24 ❧ O Teste para Apanhador

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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Draco adorava me ver sendo castigada pelo meu pai. Era quase como um hobbie para ele me meter em encrencas. Isso tudo, é claro, sem que houvesse qualquer razão para fazê-lo. Exatamente por isso que eu não fazia a menor ideia do porquê Draco voltara para me ajudar naquela noite. Já havia achado estranho quando ele disse que meu pai o havia mandado limpar a sala de poções junto comigo. Agora que eu sabia que era mentira, fazia ainda menos sentido para mim. 

De qualquer modo, havia sido uma longa noite de trabalho, graças ao gênio do Malfoy. Começamos limpando o chão com o esfregão, e em seguida cada uma das cinco enormes mesas do salão - as das quatro casas e a dos professores. Limpamos cuidadosamente todas as gigantescas janelas, o que era muito mais complicado do que parecia ser. Tivemos que pedir ajuda para os elfos, que trouxeram escadas para que usássemos. Isso tudo com Filch nos vigiando. 

Apesar de extremamente trabalhoso e cansativo - e muito provavelmente abusivo -, nós terminamos antes do nascer do sol. Acho que uma coisa que ajudou foi Draco não ter aberto a boca para falar absolutamente nada. Isso evitou intrigas que pudessem nos atrapalhar durante o trabalho. Talvez ele finalmente tivesse tomado juízo e percebido que estava errado. Pelo menos uma vez na vida ele deveria ver isso.

Por fim, passei o resto do final de semana inteiro dormindo, recarregando minhas energias depois de tanto esfregar, limpar, espanar e passar pano. E foi só na segunda feira que eu percebi que o dia que eu tanto esperava estava para chegar: o teste para selecionar o novo apanhador da slytherin. Eu estava tão animada que sequer conseguia prestar atenção às aulas. Era a minha grande chance de realizar um sonho que eu tinha há muito tempo. E não deixaria nada estragar isso.

Ainda que a primeira aula de Lockhart tivesse sido terrível... Era meio que óbvio que aquele cara não fazia menor ideia do que estava fazendo. Eu não conseguia entender por que motivo Dumbledore colocou aquele idiota para nos dar aulas.

– Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.

Harry, que estava sentado ao lado de Ronald, se curvou para um lado da pilha de livros que erguera para dar uma olhada melhor na gaiola que estava ao lado de Lockhart. Lockhart colocou a mão na cobertura. Dean e Seamus pararam de rir. Neville se afundou em sua carteira na primeira fila.

– Peço que não gritem... – recomendou Lockhart em voz baixa – Pode provocá-los.

E a classe inteira prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.

– Sim, senhores! – disse teatralmente – Diabretes da Cornualha recém-capturados.

Seamus Finnigan não conseguiu se controlar. Deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.

– Que foi? – ele sorriu para o menino.

– Bem, eles não são... não são muito... perigosos, são? – engasgou-se Seamus.

– Não tenha tanta certeza assim! – disse Lockhart, sacudindo um dedo, aborrecido, para Seamus – Esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!

Os diabretes eram azul e tinham uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes muito agudas. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.

– Certo, então – disse Lockhart em voz alta – Vamos ver o que vocês acham deles! – E abriu a gaiola.

Foi uma confusão só. Os diabretes disparavam em todas as direções como foguetes. Dois deles agarraram Neville pelas orelhas e o ergueram no ar. Vários outros voaram direto pelas janelas fazendo cair uma chuva de estilhaços de vidro no canteiro. Abaixei-me com Harry na mesa, tentando não ser atacada por aqueles montros. Eles começaram a destruir a sala de aula como um rinoceronte. Agarraram tinteiros e salpicaram a sala de tinta, picaram livros e papéis, arrancaram quadros das paredes, viraram a cesta de lixo, pegaram as mochilas e livros e os atiraram contra as vidraças quebradas; em poucos minutos, metade da classe estava embaixo das carteiras e, Neville, pendurado no teto pelo lustre de ferro.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora