Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]

117 ❧ Casa dos Dursley / Mansão Malfoy

𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Despertei repentinamente, sentindo uma queimação na região da minha garganta e uma dor no peito que era quase sufocante. Me sentei sobre a cama, olhando ao meu redor. Não fazia a menor ideia de onde eu estava; era um quarto pequeno, com apenas uma cama - a que eu estava deitada -, uma gaiola vazia e uma mala com o brasão de Hogwarts. Nas paredes, haviam algumas bandeirinhas de quadribol da casa de Gryffindor. E, mesmo não fazendo ideia de como havia parado lá, sabia que aquele era o quarto de Harry.

Eu me levantei sentindo minha cabeça girando. Precisei de alguns segundos para me recompor. Foi o tempo certo para que Harry viesse até o quarto e me visse naquele estado.

— Charlotte? - ele disse, vindo rapidamente até mim. - Que bom que acordou... Você está bem?

— Eu... Estou com uma dor de cabeça terrível... - respondi, esfregando os olhos. - Parece que fui atropelada por uma carruagem...

— Você dormiu por dois dias... - ele explicou, me oferecendo um copo de água. 

— D... DOIS DIAS?! - me assustei. - Aliás, como eu vim parar aqui?!

— Bom... Eu não queria te dizer essas coisas agora, que acabou de acordar... Mas... Os comensais entraram em Hogwarts. Quebraram grande parte das coisas. O grande salão foi completamente destruído... 

— É... Eu... Estou me lembrando dessa parte.

— Então... Acontece que Bellatrix tentou te atacar. Ela te acertou e você acabou desmaiando. Tive sorte de chegar a tempo e impedir que ela fizesse alguma coisa pior a você.

— Estranho... - falei, esfregando os cabelos. - O resto está tão... Embaçado.

— Com certeza está! - ele confirmou. - Depois daquele golpe não tinha como você estar assim... Enfim, depois que a escola foi tomada eu não tive outra escolha, por isso a trouxe para cá.

— Então... - engoli em seco. - É verdade mesmo?

— O... O que?! - Harry me encarou, confuso.

— Não foi só um pesadelo, não é? - continuei. - Draco e meu pai realmente são comensais...?

— S... Sim... Eu sinto muito, Lotte.

Havia um vazio dentro de mim, quase como uma sensação de ausência que não podia ser preenchida. Um gigantesco nó tinha crescido dentro da minha garganta, e não haviam palavras suficientes para descrever a complexidade do que estava me afligindo. Era como se houvesse uma nuvem escura, me impedindo de enxergar meus próprios pensamentos.

Comecei a chorar desesperadamente, enquanto Harry correu para me abraçar. Ele começou a acariciar meus cabelos, tentando a todo custo me acalmar.

— Eu sei... - ele disse. - Eu sei que está doendo...

— Meu pai... Ele mentiu para mim, disse que jamais voltaria a ser um deles! E... E agora eu não tenho mais ninguém!

— Claro que tem, Lotte! - ele segurou meu rosto carinhosamente. - Eu estou aqui! E eu nunca mentiria para você...

— Hm... - eu forcei um sorriso, ainda muito triste. - Eu sei disso. Você nunca me decepcionou... Sempre o único.

Ele me abraçou novamente. É claro que nada poderia curar a dor que eu sentia por ter sido enganada e abandonada por meu pai, mas sentir que Harry estava ali, sempre ao meu lado, era bem reconfortante. Ao menos uma coisa tinha que ser...

— Como estão os outros...? Mione e Rony?

— Estão em casa, com suas famílias. Provavelmente pensando em formas de como se protegerem dos comensais. - Harry falou, suspirando pesadamente. - E temos que agir rápido também.