40 ❧ Luta contra o Basilisco

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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

– Entendeu? Era um nome que eu já estava usando em Hogwarts, só para os meus amigos mais íntimos, é claro. Você acha que eu ia usar o nome nojento do meu pai trouxa para sempre? Eu, em cujas veias corre o sangue do próprio Salazar Slytherin, pelo lado de minha mãe? Eu, conservar o nome de um trouxa sujo e comum, que me abandonou mesmo antes de eu nascer, só porque descobriu que minha mãe era bruxa? Não, Harry, criei para mim um nome novo, um nome que eu sabia que os bruxos de todo o mundo um dia teriam medo de pronunciar, quando eu me tornasse o maior bruxo do mundo.

O meu cérebro parecia ter enguiçado. Chocada, eu continuava encarando Riddle, sem conseguir acreditar no que ele estava dizendo. A pessoa que eu mais temia estaria mesmo diante de mim? A pessoa que eu tanto torcia para que jamais retornasse, por medo de perder a minha vida, agora estava parada me encarando friamente? Aquele garoto órfão que crescera apenas para assassinar tantas pessoas... Não podia ser real! Eu não queria que fosse real!

– Não é. – disse Harry, sua voz baixa cheia de ódio.

– Não é o quê? – perguntou Riddle com rispidez.

– Não é o maior bruxo do mundo – disse Harry, respirando depressa. – Desculpe desapontá-lo, e tudo o mais, mas o maior bruxo do mundo é Albus Dumbledore. Todos dizem isso. Mesmo quando você era poderoso, você não se atreveu a tentar dominar Hogwarts. Dumbledore viu através de você quando frequentou a escola e ainda o amedronta hoje, onde quer que você se esconda...

O sorriso desaparecera da cara de Riddle, substituído por um olhar muito sinistro.

– Dumbledore foi afastado do castelo meramente pela minha lembrança! – sibilou.

– Ele não está tão afastado quanto você poderia pensar! – retorquiu Harry. 

Falava sem pensar, obviamente querendo apavorá-lo. Riddle abriu a boca, mas congelou. Ouvimos uma música vinda de algum lugar. Riddle se virou para percorrer com os olhos a câmara vazia. A música se tornava cada vez mais alta. Era misteriosa, de dar arrepios, sobrenatural. Então a música atingiu tal volume que eu podia senti-la vibrando dentro do meu peito, e chamas irromperam no alto da coluna mais próxima.

Um pássaro vermelho do tamanho de um cisne apareceu, cantando aquela música esquisita para a abóbada do teto. Tinha uma cauda dourada e faiscante, comprida como a de um pavão e garras douradas e reluzentes que seguravam um embrulho esfarrapado. Um segundo depois, o pássaro voava direto para Harry. Deixou cair a seus pés o embrulho que carregava, depois pousou pesadamente em seu ombro. O pássaro parou de cantar. Sentou-se imóvel e cálido junto à bochecha de Harry, olhando com firmeza para Riddle.

– É uma fênix... – disse Riddle, encarando-o de volta com um olhar astuto.

– Fawkes? – sussurrou Harry.

– E isso – disse Riddle, agora examinando o embrulho esfarrapado que Fawkes deixara cair– seria o velho Chapéu Seletor...

E era. Remendado, esfiapado, sujo, o chapéu jazia imóvel aos pés de Harry. Riddle começou a rir outra vez. Riu tanto que a Câmara ecoou com o seu riso, como se dez Riddles estivessem rindo ao mesmo tempo.

– Isto é o que Dumbledore manda ao seu defensor! Um pássaro canoro e um velho chapéu! Você se sente cheio de coragem, Harry Potter? Sente-se seguro agora?

Harry não respondeu. 

– Aos negócios, Harry – falou Riddle, ainda com um largo sorriso. – Duas vezes, no seu passado, ou no meu futuro, nós nos encontramos. E duas vezes não consegui matá-lo. Como foi que você sobreviveu? Conte-me tudo. Quanto mais tempo falar – acrescentou brandamente – mais tempo continuará vivo.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora