20 ❧ Borgin and Burkes

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Ano de 1992 - 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Era oficial: as férias haviam chegado ao fim. Os dias tinham sido bem mais tranquilos do que pensei que seriam, e eu quase não vi Draco. Estava para começar o meu segundo ano em Hogwarts, e eu não poderia estar mais animada. Acordei bem cedo, às cinco da manhã, pois meu pai disse que teríamos que comprar os novos materiais para aquele ano. Estava muito feliz por poder comprar livros novos, e estava ansiosa para saber quais novas matérias teriam.

Tomei o meu café o mais rápido que pude e já troquei de roupa. Em alguns minutos, eu e meu pai estávamos a caminho do Beco Diagonal.  

— Eu preciso ir rapidamente a Gringotes. Você pode ir na frente, para a livraria, e separe os livros que estão nesta lista. Volto em um minuto.

— Tudo bem. Não demore, por favor.

E assim, eu fiquei sozinha. Não gostava de andar por aquela parte do Beco Diagonal. Era um lugar muito mais escuro, sujo e com lojas para lá de esquisitas. Uma em especial me chamou bastante a atenção, uma tal de Borgin and Burkes, que vendia todo tipo de objeto que tinha tudo para ser amaldiçoado. 

Assim que estava prestes a me afastar, escutei um barulho muito alto que parecia vir de dentro da loja. Curiosa, olhei para os dois lados e cautelosamente entrei para ver do que se tratava. Tenho que ser rápida, pensei, meu pai logo procurará por mim.

Para a minha sorte - ou azar - a loja estava aparentemente vazia. Era ainda mais assustadora por dentro do que por fora. Tinha milhares de caveiras estranhas, mãos esqueléticas, líquidos com cores escuras em vidros, animais empalhados, dentre outras coisas. Mesmo assim, continuei vagando por aquela loja, procurando o motivo daquele estrondo.

Comecei a escutar uma espécie de tosse. Seguindo o barulho, tive uma surpresa totalmente inesperada. Harry estava caído no chão, todo sujo de fuligem, bem na frente de uma lareira apagada.

— Harry?! - perguntei, confusa.

— Charlotte? - ele perguntou, entre tossidas.

Lhe ofereci ajuda para se levantar e apanho seus óculos quebrados no chão. O garoto começa a tentar inutilmente tirar a sujeira de suas roupas.

— Por que você está aqui? 

— Eu podia lhe fazer a mesma pergunta, Potter. - falei, encarando a lareira. - Mas imagino o que aconteceu... Primeira vez usando pó de flu?

— Pois é...

— Você deve ter dito algo errado. - eu ri. - Eu escutei o estrondo enquanto passava por aqui. Vim verificar. Que lugar esquisito você veio parar...

— Eu estava indo para a Floreios e Borrões. 

— Eu também. Então vamos sair daqui de uma vez...

Nós atravessamos a loja em direção a porta de saída. Enquanto andávamos, me lembrei de que tecnicamente eu não devia estar falando com ele, muito menos andando perto dele. Se meu pai e Draco não souberem não haverá problema, refleti em silêncio.

Mas antes que pudéssemos sequer tocar na maçaneta, caminhando em nossa direção eu avistei um amontoado de cabelos loiros platinados brilhando como o sol. Senti meu coração parar por um segundo, e sem pensar muito, agarrei o pulso de Harry e o arrastei para o primeiro esconderijo que vi pela frente - um guarda roupa. 

— O que está fazendo? 

— SHIU! QUIETO! - falei, tapando sua boca.

Me virei para um pequeno buraquinho que havia no guarda roupa, onde pude ver Draco atravessando a porta e andando vagarosamente pela loja. Eu estava tão amedrontada que sentia cada pedacinho do meu corpo tremer. Sentia que meus batimentos estavam tão altos que Harry pudesse até mesmo escutá-los. E como se não pudesse ficar pior, Lucius Malfoy, o pai de Draco, entrou na loja logo em seguida, segurando uma caixa estranha nas mãos.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora