Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]

88 ❧ A Preocupação e a Desconfiança

𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

As férias haviam chegado, e como era de praxe, boa parte dos alunos voltaram para casa. O clima entre eu e meu pai estava pior do que nunca, e quase não trocamos uma palavra desde a nossa discussão. Em contrapartida, Draco e eu nos dávamos cada vez melhor, se comparado aos anos anteriores. Por isso, eu não me importei tanto quando descobri que nossos pais queriam que passássemos as férias juntos, novamente. 

Ao menos, desta vez, não seria eu quem teria que ir até a casa dos Malfoy, pois Draco ficaria conosco em nossa casa. Então, em uma manhã alguns dias depois que voltamos para casa, nosso elfo doméstico Gafin nos avisou da chegada de Draco. 

Pela primeira vez na vida, saber que Draco estava na porta da minha casa não era uma notícia tão ruim de se escutar.

— Oi. - falei.

— Oi. - ele respondeu, um pouco sem jeito.

Meu coração disparou quase de imediato quando o viu. Percebi que estava com uma mala maior do que o normal, então deduzi que ele pretendia passar as férias inteiras conosco, ao invés de um pequeno período. 

— Tem casa, não? 

— Para com isso. São apenas algumas semanas. - ele respondeu. - A propósito... Achei que viesse me receber com um abraço cheio de carinho. 

— Por acaso o senhor está carente? - respondi, rindo. 

— Nossa... Você é terrível...

— Não foi isso que você disse quando me puxou para debaixo das arquibancadas! - cruzei os braços.

— Shiiii! - ele tampou minha boca num movimento rápido e olhou ao nosso redor. - Seu pai pode te ouvir!

— Hmhm! Me solta! - eu me desvencilhei de sua mão. - Eu não vou carregar essas malas sozinha, ok? Pode se apressar e pegá-las junto comigo!

— Espera aí! - Draco segurou meu pulso. - Eu não recebo nem um beijinho?

— Parece que já está se sentindo em casa, senhor Malfoy. 

O susto foi tão grande que pensei ter visto minha alma saltar para fora do meu corpo. Era meu pai, parado na porta, enquanto nos encarava com seriedade. Quando me virei para Draco, ele estava mais pálido que uma folha de papel.

— P-Professor Snape... - ele disse, com a voz fraca. - Bom dia.

— Posso ter concordado com o casamento de vocês dois, mas não vou tolerar que vocês dois fiquem fazendo esse tipo de baixaria debaixo do meu teto.

— Pai, pelo amor de Merlin... - falei, com vergonha. - Não estávamos fazendo nada.

— Quieta... - ele me corrigiu, e se virou para o elfo. - Gafin! As malas do senhor Malfoy.

— Sim, meu senhor.

Enquanto o elfo recolhia as malas de Draco do chão, meu pai não tirava seus olhos sérios de mim. Ele sabia exatamente como me deixar possessa de raiva. Primeiro, Lucius e ele nos obrigavam a nos casar sem se preocuparem se isso ia contra a nossa vontade. E agora eu sequer podia ficar perto de Draco. Afinal, qual era o sentido de aquilo tudo?

Quando estávamos prestes a entrar juntos em nossa casa, ele ainda teve a audácia de dar uma pancada com o profeta diário em minha cabeça.

— AI!

— Quero uma distância de um metro e meio entre vocês dois! - ele disse.

— Hm... Claro, claro... - falei.