71 ❧ Segredos

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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

1 de Setembro de 1994

Alguns dias depois, demos início aos preparativos para mais um retorno a Hogwarts, o que na minha opinião, significava que seria apenas mais um ano repleto de dificuldades e desespero.

Permaneci sob o teto dos Malfoy até o dia 1º de setembro, e meu pai fez questão de não mencionar nada sobre o ataque dos Comensais da Morte em minha presença. Esse silêncio dele me inquietava profundamente, pois só conseguia pensar em duas possibilidades: ou meu pai estava determinado a impedir o retorno de Voldemort, ou estava fazendo todo o possível para ajudá-lo. E só de pensar na segunda opção, eu começava sentir um profundo mal-estar.

Procurei ao máximo me concentrar apenas na escola, para evitar que eu tivesse algum tipo de crise de ansiedade. E, quando chegou o grande dia, Narcissa fez a gentileza de nos deixar na estação Kings Cross. Assim, chegamos bem mais cedo que o habitual e sem grandes problemas.

— Mais um ótimo ano para vocês, meninos! - ela nos desejou.

— Obrigada, Narcissa. - sorri, acenando para ela.

— Até mais, querido. Não se esqueça do que te falei!

— Mas mãe...

— Faça! - ela ordenou, com uma cara repentinamente séria.

Draco olhou para os dois lados, e meio sem jeito, agarrou a minha mão com força novamente. Ele forçou um sorriso para sua mãe, e então nós nos afastamos.  

Viramos de costas e começamos a andar em direção ao trem bem rápido. Estava bem claro que Draco estava ansioso para que sua mãe desaparecesse de sua vista para que ele pudesse largar minha mão. Sua maior preocupação naquele momento era que alguém pudesse nos ver daquele jeito, e eu compartilhava do mesmo sentimento. 

Dei uma rápida olhada para trás, apenas para checar, e Narcissa ainda estava parada lá, com uma expressão emotiva.

— Só pode ser brincadeira... - Draco reclamou, quando estávamos a uma distância segura. - Agora sou obrigado a ser visto andando de mãos dadas com você! 

— Do que está reclamando? Vou ser obrigada a passar o resto da minha vida ao seu lado. E não tenho nem o direito de te estrangular. Vai ser uma vida muito longa...

— Vamos ficar próximos um do outro...  Assim ninguém vai reparar nas nossas mãos juntas.

— Não, obrigada. - eu neguei, me sentindo constrangida com aquele pedido repentino. Procurei qualquer desculpa para me afastar. - O... O seu perfume! É, ele está muito forte!

— O meu perfume?!

— Porque você usa água de colônia? Você é rico! 

— Melhor do que esse seu perfume enjoativo!

— Foi você quem comprou! - eu digo indignada. - Esqueceu, é?

— Pensando bem, ele combina com você! Você me enjoa... Seu perfume me enjoa... Viu? Tudo perfeitamente nos conformes.

Aquela conversa já estava me tirando do sério. Olhei uma última vez para trás, e finalmente, Narcissa já havia ido embora. 

— Ela já foi! - Me solta!

— Hmpf... Você fala como se segurar essa sua mão suada fosse algo que me agradasse.

— Tchau!

Apanhei minha mala e comecei a andar na frente dele, me afastando de vez. Entro dentro do trem de uma vez, assim eu poderia procurar por meus amigos. Não estava nem um pouco no clima para uma discursão com Draco Malfoy.

Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]Onde histórias criam vida. Descubra agora