Não foi certo, e desde o começo eu me senti péssimo por isso... Então eu acho que é minha obrigação devolvê-las para você.
— M... Mas como?!
— Você tem permissão para acessar minhas memórias.
— Sério? Tipo, de verdade?
— Eu nunca falei tão sério. - ele disse, tirando minha varinha do bolso e colocando sobre minhas mãos. - Eu não tinha o direito de tirar isso de você. Estou apenas devolvendo.
— Você... Tem certeza?
Draco não disse mais nada. Ele apenas concordou com a cabeça, dando um passo para trás para que eu pudesse acessar suas memórias.
— Bom... Tudo bem. - eu respondi depois de um tempo. - Se você diz...
Apontei então minha varinha em sua direção, me preparando para usar o feitiço. Respirei fundo e finalmente disse:
— Lá vou eu... LEGILIMENS!
O feitiço me deu cem por centro de acesso às memórias de Draco, provavelmente porque eu não estava lutando contra isso. Eu podia ver qualquer coisa que fosse do meu interesse, desde seu nascimento até àquele dia. E, enquanto eu procurava pelas nossas memórias, percebi que toda aquela arrogância e egoísmo que Draco nunca escondeu eram todos frutos de medo e insegurança que ele tinha.
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Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]
FanfictionUma menina ambiciosa. Um menino arrogante. E para completar, um casamento arranjado sob Voto Perpétuo. ━━━━━━━━━ ◆ ━━━━━━━━━ Charlotte Snape, filha de Severus Snape, vivia sua vida normalmente até completar seus 11 anos, quando iria entrar para a es...