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𝐀𝐋𝐄𝐑𝐓𝐀
Este capítulo contém descrições fortes, que podem causar gatilhos em pessoas sensíveis. Se por acaso você tiver sensibilidade a temas como depressão, s*icidio e/ou auto mut*lação, por favor, evite ler este capítulo. E se estiver tendo pensamentos como estes, procure por ajuda. Sua saúde mental é muito mais importante.
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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞
A casa de Fleur e Bill ficava naquela praia. Fomos até dentro de casa para pegarmos pás, e Ronald e eu começamos a cavar um buraco mais acima da praia. Hermione e Luna ficaram abraçadas uma a outra, enquanto Harry segurava o corpo de Dobby coberto por um pano nos braços. Assim que acabamos, ele o colocou gentilmente na cova, e eu e Rony voltamos a jogar a terra por cima.
Fizemos uma pequena lápide com os dizeres "Aqui jaz Dobby, o elfo livre". E, depois de alguns minutos, todos voltaram para dentro da casa, exceto eu e Harry. Ele ficou um tempo parado em frente ao túmulo, em silêncio. Sabia exatamente o que ele estava pensando, e o quanto estava cansado de perder as pessoas que ele amava.
Acho que eu, melhor do que ninguém, entendia a dor de uma vida atormentada. Nossos últimos anos mais pareciam tortura, e só tínhamos um ao outro. Por isso Harry era tão importante para mim, de uma forma que ele jamais entenderia.
Vendo-o daquela forma, tão deprimido e se sentindo culpado, a única coisa que eu podia fazer era confortá-lo. E foi o que eu fiz. Apertei sua mão e deitei novamente sua cabeça em meu ombro.
— Você se importa comigo? - ele perguntou, soluçando.
— Mas é claro que sim, Harry! Que pergunta é essa?!
— É que... Eu não quero te perder... De jeito nenhum! Eu não suportaria...
— Você não vai me perder! Pode ficar tranquilo... Eu estarei sempre aqui, junto com você!
— Então... Me promete, Charlotte...
— Eu prometo!
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𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨
Se antes a mansão já era um lugar terrível, depois que o grupo fugiu ele se tornou o inferno. Bellatrix teve que literalmente implorar para que Voldemort não nos matasse, uma vez que ele havia sido chamado por motivo nenhum. Potter havia fugido, e Charlotte foi junto com ele. Enquanto isso, eu só conseguia reviver todas as coisas que haviam acontecido dentro da minha cabeça.
Pensar na forma violenta e deplorável como Bellatrix torturou Charlotte sem um pingo de remorso estava me deixando maluco. Como ela chorou, como gritou de dor e de agonia... Era terrível de lembrar, e provavelmente eu nunca me esqueceria daquilo. Eu queria tê-la comigo e segurá-la em meus braços, para ter absoluta certeza de que jamais a veria daquele jeito de novo. Só ficava imaginando como ela estaria depois daquilo, se seus amigos estavam cuidando bem dela depois de um episódio traumático como aqueles.
Aquela cicatriz em seu olho não era apenas um machucado; para mim, era a prova do meu completo fracasso, e de como eu não a merecia. Charlotte precisava de alguém capaz de fazer qualquer coisa por ela, e que fosse poderoso o suficiente para isso. Já eu, não passava de um inútil...
Logo, lá estava eu, jogado sobre o piso do banheiro, chorando como o grande perdedor que eu sempre fui. Eu finalmente percebi o motivo pelo qual odiava Potter. Alguém como eu jamais chegaria aos pés de alguém corajoso e talentoso com Harry Potter. Eu estava condenado a viver preso no corpo de um sujeito covarde e incapaz.
Enquanto eu pensava em tudo aquilo, sentia o gelado da adaga em minha mão direita. A mesma que havia aparecido misteriosamente em minha mesa de cabeceira há um tempo atrás. Eu não sabia quem havia escrito o bilhete, mas se tivesse que dar um palpite, seria Snape. O que era compreensível, afinal, por minha causa Charlotte estava em perigo.
Eu ergui a adaga, observando o meu reflexo em sua lâmina, enquanto fantasiava sobre as possibilidades. Com apenas um movimento, tudo aquilo poderia ter um fim. Não precisaria mais ser um comensal da morte e não causaria mal algum a Charlotte. A vida de todos ficaria bem melhor se Draco Malfoy não estivesse nela.
Então, tomei coragem, trazendo a adaga até meu pescoço. Senti sua ponta fina e afiada espetar a pele sensível daquela região, enquanto meus batimentos cardíacos aceleravam gradativamente. Comecei a suar frio, enquanto permanecia com ela próxima da minha jugular. Eu só precisava de um impulso, porém, minha mão tremia muito.
— PORRA!
Obviamente eu não tinha coragem de fazer uma coisa daquelas. Soltei meu braço, e a adaga escorregou para o outro canto do banheiro.
Me levantei do chão, indo até a pia para molhar meu rosto. Eu precisava clarear as minhas ideias, pois não podia simplesmente me matar daquele jeito. Por mais que eu estivesse me sentindo profundamente deprimido, eu não podia deixar Charlotte. Não podia morrer sabendo que ela ainda estava em perigo.
Ainda assim, nós dois não estávamos quites. Então, abri todas as gavetas a procura de uma toalha e apanhei novamente a adaga do chão. Encarei minha própria imagem no espelho novamente, quase como se quisesse guardá-lo na minha memória.
— Olho por olho... - murmurei. - Não é, Snape?
Portanto, coloquei a toalha em minha boca, a mordendo, e posicionei a adaga sobre o lado esquerdo do meu rosto. Por fim, fiz um corte profundo e com toda a minha força, desde a sobrancelha até o meio da minha bochecha.
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Prometidos - Draco Malfoy Fanfic [REWRITED]
Hayran KurguUma menina ambiciosa. Um menino arrogante. E para completar, um casamento arranjado sob Voto Perpétuo. ━━━━━━━━━ ◆ ━━━━━━━━━ Charlotte Snape, filha de Severus Snape, vivia sua vida normalmente até completar seus 11 anos, quando iria entrar para a es...