50 ❧ Sinistro

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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Eu precisava me esquecer um pouco de tudo o que estava acontecendo. Afinal, era mais um novo ano letivo em Hogwarts, e querendo ou não eu precisava me concentrar nas novas aulas. 

Na nossa primeira manhã, tomei o meu café no salão principal o mais rápido que consegui. Estava muito ansiosa para a aula de adivinhação, pois parecia uma matéria intrigante. Fiquei imaginando se eu aprendesse a prever o meu futuro, talvez eu fosse capaz de evitar mais problemas na minha vida. E, quem sabe, eu também não descobrisse que eu não precisaria cumprir o voto perpétuo, ou uma forma de burlá-lo.

A viagem pelo castelo até a Torre Norte, o local da nossa aula de adivinhação, era bem longa. Dois anos em Hogwarts não tinham me ensinado quase nada sobre o lugar, e eu nem mesmo tinha ido à Torre Norte antes. Ainda assim, com um pouco de dificuldade, consegui encontrar o local.

Subi alguns degraus e cheguei a um minúsculo patamar, onde a maioria dos  alunos já estava reunida. Por algum motivo, não havia portas no patamar. 

— Bom dia, Charlotte! - disse Hermione, sorridente. - Harry disse que você jantaria conosco ontem, por onde você andou?

— Acabei me sentando num pouco distante de vocês. Não consegui achar um lugar vago.

— Ah, então foi isso... - disse Harry, chegando logo depois com Rony atrás de si. - Pensei que passou a noite sem comer nada.

— Não, não... Eu me alimentei direitinho. Obrigada por se preocupar.

Harry sorriu docemente, enquanto Hermione e Rony olhavam ao redor, procurando pela entrada da sala da professora. Até que Rony cutucou Harry indicando-lhe o teto, onde havia um alçapão circular com uma placa de latão. 

Sibil Trelawney, Professora de Adivinhação... – leu Harry. – E como é que esperam que agente chegue lá em cima? 

Como se respondesse à sua pergunta, o alçapão se abriu inesperadamente e uma escada prateada desceu aos seus pés. Todos se calaram. 

— Primeiro você... – disse Rony sorrindo, e Harry subiu a escada. 

Todos nós chegamos a uma sala muito esquisita. Sequer parecia uma sala de aula, e, sim, uma cruza de sótão com salão de chá antigo. Havia, no mínimo, vinte mesinhas circulares juntas ali, rodeadas por cadeiras forradas de chintz e pequenos pufes estufados. O ambiente era iluminado por uma fraca luz avermelhada; as cortinas às janelas estavam fechadas e os vários abajures, cobertos com xales vermelho-escuros. 

O calor sufocava e a lareira acesa sob um console cheio de objetos desprendia um perfume denso, enjoativo e doce ao aquecer uma grande chaleira de cobre. As prateleiras em torno das paredes circulares estavam cheias de penas empoeiradas, tocos de velas, baralhos de cartas em tiras, incontáveis bolas de cristal e uma imensa coleção de xícaras de chá. 

— E onde está a professora? – eu perguntei.

Uma voz saiu subitamente das sombras, uma voz suave, meio etérea. 

— Sejam bem-vindos. Que bom ver vocês no mundo físico, finalmente. 

Trelawney, a tal professora, mais parecia um inseto cintilante. Ela saiu das sombras, e percebi que ela era muito magra. Tinha uns óculos imensos que aumentavam seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas. Em volta do pescoço fino, usava inúmeras correntes e colares de contas, e seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora